Um dia inteiro de protestos. Foi assim que as mulheres da Irlanda comemoraram o dia Internacional da Mulher. Os atos começaram na parte da manhã e seguiram por todo o dia. No final da noite, ainda havia reflexos no trânsito provocados pelas marchas em defesa do direito de decidir.
O aborto é proibido na Irlanda mesmo depois de um apelo da ONU para que o governo irlandês abolisse a Oitava Emenda que proíbe as mulheres de interromperem a gravidez ainda que em situações de risco à vida da mulher. Um relatório da Anistia Internacional de 2015 concluiu que as restritivas leis de aborto do país “violam os direitos das mulheres e das meninas”. Grupos como o Strike For Repeal e March for Repeal lutam há anos pela realização de um referendo sobre o tema.
Ao final da noite de quarta-feira, manifestantes que são a favor da manutençao da proibição também se reuniram em frente ao parlamento irlandês, destino final de uma marcha pelo fim da proibição. Não foram registrados conflitos.
Um grupo de brasileiras acompanhou a marcha na parte da manhã e levou cartazes pedindo a volta da democracia no Brasil. “Uma mulher honesta foi vítima dos grupos machos de poder” explicava uma delas aos irlandeses. O grupo recebeu a simpatia dos outros manifestantes que pediam para tirar fotos dos cartazes pedindo a volta da democracia no Brasil e #ForaTemer.
PARA OS ATIVISTAS NO BRASIL
Em meio às milhares de pessoas vestidas de preto, um pequeno número de homens e mulheres com colete cor de rosa circulava distribuindo cartões com os dizeres “LEGAL ADVICE – ARREST “NO COMMENT”. Os ativistas do Independent Legal Observers Ireland acompanharam de perto os movimentos. Criado em 2011, o grupo atua na defesa dos direitos civis em caso de abuso de autoridade e outros excessos.
Fotos: Samanta Silveira e Fernanda Otero