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Polvilhos e polvilhas,

Os senhores com toda certeza tem {{perdeu o acento?! Eu perdi…}} acompanhado a polêmica {{não diga…não diga…droga, MAMILOS!}} em torno do metrô no bairro de pessoas, digamos, qualificadas. É claro, óbvio E está na cara, mas vou ressaltar ainda assim: existem pessoas inteligentes no tal bairro. Mas como essas pessoas ficaram caladas enquanto as outras 3500 faziam um abaixo assinado…

Não sabe que polêmica é essa? Leia o post “Morador de Higienópolis vale mais que estudantes…”

Mas eu me perdi, o assunto não é o metrô. Dizia eu que houve a tal polêmica. E eis que, em meio a manhã sonolenta na qual me encontrava, uma leitora atenta me diz assim:

{{não acreditem em mim – Twitter da leitora @Rachel2530}}
Aí eu pensei: folha? Mmm, jornal do futuro, da ditabranda… VOU LER! E não é que, ao clicar encontro o seguinte título?

Aí fiquei na dúvida, será que ele está sendo irônico? Ou será que ele não sabe o que está dizendo mesmo? Bem, a coluna começa assim:



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O Brasil ama odiar as tais “elites”. Elas são, a priori, culpadas por todas as mazelas do país. Um populismo ingênuo que precisa ser superado.

O Brasil ama odiar é uma construção de frase que daria uns quinze posts, mais ou menos, caso o blog fosse sobre a língua portuguesa, mas como não é, pergunto: não existem elites?  Por que raios as aspas e o ‘tais’ precedendo? Bem, sigamos…

Veja o caso da mudança da estação do metrô em Higienópolis, bairro de classe média alta de São Paulo entre o Centro e a Paulista.
Moradores e empresários locais são contra a instalação de estação do metrô na esquina da avenida Angélica com a rua Sergipe, onde há décadas funciona uma loja da rede de supermercados Pão de Açúcar.

Viram só o absurdo, cambada?! Uma LOJA, do grupo PÃO DE AÇÚCAR, que funciona ali há DÉCADAS, teria de ser removida… Poxa, não sei quanto a vocês, mas eu acho que a loja devia ser tombada como patrimônio histórico do bairro. Ora essa, onde já se viu, tirar um supermercado para construir um metrô?!

A pressão da comunidade, sim, “ricos” também formam comunidades com direitos iguais às outras comunidades segundo a Constituição brasileira, pode ter influído na decisão do Metrô de mudar a estação do bairro habitado por eles para perto do estádio do Pacaembu.

Aqui, Sérgio ressalta que ricos tem direitos iguais aos demais. E eu fico me perguntando então porque raios a madamA {{sou adepto desta forma de escrever, não enche}} disse que: “não precisamos de metrô, todo mundo tem carro“. Uai, eu conheço uma porção de gente {{diferenciada}} que não tem carro e é obrigado a usar transporte público. Ou seja, para desenhar: “ricos tem mais direitos que pobres“, ok?!

Seguindo:

Isso gerou em alguns uma reação histérica, preconceituosa e errada no mérito. Como se os moradores locais, apenas por terem renda mais elevada que a média, não pudessem ter voz no destino de seu próprio bairro.

Uma reação histérica de gente que quer ter o direito de ir a faculdade de metrô. Ou ao trabalho de metrô. Ou ao  Shopping Higienópolis de metrô. Um absurdo! Pior ainda é alguém achar que morador do bairro não pode decidir quem passa pelo bairro. No meu, por exemplo, não entra palmeirense…

Cadê a ONU que não tombou essa maravilha ainda?!

 

Aí o Sérgio resolveu usar argumentos, coisa rara na coluna dele, mas vamos lá:

Já está sendo construída uma estação ali perto, no colégio e universidade Mackenzie, a poucas quadras.
 

Como é sagaz, o rapaz, não?! Inteligentíssima a argumentação… Mas aí me pergunto: não construíram uma estação de metrô {{Paulista}} a 100 METROS DA OUTRA{{Consolação}}? E súbito me surge uma outra pergunta: porque não construir as duas?!


Como o argumento não convence, Sérgio volta à tese do patrimônio cultural da humanidade, o Pão de Açúcar:

E a loja do Pão de Açúcar pode não ser arquitetonicamente relevante, mas ela há décadas faz parte da vida cotidiana do Alto Higienópolis, é peça fundamental do corpo vivo do bairro e perdê-la seria descaracterizá-lo um pouco.A associação de moradores de Higienópolis já se equivocou antes, quando atacou a construção de shopping no bairro, que ao final trouxe serviços e valorização à região. Mas desta vez ela parece ter razão.

Metrô não pode. Shopping pode. Não te parece bastante lógico?!

A pegada histórica de nossas elites tem episódios arrepiantes. Colonialismo, escravismo, autoritarismo, extrativismo humano, desigualdade extrema. Os pobres de fato sempre foram oprimidos, reprimidos, explorados, forçados à ignorância, ao silêncio, à miséria.

Uai, não entendi… os ricos não estavam sendo oprimidos, tadinhos?!

Sob Lula, e esse foi seu grande legado, aprendemos que o capitalismo é bom para todos. O Brasil encontrou seu caminho justamente quando ricos e pobres começaram a enriquecer juntos.

Assim, juntos, mas não em Higienópolis né, gente?! Que isso, é bom que ricos e pobres convivam… Na teoria, porque conviver assim, na prática, aumentaria o “número de ocorrências indesejáveis”; palavras dos injustiçados ricos do bairro… Uma lástima.

 

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