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O sujeito que está na moda odiar foi ao Roda Viva. E esbanjou… Motivos para ser odiado. Mas, por quê? Rafinha Bastos {{que já comentou este post aqui, do autor convidado, Beto Volpe}}basicamente fez o que todo mundo faz quando não tem muita resposta: Culpou a imprenÇa.

Entre as bobagens que foram ditas no programa {{e neste quesito Rafinha foi apenas mais um, porque Silva Poppovic e seus amigos foram quase ao infinito}} estão  os de sempre: “Os Trapalhões não sobreviveriam hoje“, “não engulo que se ganhe dinheiro com internet” {{Silvia Poppovic parou no século XIX}}, além de Mauricio Stycer ter sido chamado de cobrinha e tudo mais…

Se você não viu e quer ver a entrevista, cá está:



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http://youtu.be/5Rlp8aW5Ih8

Muito o que se tem dito sobre humor e sobre os limites do humor, eu já comentei aqui. Continuo achando besteira {{e não tem outro termo}} essa história de piadas que eram feitas há 10, 15 anos, hoje seriam execradas. Mentira. Não seriam.

E ainda que tivesse razão, que tal uma pequerrucha metáfora? Vamos lá.

20 anos atrás uma empresa como a Zara não seria execrada publicamente porque uma empresa contratada por ela contratou outra, que produz com trabalho escravo

A Zara não deveria ter sido execrada vinte anos atrás?

O politicamente correto {{o inteligente, não o da Marina Silva}} não tolhe minorias do humor. Apenas direciona a piada. O que quero dizer é que, como bem disse Rafinha Bastos, o humor tem uma função. O problema, e a nossa colega Hildegard Angel parece não se lembrar ao comentar o assunto em seu blog {{não acredite em mim}}, é em quem o humor está mirando.

Se você faz uma esquete onde o negro é xingado de macaco o tempo todo, ainda que seja engraçado, você precisa terminar essa esquete desmoralizando quem xinga. Senão não é humor, é preconceito. Fim. Não há o que há o que se discutir. Não é politicamente incorreto, é babaquice mesmo.

Quando a TV pirata fez a esquete da família que não quer que o filho admita que é negro, ela não está simplesmente humilhando negros. Ela está mostrando um lado da sociedade e ridicularizando-o. Há uma função social. E é hilário. Muito mais do que Rafinha um dia sonhou em ser.

Se você não consegue ver diferença entre o vídeo acima e dizer que estupradores merecem um abraço, que me desculpe você. Mas te falta massa encefálica. O quadro acima seria tranquilamente passado no zorra total. Sem histerismo. Sem babaquices. E com graça.

Do meio para o fim a entrevista foi Rafinha Bastos se justificando, dando a entender que as piadas que hoje lhe dão má fama não foram feitas para o grande público, mas para pequenos públicos, no palco. Como se a maldade ganhasse força apenas na repercussão.

Esquece {{?!}} que no vídeo divulgado no youtube {{com a tal piada sobre o estupro, que não linkarei aqui}} há um comentário de uma senhora na plateia: “que horror, que horror”. Ela não estava no youtube quando falou. Não estava em rede nacional. Achou um horror dali mesmo, da plateia.

Essa ideia, meio Erundina de ser {{não entendeu, leia}}, para mim não cola. Por vários motivos. O principal deles é que preconceito velado e preconceito aberto, na raiz, são a mesma coisa. E como fosse pouco… Ué, Rafinha, você não sabe que o que fala acaba ganhando notoriedade? A culpa é mesmo do Stycer? Ou da Caras? Ou você é muito ingênuo, ou sabe perfeitamente a repercussão daquilo que fala.

A grande decepção do programa, em minha opinião, foi o grupo de entrevistadores. Stycer é bom, o Mario Sergio Conti idem. O resto, sinceramente, podia estar de pijama, tuitando as perguntas. Destaque para Guilherme Fiuza e sua teoria sobre as mulheres “hoje são tratadas como se fossem minoria“. Esquece-se que são, de fato, em seus direitos. Rafinha hesitou, mas concordou. Nada de novo fronte.

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