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Carlos Lacerda {{1914 – 1977}} foi um jornalista, membro da UDN, vereador, deputado federal e governador. Além disso foi fundador do jornal Tribuna da Imprensa e da editora Nova Fronteira.

Foi também quem proferiu a frase:

O Sr. Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar.

{{não acredite em mim – Terra}}

Carlos Lacerda, como um certo candidato derrotado à vice presidência, começou comunista e terminou como um dos maiores defensores da direita no Brasil.



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Foi no jornal Tribuna da Imprensa, mais precisamente no dia 12 de agosto de 1954 que Lacerda exerceu um de seus primeiros instintos golpistas, ao sugerir que os militares deveriam retirar do poder o então Presidente Getúlio Vargas.

{{Crédito da foto: ImprenÇa}}

{{Crédito da foto: ImprenÇa}}

Ele não parou por aí, seguiu com seus impulsos e chegou mesmo a ser um dos agentes do golpe de 1964 e, para não deixar de ser golpista, já em 1966 fez parte de uma frente ampla contra o golpe {{sim, foi uma piada}}.

E o que isso tem conosco, cá em 2014?

Tem que Carlos Lacerda era conhecido por publicar ficções em forma de denúncias em seu jornal. Era o típico vale tudo para derrubar Getúlio, depois Jânio, depois Jango e por fim Castelo Branco {{nesta época já não tinha mais o jornal, que acabou por vender em 1961, devido a dificuldades financeiras}}.

A imprensa nacional nunca foi das mais imparciais, mas poucas vezes se tornou tão ativa no cenário político nacional como agora. O inventor desse método talvez não tenha sido Lacerda, mas foi ele, certamente, seu maior expoente.

O que fizeram Veja, Isto É e seus parceiros televisivos neste segundo turno das eleições foi algo muito semelhante. As primeiras inventaram notícias enquanto as televisões as divulgaram como se não precisasse mais do que confiar nos donos das revistas para tornar algo notícia.

O resultado, lá como cá, é um clima de terrorismo que precisa e está sendo combatido.

{{ Protesto da UJS joga lixo na porta da editora Abril}}

{{ Protesto da UJS joga lixo na porta da editora Abril}}

Quando parte da população sai às ruas pedindo um impeachment a uma Presidenta recém empossada {{e cabe dizer que o mesmo valeria se fosse um protesto pedindo a saída do governador Geraldo Alckmin}} não está, de fato, representando um risco à democracia.

Mesmo o partido derrotado, apesar da sugestão de que desconfia das urnas {{neste caso só dos votos para presidente, posto que ganhou em diversos estados com as mesmas urnas no mesmo turno}}, tem diversos expoentes dizendo da insanidade de se pedir impeachment a um representante que acabou de se eleger {{Xico Graziano e o próprio Aécio Neves entre eles, mas não apenas}}.

Ainda assim é extremamente prejudicial ao país esse Lacerdismo 2.0 {{já que agora temos as famosas redes sociais para dar mais audiência}}. Porque tira da pauta questões de extrema relevância para o país.

É o mesmo Lacerdismo 2.0 que tem o descalabro de afirmar que Plebiscito é tirar poder do Legislativo.

Ora, senhora e senhores, como ficam os EUA e seu legislativo? Só no ano de 2014 foram feitos 146 plebiscitos que vão desde a legalização da maconha ao aumento do salário mínimo {{não acredite em mim – Jovem Pan}}.

É preciso, vez em quando, lembrar do óbvio: o Legislativo serve ao povo ou o povo serve ao Legislativo?

Enquanto Luciana Genro grita aos 4 ventos, em manifestação para a Reforma Política, que o PT quer acabar com os partidos pequenos, não estamos discutindo que tipo de financiamento de campanha queremos.

Enquanto o Lacerdismo propõe discutir inutilmente se Dilma está ou não reeleita, deixamos de discutir qual Reforma Política queremos. Deixamos de discutir se é bom a participação popular ou não. Enquanto o Lacerdismo 2.0 fala de golpe bolivariano não estamos discutindo se queremos voto distrital misto, distrital puro, lista fechada ou lista aberta.

Meu ponto?

O Lacerdismo 2.0 afeta não só a direita. Afeta também uma esquerda que deveria estar unida em prol de pontos em comum, como um plebiscito “oficial” pela constituinte exclusiva para a reforma política.

Deixemos de discutir o óbvio e passemos a discutir pautas que nos interessam, que tal ? A pena para isso é corroborar exatamente o que propõe a imprenÇa atual: discutir picuinha e manter tudo como está.

Lacerda {{o original e os novos}} é golpista, mas nunca foi burro. Sejamos nós mais espertos desta vez.

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