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Cortes na Educação ameaçam articulação política de Bolsonaro

Mais de 200 cidades realizaram ontem, 15 de maio, protestos contra os cortes na Educação. O ministro Abraham Weintraub foi à Câmara defender os cortes de mais de 7 bilhões de reais no orçamento do MEC para o ano que vem. Próximo ato já está marcado para o dia 30 de maio.  

Mais de 1 milhão de pessoas, majoritariamente estudantes e professores, foram às ruas em mais de 200 cidades no país, protestar contra o ministro Abraham Weintraub e o governo Bolsonaro, após o anúncio de cortes na ordem de 7,4 bilhões de reais para o orçamento do Ministério da Educação para 2020.

Os protestos foram manchetes dos principais jornais do país:

Esta foi uma das maiores manifestações desde que Bolsonaro assumiu em janeiro deste ano, mantendo um governo absolutamente confuso e inerte politicamente, cujo principal objetivo – a Reforma da Previdência – segue indefinido e com um Presidente que para apagar incêndio vem utilizando declarações como “São uns idiotas úteis”, referindo-se aos manifestantes de todo o país.



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Os protestos de ontem confirmaram ao Congresso Nacional que o governo não possui a segurança que julgava ter nos primeiros meses de mandato. Seguindo uma agenda própria, Rodrigo Maia e os parlamentares vêem a confusão e a falta de articulação política ameaçarem a agenda do mercado financeiro.

Atos contra cortes na educação param o país

Foto: Victor Amatucci /ImprenÇa

Falta de estratégia política

O ex-Presidente Lula afirmou em entrevista à BBC que Bolsonaro não parece ter uma estratégia ou plano político para fazer cumprir sua agenda.

E a afirmação do ex-Presidente Lula parece mesmo ter eco na realidade. Em uma semana, Bolsonaro afirmou que tem um compromisso com Sérgio Moro de indicá-lo ao Supremo Tribunal Federal; o filho do atual Presidente, Flávio Bolsonaro, passa por uma devassa nas contas públicas, o que poderia acabar em prisão de Queiroz, o laranja oficial da família; e diversos deputados do PSL afirmam à boca pequena que Jair Messias está sendo chantageado por Rodrigo Maia.

Ao tentar associar as universidades públicas ao Partido dos Trabalhadores, o governo do PSL faz um favor à esquerda. Num país onde a educação e a segurança foram as principais pautas das últimas eleições, Bolsonaro parece não entender a fragilidade de seu discurso.

Para eleitores, saúde e violência são os principais problemas do país

{{não acredite em mim – Folha de São Paulo}}

Estudantes paralisam rodovia

Às 11h45 de ontem, 15 de maio, estudantes da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP – Leste) também engrossaram os protestos contra Bolsonaro, fechando os dois lados da rodovia Ayrton Senna e colocando fogo em entulhos para constranger motoristas que tentavam ignorar as manifestações nacionais.

A rodovia permaneceu fechada por cerca de 45 minutos até que a Polícia Militar dispersou o ato. Com armas de fogo em punho, atiraram bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra os estudantes. Segundo os relatos de pessoas presentes ao protesto, a PM não tentou dialogar ou propor alternativas.

Confira o vídeo:

Protestos nos EUA

Em viagem aos EUA, onde afirma que receberá prêmio que lhe foi vetado pelo prefeito de Nova York, Bolsonaro também foi alvo de protesto por cerca de 30 pessoas que pedia, em Dallas, o cancelamento do encontro com empresários. O presidente do “World Affairs Council of Dallas and Fort Worth”, Jorge Baldor, afirmou que não convidou Bolsonaro e que ele não receberá nenhum prêmio do conselho.

Nós não o convidamos, ele se convidou. E não há nenhum prêmio para ele.

A esse grupo se somam metade dos 14 vereadores de Dallas, que assinaram na tarde da última terça-feira uma carta contra a visita do Presidente à cidade {{não acredite em mim – O Globo}}

Ao mesmo tempo a assessoria do ex-Presidente americano George W. Bush afirmou ter sido surpreendida com a visita de Bolsonaro ao ex-Presidente norte-americano. Bolsonaro afirmara que sua viagem havia sido organizada por Bush, mas a assessoria negou, embora tenha aceitado recebê-lo.

O ex-candidato e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, fez piada sobre o caso no Twitter:

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