Uma reflexão a respeito do porquê da existência de um feriado para a consciência negra e as diferenças sociais entre brancos e negros em ambientes similares, além, é claro, de uma leve espezinhada na imprenÇa.
Dia 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra. Mais do que isso, dia 20 de novembro de 2010 é a data exata em que se lembra 315 anos da morte de Zumbi dos Palmares {{morto, portanto, em 20 de novembro de 1695}}.
Zumbi {{não confundir com zumbie}} como se sabe {{eu espero que se saiba}} foi um dos líderes de um dos quilombos que existiam no Brasil à época em que éramos colônia.
Baptized Francisco, Zumbi was taught the sacraments, learned Portuguese and Latin, and helped with daily mass
{{não acredite em mim}}
É impossível pensar em Cuba sem ao menos lembrar-se de Che Guevara. Quando falamos Brasil a primeira coisa que vem à cabeça é… futebol?
Vou assumir que sim, e aproveito para perguntar quais os principais craques do país, e porque há tanto negro jogando bola e tão pouco branco no futebol. E vou deixar no ar a reflexão sobre qual classe social domina tal esporte.
Algum tempo atrás li um post a respeito das quotas. O post é de autoria de Renata Winning e está no blog de Eduardo Valdoski do texto dela eu destaco o seguinte:
“Argumentos que desafiam jovens afrodescendentes a ter a mesma pontuação que os brancos no vestibular e colocam em xeque a capacidade intelectual de quem passa no exame pelo sistema de cotas, são exemplos dessas novas formas de preconceito mascarado. Ignoram as Estatísticas que mostram que entre o branco e o negro de escola pública existem diferenças cruciais que dificultam a permanência na escola ou a continuidade dos estudos”
{{não acredite em mim}}
Como sabem não gosto que acreditem em mim, tampouco gosto de acreditar nos outros. Por isso fui atrás das tais estatísticas citadas pela autora.
Agora repare bem na diferença entre brancos e negros para Ensino Médio:
Está claro que os brancos tem maior acesso à educação quando o assunto é Ensino Médio. Mas o problema é anterior, já no ensino fundamental a diferença aparece, é só clicar ali e conferir.
Notem que não toquei no assunto escravidão. Não é preciso. Não porque o fato não tem importância, mas porque a discriminação, o preconceito e mesmo as diferenças sociais entre brancos x negros tudo isso, embora originado na escravidão, está acima, está mais presente que a discussão e conhecimento a respeito da história da escravidão.
Está claro a todos os leitores que a escravidão existiu e foi grave. Por isso o objetivo aqui é ressaltar as consequências dela para nossa sociedade atual, e com um pouco de sorte fazer o leitor repensar a importância de um feriado negro.
Caso ainda não tenha ficado claro eu mostro e desenho:
O fato não se dá apenas na diferença de escolaridade entre brancos e negros, repare na proporção: em 1992 a diferença era 2,1 em 2008 ela é de 1,8.
A definição da pesquisa de Venturi e Camino de 1995 diz, sobre as quotas:
As quotas são mecanismos extremos que visam a reversão de um quadro que, de outro modo, seria irreversível em termos das crónicas desigualdades de acesso dos diferentes segmentos raciais e étnicos da população a determinados espaços e oportunidades educacionais e profissionais.
{{não acredite em mim}}
Tenho descendência negra, meu avô é negro. Não sou, portanto, o melhor representante para falar da política de quotas, mas acredito ter deixado claro meus motivos em favor delas.
Quando a questão é a mídia fica mais simples verificar o preconceito. Pergunte-se quantos negros existem apresentando os jornais da Globo {{me lembro de 1 comentarista e 1 apresentador}}. Pergunte-se quantos negros falam de futebol na televisão brasileira, considere ex-jogadores também, quais deles são comentaristas e negros?!
Quando a questão é o feriado em si, creio que escravidão, diferenças sociais, diferença de escolaridade, preconceito são apenas alguns dos motivos que levam os negros a ‘merecerem’ o feriado.
Mas tenho certeza de que eles prefeririam ser tratados de maneira igual a ter um feriado.
Os “branquinhos” vão adorar mais um “feriadinho”!
Todos vão… Assim como todas as religiões adoram os feriados católicos.
Quando é o feriado!?
PS: Teu blog devia ter mais leitores que a Folha…é melhor, pelo menos…. Só ñ é tão divertido como a Veja… Mas essa é imbatível no ramo dela…
Obrigado pelos elogios.
Sua besta quadrada! Tá no 2º parágrafo.
Obviamente as cotas não resolvem um problema estrutural, mas é um começo. Acredito que é importante se atentar também aos ganhos secundários: o debate sobre o sistema de cotas mobilizou a sociedade para discutir mais o tema da desigualdade racial. Preconceitos, inclusive da imprensa, ficaram evidentes.
Não podemos viver no conto de fadas da suposta igualdade, da negação das diferenças.
Somos diferentes: partimos de classes sociais, expectativas, crenças, gêneros, origens diferentes.
A questao é como vamos lidar com todas essas diferenças: escondendo o racismo p baixo do tapete dizendo q somos todos iguais e temos as mesmas condições para melhorar de vida ou vamos cavar mais a fundo o problema para propor soluções, de fato, transformadoras?
Fino, rapaz!
Muita coisa ainda tem que mudar.
Uma vez vi uma mãe (pobre) com 02 filhos, um negro e um branco…
Um deles foi beneficiado pela cota. Ela se sentiu injustiçada pelo filho branco, que tinha a mesma margem de estudo do negro.
É exceção à regra.
Que bom.
A Prefeitura, bem como a imprensa pelos grandes jornais, especificamente a FOLHA, propositalmente encobriram a dia da CONSCIÊNCIA NEGRA, usando como pano de fundo a VIRADA ESPORTIVA EM SP; isto é lamentável porque não se trata apenas de mais um feriado, más sim, para que toda a sociedade reflita sobre a realidade brasileira, onde os negros estão expostos a grande desigualdade nas mais variadas etapas de sua vida, para a formação de cidadão.
Claramente se observa que há interesse por boa parte da sociedade, que tal situação assim permaneça, o que é um grande engano, pois um pais somente se desenvolve, quando sua população também o faz com cidadania, a exemplos de várias nações.
Ah, só para lembrar, estas desigualdades, na verdade é uma grande violência que se pratica “sem armas” com os negros brasileiros.
axoo que esse site é bom
NAO CONSIGO ACHAR A RESPOSTA
Continue tentando, Allan, a resposta está no final do túnel.
o que colhemos hoje,foi o fruto de homens e mulheres,brancos e negros,mistiços e outros de nossa sociedades, anonimos que fizeram de suas geraçoes uma conquista,para todos.
os cariocas,somos um povo unidos,não importa a cor ou religião ,quando fala em solidariedade estamos juntos.abraçãoooooooooooo