3 mil pessoas compareceram ao “1º Grande Ato contra o aumento das passagens” promovido pelo MPL. O ato que se iniciou em frente ao teatro Municipal caminhou até a estação “Brás” de trem/metrô, onde uma confusão com bombas de gás, tiros de borracha e 1 coquetel molotov encerraram a passeata.
Apesar do grande aparato policial – 400 policiais e mais de 100 guardas da GCM segundo o Major Gonçalves, da PM. Este escriba teve o celular roubado momentos antes da manifestação se iniciar. O fato, que ocorreu em frente a 18 motociclistas-policiais e que nada fizeram, deixa claro quais as prioridades da segurança pública na cidade e no Estado de São Paulo. Catracas são protegidas com tropa de choque, enquanto os cidadãos são ignorados. Por esta razão o artigo conta com poucas fotos e nenhum vídeo, agradecendo sempre ao fotógrafo Sérgio Silva, que gentilmente cedeu algumas imagens para este ImprenÇa.
O ato se concentrou quase em frente ao prédio onde João Doria mantém sua sala. Na concentração era possível ver bandeiras de algumas entidades: “UNE” {{União Nacional dos Estudantes}}; “Juntos” {{juventude partidária do PSOL}}; “UEE” {{União Estadual dos Estudantes}}; “Mais” {{corrente do PSTU que recentemente se desfiliou}}; “LSR” {{Liberdade, Socialismo e Revolução – tendência partidária do PSOL}}; “Emancipa” {{rede de cursinhos populares}; “RUA” {{juventude partidária ligada ao PSOL}} e “Balaio” {{juventude estudantil da USP, ligada ao PT}} foram vistas por este que escreve.
Os jovens saíram do teatro e caminharam em direção à praça da Sé, onde entoaram gritos como “Ô Dória, que tiração, a tarifa tá mais cara que o feijão” . A porta da prefeitura contava com 3 aparatos de proteção: 14 viaturas da GCM, uma cerca de metal e uma linha de policiais militares de braços cruzados, que apenas observaram a passeata caminhar pacificamente pela Libero Badaró em direção ao Largo São Francisco.
Alguns sinalizadores foram acesos enquanto a manifestação passava pelo Largo São Francisco e a PM avisava no rádio que se tratava apenas de sinalizador, em uma atitude que pareceu ser a mais correta mesmo, evitar confusão. Às 19h30 o ato chegou ao Terminal Parque Dom Pedro onde uma curiosa cena se via: 4 viaturas do CAEP {{Cia de Operações Especiais da PM}} com policiais encapuzados fechavam a saída do terminal. O objetivo ? Impedir que os manifestantes fechasse o terminal. Coerência é tudo, afinal.
Na região do terminal muitos passageiros que aguardavam demonstraram apoio à manifestação, ainda que aos gritos de “Fora Temer”. Enquanto isso o repórter da Globo News questionava o PM se a rua onde estávamos era o Glicério {{não era, era a avenida Rangel Pestana}}, arrancando risos de policiais, manifestantes e da imprensa que estava por perto.
Próximo das 20h as viaturas do CAEP passam pela manifestação cantando pneus e acelerando forte, com todos encapuzados. Nada ocorria, mas a pressa era para chegar ao Brás antes dos manifestantes que ainda levariam mais 30 minutos para percorrer os cerca de 1000 metros que restavam ainda.
A tropa de choque se posta em frente às vidraças da “Caixa” banco estatal, enquanto o comércio local seguia desprotegido. Um sujeito com farda do exército se aproxima do comandante da operação policial e conversam longamente. Quando percebe que foi visto pela imprensa
{{não pelo cara da Globo News, como era de se esperar}} ele atravessa a avenida apressado e vai embora, com um rádio às mãos.
Um pequeno grupo chega antes à estação Brás e ameaça pular a catraca – a esta altura apenas 1 catraca estava aberta para a entrada na estação – o que gera uma pequena correria e a porta da estação é fechada. O ato gera a revolta de transeuntes que tentavam voltar do trabalho e uma porta é danificada. O grosso da manifestação ainda não havia chegado.
Quando saímos de dentro da estação, vemos um policial ferido na sobrancelha. Manifestantes dizem ter sido estilhaçados de sua própria bomba de gás enquanto a PM alega que o policial foi alvo de uma garrafa de vidro. Este ImprenÇa não pôde confirmar nenhuma das duas informações.
Aos poucos a manifestação chega e a PM coloca alguns de seus integrantes dentro do metrô. Outra tropa chega e se coloca de frente aos manifestantes. Os jovens carregam uma espécie de escudo de madeira. O que se vê então é uma série de provocações de parte a parte, até que uma garrafa voa em direção aos policiais que revidam com bombas de gás lacrimogênio. Seguido a isso um coquetel molotov voa em direção aos PMs e a fumaça acaba por dispersar manifestantes e transeuntes que àquela altura já estavam desistindo de voltar para casa de metrô.
Saldo do dia foi, mais uma vez, uma manifestação encerrada por bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, ainda que desta vez a PM tenha feito algum esforço para evitar, é digno de registro. Como também vale registrar que entre catracas e transeuntes, a ordem foi pela proteção das máquinas de cobrança.
O próximo ato está marcado para a próxima quinta-feira , 18 de janeiro, na casa de João Doria, região do Jardins, em São Paulo.