O problema do bairro “Pinheirinho” em São José dos Campos se assemelha e muito com a questão da cracolândia, em São Paulo. Não. Ninguém é maluco de afirmar {{ok, a Globo afirmou, mas ela é uma empresa, não alguém}} que exista uma cracolândia no Pinheirinho ou que seja um problema de drogas. Na verdade engana-se quem pensa que a cracolândia é uma questão de drogas. Não, para o governo municipal a questão é puramente financeira. Imobiliária.
Para que se analise o conflito é preciso que se esclareça algumas questões. Primeiro porque chamar de bairro e não assentamento ou favela ou área invadida. Chamo de bairro porque é um local onde as pessoas moram. Chamo de bairro porque é um terreno vazio e abandonado por pelo menos 8 anos. Chamo de bairro porque a dona do terreno é uma empresa que faliu e deve para a prefeitura local.
O bairro do Pinheirinho foi ocupado há cerca de 8 anos por uma população carente e sem moradia. Foi nesse local esquecido por Naji Nahas {{dono da empresa falida responsável, entre outras coisas, por quebrar a bolsa do Rio de Janeiro e diversas vezes condenado pela justiça}} que as pessoas da foto acima construíram suas casas, colocaram seus pertences. Aquele bairro é, por exemplo, o único conhecido pelas crianças no colo de suas mães. A fogueira atrás delas é facilmente explicável: madeira pega fogo rapidamente.
As casas são, na verdade, barracos. É esse o local que as pessoas da foto abaixo prometeram proteger com a vida.
Há quem ache que as pessoas da foto são radicais, bárbaros. E eu fico apenas me perguntando qual deles é o pai, tio, irmão, primo das crianças da foto acima. De onde surgiria tanta brutalidade em uma população que se manteve pacífica durante oito anos? De onde vem tanta raiva, tanta vontade de ficar?
Há quem diga que as pessoas, os cidadãos da foto estão exagerando. Para quê tanto escudo e capacete e pedaço de pau, para que tanta vontade?
O art. 144, § 5º, da C.F, preceitua que, “Às policias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil”.
“As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”.
O fato é que o terreno foi ocupado e cuidado por cerca de 8 anos por uma população carente. É fato que o terreno pertence a uma empresa falida. É fato que esta empresa falida deve ao município. E é fato que uma dívida do município é também dos munícipes. À luz da lógica pura, reta, racional sabe-se que o terreno é da população que ali está. À luz do coração, da humanidade, existiria alguma dúvida de que as coisas foram mal conduzidas?!
A tentativa de se atribuir ao governo federal a questão toda é simplesmente mal formulada, mal pensada. Mal intencionada. O governo federal pretendia… Bem, leia:
{{não acredite em mim – O Vale}}
A polícia, como vimos acima, atende aos desejos do Governador do Estado. O mesmo governador que se orgulha de ser católico, cristão. O mesmo governador que passou pela cracolândia e não se dignou a descer do carro, fazendo da tragédia um Simba Safari, como bem definiu Fábio Assunção {{não acredite em mim – JB}}. Qual a grande humanidade dos dois casos? O grande ensinamento de Cristo sobre o assunto? Não. Não consta, na bíblia, que Jesus tenha algum apego pela especulação imobiliária.
O Pinheirinho não foi invadido, foi massacrado. Assim como a cracolândia. Assim como a passeata questionando a proibição da maconha. Assim como… Sempre. Até quando?
Atualização
Em pequena pesquisa, sugerida por Daniel Fuentes no Facebook, chega-se ao seguinte:
O terreno em questão pertencia à família assassinada. Sabe-se que terrenos sem herdeiros vão direto para a prefeitura. Neste caso foi incorporado misteriosamente por Naji Nahas. É esse o terreno que a prefeitura tanto defende.
{{não acredite em mim – folha de São Paulo – 1 de julho de 1969}}
Já estava na hora de tirar esse povo dai!
muitos nem são de SJC!!
“O proprietário do terreno invandido deve ao municipio, mas invandir este terreno não os torna melhores que ele.”
GTambém lhe peço desculpas por discordar de vocë.
Agora é que vamos ver até que ponto o Naj Nahas é PROPRIETÁRIO do terreno (e que terreno!)
já está em investigação, pelo que sei, os anais da história seráo abertos agora, e entáo veremos
se a sua opiniáo permanecerá a mesma após saber a verdade nua e crua do PROPRIETÁRIO em
relação ao terreno.
O camarada quebrou a Bolsa de Valores do RJ, está envolvido em toda sorte de falcatruas,
e vocë o vem comparar aos humildes moradores do terreno grilado?
Faz favor, meu amigo.
falou tudo “Fernando Nascimento”, é concordo, moro proximo ao local é tenho amigos é colegas que moram lá é realmente ouve excessos de poder de uma policia despreparada, eles atiraram bombas de gás, fumaça é efeito moral dentro das moradias sem se importar com quem estivessem lá dentro. quanto aos saques é roubos que houve nada justifica a violência, tomara q o governo tome uma providencia pq a noticia já repercutiu pelo mundo.
Fora seus comentários pessoais, contra as pessoas, como foi seu comentário contra o governador do estado, o que tem a religião dele em tudo isso? comentário infeliz. Caro autor, desejo que se atualize melhor de seus fatos e não veja somente com o prisma que lhe convém, há várias facetas desse caso. E de suas várias afirmações, carecem da veracidade dos fatos.
Podem me chamar de preconceituoso ou o que for, mas gente que invade terra alheia pra mim é tudo bandido e vagabundo. Quer casa, vá trabalhar para conseguir. Pau nele mesmo.
Tem toda razão, Antonio. Você é mesmo preconceituoso.