Não tá fácil, não tá nada fácil. Parece que o menino Doria Junior acha mesmo que São Paulo é a sala de sua casa. E, se em janeiro ele estava apenas aquecendo os tambores, os primeiros dias de fevereiro mostram a que veio o novo gestor da São Paulo S/A {{antiga Prefeitura de São Paulo}}.
Os quatro semanais do retrocesso paulistano do mês de janeiro estão aqui, aqui, aqui e, humpf, aqui.
Carnaval
O gestor não gosta de bagunça. Então ele resolveu adotar algumas medidas, tais quais:
- Proibição de blocos de rua com mais de 20 mil pessoas {{não acredite em mim – G1}}
Como será a contagem? Não se sabe. Não se sabe também se o método de contagem será o utilizado pela PM em atos contra a Dilma {{nesse caso 5 pessoas viram 5 mil e os blocos terão de ser proibidos em quase sua totalidade}} ou se será o utilizados em atos a favor da Dilma {{aí nesse caso não muda nada, podem ter 3 milhões de pessoas que a PM vai dizer que eram 6}}.
Como será a dispersão caso o bloco tenha 20 mil pessoas e chegue mais uma? Vão dar pulseirinhas, jogar bomba de gás lacrimogênio, vão prender os foliões ? Não se sabe. Mas tá proibido. Isso é certo.
- Proibição de vias onde já existiam blocos de carnaval {{não acredite em mim – G1}}
O subprefeito de Pinheiros resolveu proibir algumas vias de receberem o carnaval. São elas:
– Avenida Paulo VI;
– Avenida Sumaré;
– Avenida Faria Lima (entre a Rua Teodoro Sampaio e Rua Hélio Pelegrino);
– Rua Teodoro Sampaio;
– Rua Cardeal Arcoverde;
– Rua Henrique Schaumann;
– Praça Benedito Calixto;
– Praça Horácio Sabino;
– Avenida Rebouças;
– Rua Butantã;
– Rua Paes Leme;
– Rua Eugênio de Medeiros;
– Avenida Eusébio Matoso;
– Rua dos Pinheiros (entre a Av. Pedroso de Morais e a Av. Brigadeiro Faria Lima);
– Avenida Pedroso de Morais;
– Alameda Santos;
– Avenida Nove de Julho;
– Avenida Cidade Jardim;
– Avenida Brasil;
– Rua Estados Unidos;
– Rua Groenlândia;
– Praça Edgard Hermelino Leite;
– Praça Dr. Julio Conceição Neves.
- Permissão de abadás
Os blocos terão a permissão para vender abadás, mas não poderão usar cordões para separar o restante do público dos foliões que tiverem comprado o traje.
- Cobrança de taxa para blocos de fora da cidade {{não acredite em mim – folha}}
“Para cada 1 real investido, a cidade tem 40 reais de retorno”, afirmou Haddad em 2016 sobre os blocos de rua
A cobrança de taxas para blocos de rua vindos de fora da cidade de São Paulo será feita este ano, graças ao Dória Jr. A decisão já afastou Daniela Mercury, que ano passado reuniu um número “incalculável” de pessoas {{a precisão da informação é do portal UOL – não acredite em mim}}.
Na prática o bloco já estava proibido, posto que ocorreu na avenida Rebouças, que está proibida de receber festas. A cobrança, de 240 mil reais por bloco, também afastou Carlinhos Brown do carnaval paulistano.
Segundo o ex-prefeito Haddad, o carnaval de rua é responsável por gerar mais lucro à cidade que o carnaval do sambódromo. O prefeito afirmou em 2016 que mais de 400 milhões de reais foram gerados à cidade por conta do carnaval de rua.
Guerra das tintas
O repórter fotográfico Léo Pinheiro foi preso sob a acusação de “obstrução do trabalho policial”. A prisão ocorreu quando o jornalista tentou documentar uma ação de revista da equipe da Guarda Civil Metropolitana {{GCM}} com uma senhora moradora de rua.
A Arfoc – Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo – informa que acionou autoridades como a Secretaria de Segurança Pública e que a repercussão do caso acabou pressionando os guardas, que mudaram a versão do ocorrido e afirmaram que Léo havia sido conduzido em condição de testemunha. “Claramente Léo foi desrespeitado, sofreu agressão verbal, ameaça de agressão física e em nenhum momento esteve na condição de testemunha. Foi preso!”, alega a entidade.
Democracia, né?
Corujão
A gestão tucana anunciou que foram feitos 100 mil exames. Mas a própria secretaria de saúde divulgou número divergente, segundo ela, foram feitos 79 mil exames {{55 mil ultrassonografias, 12 mil mamografias, 5 mil ecocardiografias, 5 mil tomografias e 2 mil exames de densitometria óssea}} e que destes, 61 mil foram realizados em instituições do setor privado.
Alguns médicos ainda citaram a falta de critério para a realização de exames, como se a gestão estivesse priorizando estes procedimentos sem necessidade, apenas para cumprir contratos com a gestão privada.
Além disso, a taxa de faltas nestes exames é de 30%, o que põe em dúvida a viabilidade do projeto.
Higienismo
A prefeitura segue retirando artesãos e food trucks das ruas. Na foto acima, barracas do Anhangabaú foram retiradas. Abaixo a PM e toda sua educação na retirada e prisão de um ambulante, na avenida Paulista:
Ônibus
Depois da tentativa mandrake de aumento das tarifas – que foi barrada pela justiça – João Dória renovou os contratos de ônibus por R$1,2 bilhão. O valor é o mesmo da última renovação feita emergencialmente, mas com uma diferença: os contratos não foram divulgados {{a prefeitura prometeu divulgar em meados de fevereiro, após o início da validade deles}}.
Aumento dos professores
Conforme anunciado no nosso último semanal, a gestão Dória resolveu tirar dinheiro dos corredores de ônibus e de construção de moradias populares para pagar um aumento/reposição salarial dos professores municipais. Dória, então, culpou a gestão Haddad. O blog já havia mostrado que a justificativa estava incorreta, mas agora o próprio Haddad resolveu falar sobre o tema:
Na nota enviada pela equipe de Haddad, o petista começa dizendo que “a peça orçamentária do exercício de 2017 foi encaminhada a Câmara Municipal em setembro de 2016 e, portanto, elaborada com as informações disponíveis até agosto de 2016”. “Depois de enviada ao Legislativo passou por revisões na Comissão de Orçamento e Finanças do Legislativo e com ampla liberdade para que a equipe de transição fizesse os ajustes orçamentários que julgassem pertinentes.”
O único pedido da gestão Doria foi o deslocamento de R$ 200 milhões de recursos do Fundo Municipal de Trânsito para a verba de publicidade. O objetivo seria divulgar ações do programa Marginal Segura.
“Algumas realocações orçamentárias foram propostas e aprovadas para que a peça orçamentária ficasse adequada ao novo governo, mas não houve por parte da equipe de transição pedido de ajustes em relação ao orçamento de pessoal da área de educação, o que teria sido prontamente atendido”, segue o texto.
{{não acredite em mim – Estadão}}
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