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Se custa o mesmo valor ir de São Paulo a Santos e São Paulo a Belo Horizonte, logo custa proporcionalmente mais caro ir para Santos, já que a distância é maior… E ainda há quem defenda a tucanada…


Viagem de São Paulo a Santos custa o mesmo que trajeto para Curitiba ou Belo Horizonte

Guilherme Balza
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Com o reajuste no preço dos pedágios, que entrou em vigor nesta sexta-feira (1º), o custo para viajar de São Paulo a Santos é semelhante ao da viagem entre a capital paulista e Curitiba (PR) ou Belo Horizonte (MG), considerando o valor acumulado dos pedágios.

Para viajar entre São Paulo e Santos, que estão a 85 km de distância, pelas rodovias estaduais Imigrantes ou Anchieta (administradas pela Ecovias), o motorista pagará agora R$ 20,10 ante aos R$ 18,50 cobrados anteriormente. A tarifa é cobrada somente no sentido capital-litoral.

Já entre São Paulo e Curitiba, trajeto de 408 km pela rodovia federal Régis Bittencourt –sob concessão da OHL–, há seis pedágios no valor de R$ 1,70, o que totaliza R$ 10,20 por viagem. Somando os valores de ida e volta, o motorista irá pagar R$ 20,40 para rodar 816 km, R$ 0,30 a mais do que paga para rodar 170 km entre Santos e São Paulo.

Já a viagem entre as capitais paulista e mineira (596 km de distância) tem oito pedágios espalhados pela rodovia federal Fernão Dias no valor de R$ 1,30 cada, somando R$ 10,40. Considerando o trajeto de ida e volta, o motorista pagaria R$ 20,80, ou R$ 0,70 a mais do que no trajeto entre São Paulo-Santos, para rodar uma quilometragem três vezes e meia maior. A Fernão Dias também é administrada pelo grupo OHL.

Para viajar de São Paulo a Ribeirão Preto (314 km), o motorista desembolsará, com as novas tarifas, R$ 47,60 –ou R$ 95,20 quando consideramos ida e volta. Para Presidente Prudente (565 km), o gasto total é de R$ 131,80. As vias que unem a capital paulista às duas cidades também são estaduais e concessionadas.

Nas principais rodovias estaduais de São Paulo, o motorista percorre, em média, 7,7 km a cada R$ 1 gasto com pedágio. Já nas rodovias federais que atravessam o Estado –Régis Bittencourt e Fernão Dias–, a proporção é de 48,25 km rodados para cada R$ 1 pago em pedágio.

A última pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que avaliou 109 ligações rodoviárias, apontou que São Paulo tem as dez melhores rodovias do país –todas consideradas ótimas pela entidade. As duas melhores, nessa ordem, são a Castello Branco e a Bandeirantes. As principais rodovias federais de São Paulo também foram bem avaliadas pela CNT: a Fernão Dias foi classificada como “ótima” e a Régis Bittencourt, como “boa”.

Modelo de concessão

A diferença no valor cobrado nos pedágios das rodovias estaduais e federais acontece por causa do modelo de concessão adotado. Quando fez as primeiras concessões, entre 1998 e 2000, o governo de São Paulo optou pelo modelo de licitação, que levou em conta o montante que as empresas ofereciam ao Estado para ter a concessão, a chamada outorga.

A vantagem desse modelo é que o dinheiro recebido pelas concessionárias pode ser aplicado em novas estradas. Por outro lado, esse valor é repassado aos motoristas nos pedágios. No modelo de outorga, o valor da tarifa dos pedágios não é pré-estabelecido.

Já no modelo adotado pelo governo federal nas concessões da Régis Bittencourt e Fernão Dias, e pelo governo de São Paulo na concessão do Rodoanel, ganha a concessão a empresa que oferecer o valor mais barato de pedágio. Os críticos desse modelo questionam a taxa de retorno –investimentos na rodovia– que, em geral, é inferior se comparado ao modelo de outorga.

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