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Pronto. Isabella pode descansar em paz. Será?

A frase “A justiça está feita” não é apenas um desabafo de uma mãe que perdeu uma filha. É um desabafo de quem tem certeza de quem são os assassinos.

Capa da Veja à época dos acontecimentos.

 Site da revista Veja hoje.

Eu entendo que, na busca desesperada por uma explicação, a mãe da criança vitimada condene os réus antes de qualquer julgamento legal. A justiça, para ela, é a condenação do casal. Independente de provas ou quaisquer argumentações legais.



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Mas não dá para compreender que a mídia faça o mesmo.

Segundo o jornal “Destak” distribuído gratuitamente em São Paulo, mas acessível aqui [versão em PDF 4 mbs], Glória Perez (novelista, vejam só) disse a seguinte frase:

Não farei a pergunta sem sentido “O que é que Glória Perez” estava fazendo no julgamento, porque às vezes o luto não é bem resolvido e a falta de um psicólogo justificam este tipo de situação.

Mas, pergunto:

Você, sendo jurado, ouvindo o público gritando, fogos estourando, inocentaria o casal?

Cada um sabe de sí, mas eu, não faria isso. Não correria o risco de ser linchado publicamente para inocentar alguém que não conheço. 
Quem garante que a minha cara não estivesse na mesma revista Veja, com os dizeres: 

Veja quem inocentou os assassinos.

Não estou dizendo que o casal é inocente. Não acho isso. Mas seria impossível, dado o tipo de cobertura feita pela mídia, para qualquer júri, inocentar o casal.
O que está em jogo é O direito à defesa. E, neste sentido, tanto faz se são culpados ou inocentes. Foram cerceados em seus direitos.
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