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Há muito tempo que se fala sobre o fim da revista Veja. Muita gente boa da esquerda apregoa que a revista está acabada e perde vendas. Mas até que ponto isso é real ?

{{Crédito da foto: Caçador de Veja}}

{{Crédito da foto: Caçador de Veja}}

Há muito que falo sobre a {{falta de}} qualidade editorial da principal revista da editora Abril.  Já comentei sobre as matérias vendidas {{mesmo}} para a indústria farmacêutica aqui, sobre o desserviço prestado na questão da AIDS no país.

Sobre a influência da indústria farmacêutica, veja o vídeo:



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Semana passada a revista fez uma fofoca matéria sobre uma delação premiada que corre em segredo de justiça. O simples fato de divulgar o depoimento já seria, em si, um crime. Mas, analisemos a “denúncia”:

Preso em março pela Polícia Federal, sob a acusação de participar de um mega esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou recentemente os termos de um acordo de delação premiada – e começou a falar.

No prédio da PF em Curitiba, ele vem sendo interrogado por delegados e procuradores. Os depoimentos são registrados em vídeo — na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção.

A acusação, completamente sem provas {{independente de ser real ou não}} é publicada na capa da revista, sem que se faça qualquer avaliação da veracidade da acusação. A lógica é que um ladrão {{tem eufemismo para quem rouba dinheiro público?}} tem credibilidade suficiente para ganhar a capa.

E daí, o que ocorre? Ocorre que o PT pede direito de resposta e… ganha!

Mas isso não muda nada. No entanto, antes de seguir a análise, desejo comentar um post que li no Balaio do Kotscho:

Melancólico fim da revista “Veja”, de Mino a Barbosa

Uma das histórias mais tristes e patéticas da história da imprensa brasileira está sendo protagonizada neste momento pela revista semanal “Veja”, carro-chefe da  Editora Abril, que já foi uma das maiores publicações semanais do mundo.

Criada e comandada nos primeiros dos seus 47 anos de vida, pelo grande jornalista Mino Carta, hoje ela agoniza nas mãos de dois herdeiros de Victor Civita, que não são do ramo, e de um banqueiro incompetente, que vão acabar quebrando a “Veja” e a Editora Abril inteira do alto de sua onipotência, que é do tamanho de sua incompetência.

{{não acredite em mim – Balaio do Kotscho}}

Kotscho faz uma bela análise da derrocada editorial da revista. Mas, para mim, comete um erro ao desconsiderar seu papel enquanto panfleto.

A intenção da revista não é gerar conteúdo jornalístico, mas alimentar a criação de um clima denuncista. A ideia é ser um panfleto.

Funciona assim: a revista lança uma denúncia completamente vazia e irreal. A revista não tem credibilidade, mas isso não impede da denúncia pegar. O que fazem veículos que ainda contam com alguma credibilidade?

{{não acredite em mim - Estadão}}

{{não acredite em mim – Estadão}}

O Estadão sabe que a Veja não tem credibilidade. Então na manchete ele repercute a revista, não a Veja. Como se sabe a maior parte dos seres internéticos são incapazes de clicar e ler a notícia, ficam, portanto, com o que lêem na manchete.

A mesma tática é adotada pelos outros veículos:

{{não acredite em mim - folha}}

{{não acredite em mim – folha}}

Ou seja, uma revista sem credibilidade, como é público e notório inclusive entre os que concordam com a política editorial dela, é repercutida pela chamada imprenÇa séria.

Cria-se um clima de denuncismo que serve aos propósitos dos panfletos. A população fica com a pulga atrás da orelha.

E quando se pede direito de resposta, consegue-se, na Veja. E os demais ? Os demais não se responsabilizaram pela denúncia, logo não precisam dar o direito de resposta. Covardemente remetem a responsabilidade ao panfleto.

Já disse aqui e repito, não chamo a grande mídia de imprenÇa golpista. ImprenÇa golpista, para mim, é aquela da Venezuela, que guardou armas em sua redação para ajudar no golpe contra Chávez {{não acredite em mim}}.

Aqui, conforme disse Kotscho, ela é um partido de oposição. Jornalismo não é, mas funciona.

 

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