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Em primeiro lugar digo logo que aqueles que esperam que eu crie polêmica onde não há, em busca de audiência, podem tirar o cavalinho da chuva, me chamar de pelego, e correr com o megafone à boca gritando aos quatro ventos que o blog é pago pela embaixada americana.

Dito isso, é bom deixar claro o meu pragmatismo quanto aos aplausos e vaias recebidas pelo presidente americano em terras brasileiras. Também é bom deixar bem retilíneo e transparente o meu pensamento quanto às prisões dos manifestantes, coisa corriqueira no Brasil, além de sobras de uma ditadura que parece impregnada às polícias militares país adentro.
Dizer que vaiar ou aplaudir Obama não muda nada, em termos práticos, não é aplaudir ou vaiar o Obama, e isso qualquer criança com mais de 5 anos, alfabetizada consegue ler. Ou assim espero.
Entendo perfeitamente as críticas {{e não são poucas}} e até concordo com muitas delas. O que não consigo compreender, no entanto, é gente que critica o meu pragmatismo e conclui que Obama é igual a Bush. Ora, quem é que está sendo pragmático, neste caso?!
Haverá sempre quem diga que protestar contra Obama é mostrar que o país a população não aceita a posição de colônia americana. E, de fato, pode mesmo dizer isso.
Mas volto à pergunta: Obama é igual a Bush?!
Os americanos pensam que não, embora parte da esquerda conclua sem pestanejar que sim.
Sim, Obama iniciou uma guerra {{eu mesmo tuitei a contradição de um Nobel da Paz iniciando outra Guerra}}. Mas concluir que por isso Obama é igual a Bush, merece protestos iguais, é infantilizar a questão, tanto quanto a imprenÇa o faz.
Bush iniciou uma guerra sem o apoio da ONU, sem o apoio das grandes potências, sem motivos. Obama iniciou uma guerra sem tropas no local. Com o apoio da ONU {{no qual o Brasil marcou sim posição e não apoiou o ataque!}}e com motivos, ainda que discordemos.
Quando a questão é não ser colônia, aí vem meu pragmatismo, vale muito mais uma abstenção na ONU, uma ausência de público para ouvir o presidente americano {{eram esperados 100.000 na cinelândia, foram 2.400 no Municipal}}; vale mais uma punição na Organização Mundial do Comércio, vale mais ir contra os EUA nas questões do Irã do que um dedo do meio apontado para a bandeira americana.
É claro que há o que se criticar quando o assunto são os EUA. Eu mesmo acho um tanto estranho um presidente americano discursar para a população brasileira. Mas o que pode ser visto de um lado como pretensão americana pode também ser visto como uma tentativa de dar maior importância ao povo brasileiro {{estou apenas mostrando os dois lados do fato, eu mesmo fico mais com a primeira opção}}.
{{não acredite em mim}}

 

É preciso ver os avanços também. Um apoio, ainda que tímido segundo o Estadão, a uma cadeira brasileira na ONU mostra a importância do Brasil, especialmente quando olhamos para trás e vemos que o Brasil não votou com os EUA nas últimas votações importantes {{Irã e Líbia}}. Ou com a formação de um conselho permanente para as negociações com o Brasil.

Trade and Economic Cooperation Agreement, com a formação de um conselho que se reunirá anualmente para diminuir os entraves comerciais entre os dois países. {{não acredite em mim}}

Que raios de colônia somos nós que não apoiamos o colonizador e como ‘punição’ recebemos o apoio a uma cadeira permanente na ONU?! Que raios de colônia somos nós que temos igualdade nas negociações com o colonizador?!

{{não acredite em mim}}

 



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Que raios de colônia somos nós que o colonizador vem mostrar que sua proposta comercial é interessante ao invés de impô-la?! Que demônios de colônia exige do colonizador uma carta do congresso para que sua proposta seja levada a sério?!
Enfim, há toda a sorte de argumentação contra o meu pragmatismo. Mas considero todos esses fatos mais importantes que um protesto que iguala Obama e Bush, como se fossem ambos igualmente a representação do diabo na Terra {{o que não quer dizer, repito, que concorde com a prisão dos manifestantes}} 

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