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O que há por trás da campanha raivosa contra a candidatura do Tiririca e porquê eu apóio sua candidatura…

Calma querida leitora, sábio leitor, eu disse “Eu apóio a CANDIDATURA do Tiririca“, não disse “Eu voto no Tiririca” há diferença enorme entre uma e outra afirmação. Agora aproveite que já está aqui, relaxa e goze leia o post até o final.

As primeiras críticas feitas ao candidato foram justas, em minha opinião. Foi dito que era preciso se levar a democracia a sério, que um candidato precisa ter propostas, que não pode se deixar levar pela brincadeira, ok.

Mas coisa foi tomando corpo e as críticas saindo do campo político e alcançando aquela areazinha maledeta chamada inconsciente, aprofundou-se mais um pouquinho e chegou bem ali, no preconceito.



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Certamente ele não é o único candidato a fazer piada, mas virou um símbolo do que a mídia e a imprenÇa resolveu chamar de ‘despolitização’ e do que alguns chamam de ‘voto de protesto’.

Claro que ele não é o único. Tampouco é o caso de ser o mais desinformado. Interessante pensar o porque dele ser destaque quando há outros tão despolitizados ou menos, com cara de bom moço.

É o caso, por exemplo, do senador Ciro: “Um giro de 360º”. A lógica da campanha é exatamente a mesma da lógica do Tiririca ou seja, pior que está não fica. Com um adendo {{que prova a burrice do candidato ou a burrice que o candidato atribui a você}}. Uma volta de 360º acaba no mesmo lugar.

A diferença, essencial, não é a superfície das propostas de um e outro candidato. Ambos dizem que a política do jeito que está não resolve nada. Um diz isso em tom cômico {{não era a comédia, o principal meio de se fazer crítica?! Ou a lógica só vale para a academia?}} e o outro em tom professoral {{mas burro}}.

Qual a grande ofensa à nação produzida por um candidato que diz exatamente o que diz o senso comum dos politiqueiros de ocasião? Quem disse que besteiras como estas só ocorrem em nosso país? Pois saiba que:

 

nazista

donald

História de brasileiro? Coisa de democracia nova? Terceiro mundo? Bobagem senhoras e senhores, coisa absolutamente comum e normal em qualquer democracia.


Interessante é analisar a história do tal candidato Tiririca. Descobrir que pode ser que ele seja analfabeto {{e inelegível, já que a constituição proíbe analfabetos de se candidatarem}}não é apenas procurar razão para proibí-lo de se candidatar, mas descobrir que é um candidato que veio do povo.

Não, senhores, não voto em Tiririca. Espanta-me, no entanto, a história de que ele é o que há de pior na política e a força com a qual ele é criticado enquanto outros passam em branco. Seria um problema de postura ou seria um problema do tipo que ele representa {{nordestino pobre}}?

A solução para a candidatura do Tiririca é bem simples. Não vote nele para deputado federal. Mas ninguém diz só isso. As pessoas dizem que não dá para ter um candidato como ele. Não dá?

Vamos a outro exemplo, portanto, de candidatura à base da palhaçada e me digam vocês se há algum levante contra: Ciro 360, Luciana Costa {{“Aprendi com Enéas}}, Leandro e Kiko {{contra a pedofilia, mas mostram imagem de crianças se jogando em cima dos dois…}} entre tantos outros.

Como podem vocês defenderem a democracia e criticarem que um candidato como Tiririca se eleja? Ou ainda apoiar que candidatos analfabetos sejam proibidos de se eleger quando, no Brasil, há:

Cerca de 12% dos brasileiros ainda são analfabetos. Outros 30% da população são considerados analfabetos funcionais – capazes de ler textos sem saber interpretá-los

{{não acredite em mim}}

Não me interessa o que pensamos nós todos sobre um eleito analfabeto, mas o que pensamos sobre a possibilidade dele se candidatar. A questão toda se trata da definição de democracia. Chances iguais para as pessoas.
aulet

 

A definição nº 5 diz: “fig. Igualdade política e social”. Deve querer dizer alguma coisa, concordam? Qual a dificuldade em assumir que não está errado um personagem pobre e analfabeto {{o humorista eu não sei se é analfabeto, mas o personagem certamente é}} não está errado, que o errado somos nós, classe média, que votamos nele {{reparem que me incluí na brincadeira, para ser injusto por igual}}?

Errado é pensar que votar nele é um voto de protesto. Errado é fazer passeata contra a corrupção {{já viu alguém deixar de ser corrupto por conta de uma passeata?}}, errado é fazer passeata contra a violência. Errado é assumir um discurso politicamente correto e desprezível, já que assume que o correto são os pares, quando nos confrontamos com questões como: provas para se candidatarem.

Ou então faça como meu nobre colega @RealEden e assuma de vez:
eden

Eu apóio a candidatura do Tiririca como apóio a candidatura de qualquer Troll pentelho que por ventura se aventure por aqui. A minha indignação é outra, é com esse preconceito velado; preconceito em forma de politicamente correto.

Com essa classe média {{não falo do Eden, mas em geral}} cujo discurso é composto, basicamente, de  {{desculpem-me pelo termo, meninas}} necedades,  que acha que um concurso público seria solução para a política nacional, como se concurso público denotasse alguma qualidade que não a acadêmica. Como se a academia fosse solução para os males da sociedade.

Apóio a candidatura do Tiririca com fervor. Ainda que não vote nele. Apóio e seria capaz de ir às ruas por ela. Pelo direito à sua candidatura {{claro, se for considerada legal}} e a de tantos outros desdentados que consideram-se capazes de mudar este país.

A mesma lógica acadêmica levou-nos a colocar um Collor no poder. A mesma lógica acadêmica levou uma certa Regina a ter um certo medo. Vote em você em quem você quiser, mas deixe que se candidatem os que pensam ser capazes.

Só não me diga que a academia é quem produz candidatos preparados, que uma prova resolverá o problema de corrupção.
Primeiro porque está provado que, no mínimo, o último presidente do Brasil manteve o país no mesmo lugar do penúltimo {{cujo reconhecimento acadêmico foi, inclusive, argumento para sua eleição}} e, no máximo, fez o país um pouco menos injusto em relação às classes mais pobres.

“Ah, mas está errado, o partido acaba levando um monte de desconhecidos junto…”. Sei, e daí? Quem está errado? O partido que tenta a maior bancada possível ou aqueles que votam num Tiririca porque realmente acham que pior do que está não fica?

Quem foi que incutiu esse pensamento ridículo de que o país não anda, que são todos corruptos na cabeça das pessoas? Os mesmos que hoje criticam a candidatura do Tiririca. Os mesmos que hoje querem que ele prove que não é analfabeto. Como se ser analfabeto fosse uma ofensa. Epa! Se pensar bem, é mesmo uma ofensa, ao nosso sistema educacional ou à nossa população cuja educação perde-se entre uma e outra denúncia de corrupção?

Eu jamais votaria no Tiririca, mas apóio até o final dos tempos seu direito a candidatar-se. E olha que nem sou muito fã da democracia…
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