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Cuidado, seu Frias, é uma armadilha

 

Quando Dilma foi à festa dos 90 anos da folha de São Paulo, um alvoroço instaurou-se na blogosfera auto-proclamada progressista {{não, não me excluo dela}}. Alguns companheiros acharam que era um absurdo a ida da presidentA ao órgão que a caluniou de forma mais vil {{embora não seja nem de perto o veículo que mais a caluniou}}, já que comparou uma torturada pelo golpe militar com Osama Bin Laden {{terrorista, uai}}.
Não demorou, no entanto, para que Dilma saísse da toca e desse entrevista em alguns veículos de comunicação. Lá foi Dilma à Ana Maria Braga, à Hebe. Dilma, que até pouco tempo atrás não conseguia abrir a boca sem que o Lula lhe dissesse aquilo que deveria ser dito, hoje é sinônimo de oposição a Lula.
O óbvio está posto. O que, de fato, me causou certa estranheza eram as poucas entrevistas dadas pela presidentA no início do mandato. Como vimos, isso acabou. E se Lula aproveitou para disparar o dinheiro publicitário em direção à pluralização dos meios de comunicação, Dilma faz isso de modo explícito ao vivo.
E o que diz a folha?

Dilma para todos

Presidente deveria adotar a prática usual em democracias de dar entrevistas coletivas regulares para conferir mais transparência a seu governo {{não acredite em mim – só para assinantes}}

A relação de forças é bastante clara. E para os companheiros que discordam deste pobre Caipira eu dou logo a letra: Dilma fez um discurso sem sal, sem sabor e sem conteúdo para a folha de São Paulo. Disse o que precisava dizer para não ser acusada de promover picuinha.

E quem é que pode acusar Dilma de não dar entrevistas? A folha, claro, queria mais. Queria, talvez, uma exclusiva. E como não se pode dizer isso claramente, porque pode-se ser acusado de fazer picuinha, a folha, corajosa como sempre e óbvia como nunca, faz um editorial criticando:

Uma forma de incrementar essa interação é o estabelecimento de entrevistas coletivas. Num encontro digno do nome, o acesso é franqueado à mais ampla gama de veículos, o governante escolhe quem lhe fará perguntas que ele não conhece de antemão e a praxe concede muitas vezes ao jornalista o direito de reperguntar.

A folha cita os EUA mas sabe bem que por lá os jornalistas não tem a chance de ‘reperguntar’ {{de onde veio essa palavra?}}. Aliás é até simples entender o porque da praxe ser uma pergunta por jornalista. Quanto mais ‘ampla gama de veículos’ mais perguntas existirão e, portanto, menos tempo haverá para cada resposta. Ou seja, nem mesmo na reivindicação a folha consegue manter um argumento que faça sentido.



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Quando foi à folha Dilma deu sinais de que não queria brigas e fim. A folha entendeu como um sinal de disposição e boa vontade à sua empresa. Agora resta ao jornal da censura ouvir um sonoro:

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