Indicado pelo presidente Lula em 2003. Primeiro negro a ocupar uma cadeira no STF, fazia parte do Ministério Público Federal antes de ser nomeado. Participou de votações de destaque como a questão das cotas raciais para universidades federais {{aprovada}} e a união estável para pessoas de mesmo sexo {{também aprovada}}.
Em 2012 foi relator da Ação Penal 470, o famigerado ‘mensalão’ do PT.
Joaquim Barbosa ganhou popularidade pelos diversos julgamentos espalhafatosos dos quais fez parte. Sempre polêmico e se colocando ao lado da moral e dos bons costumes, ajudou a aprovar a questão das cotas raciais para universidades públicas, a união civil estável para casais de mesmo sexo e foi relator do julgamento do mensalão.
Na tentativa clara e óbvia da revista Veja de contrapor uma figura simbólica e de extrema importância da esquerda {{falo de Lula, óbvio e ululante – pegou o trocadalho?!}} produziu a seguinte capa:
Fato é que Joaquim Barbosa fora eleito para ser o queridinho da elite financeira do país. Negro e de origem pobre humilde, soube conquistar seu lugar ao mundo bem no estilo american way of life, digno do pensamento retrógrado de quem acha que só é pobre quem é preguiçoso. Disso, obviamente, Joaquim Barbosa não tem culpa. Fizeram dele este ídolo.
Mas à medida que o julgamento da AP 470 começou a ganhar força, algumas manifestações de, digamos, vontade de ser autoritário foram surgindo com certa força…
{{não acredite em mim – Estadão}}
http://www.youtube.com/watch?v=8GGBfXpPBOw
Ele teria feito isso por criticar o aumento nos gastos públicos… Mas daí…
“O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, quer ir além do reajuste de 5,2% no salário dos ministros daquele corte previsto para o ano que vem. Por isso, encaminhou hoje projeto de lei à Câmara dos Deputados propondo que, em cima deste percentual estimado, seja aplicado mais 4,06%, totalizando um aumento de 9,26%. Com isso, o valor atingiria R$ 30.658,42 a partir de 1º de janeiro de 2014. Se aprovada, essa remuneração passa a ser o teto salarial do funcionalismo público e tem efeito cascata para a magistratura.
{{não acredite em mim – O Globo – grifos por conta do blog}}
{{não acredite em mim – Terra}}
Fato é que, apesar de sua vontade, a plenária do STF aprovou os embargos infringentes para os réus com 4 ou mais votos contrários à sua condenação, embargos que deverão ser julgados no início de 2014. Ano de eleição.
Ano também que o mensalão mineiro / tucano prescreve. Coincidências da vida…
Joaquim Barbosa, em decisão inédita, mandou prender os condenados {{todos}} antes do final do julgamento. E o fez em meio ao feriado de 15 de novembro, nada mais midiático. Mandou colocá-los em um avião da FAB.
A notícia pegou a todos de surpresa. Não só pelo fato raro de que se mande prender em meio a um feriado, mas pela quantidade de erros técnicos envolvidos na decisão…
Segundo Bandeira de Mello, o fato de Barbosa ter mandado para o regime fechado pessoas que haviam sido condenadas ao semiaberto e a expedição de mandados de prisão em pleno feriado da Proclamação da República sem as respectivas cartas de sentença (emitidas 48 horas depois) contrariam a legislação e poderiam motivar o afastamento de Barbosa.
{{não acredite em mim – IG}}
Os corredores em Brasília especulam uma provável aposentadoria adianta de Joaquim Barbosa no começo de 2014 para uma candidatura à presidência. Segundo o Caipira safado que ora vos escreve ouviu, seria uma candidatura de vice-presidente pelo partido de Aécio.
Há quem diga que a candidatura será sem Aécio e por um partido menor, com Barbosa como candidato principal. E há quem pense que ele não sai nesta candidatura, mas em 2018.
E é sobre isso que o blog especula…
Os dilemas de Barbosa
A situação de Barbosa é muito parecida com a situação pela qual passou Marina Silva. Ou assume parceria com algum partido de oposição ou aceita se candidatar por um partido menor, onde possa ser o nome principal. Criar um partido, para 2014, já não é possível…
Mas o que ganha Barbosa ? Em uma candidatura própria, por um partido pequeno, Barbosa conseguirá manter a imagem de salvador da pátria, dos bons costumes e da ética nacional.
É a desculpa perfeita para quem ache que todo político é corrupto, posto que na visão das pessoas {{sinta-se a vontade para não se incluir entre estas ‘pessoas’}} ele não é político e, portanto, o homem ideal para limpar essa sujeira toda {{e o blog fica se perguntando se ele vai pegar uma vassoura e cantar ‘varre varre vassourinha’}}.
Neste caso ainda restariam algumas perguntas:
- Com quem Joaquim Barbosa se aliaria?
Em caso de vitória é fácil prever, mas antes disso ocorrer, com quem Barbosa faria aliança para conquistar tempo de televisão {{não apenas no horário gratuito mas, principalmente, nas inserções nos intervalos de novela, por exemplo…}} ?
O PSDB terá candidato próprio, o PSB também. O DEM, muito provavelmente poderia se aliar a Joaquim, mas só os dois é muito pouco. E o DEM sabe disso. Juntar DEM, PPS e o PJB {{partido do Joaquim, seja ele qual for}} seria uma saída. Mas, ao mesmo tempo, seria o fim do PSDB que não teria com quem se aliar. Fica difícil acreditar que DEM e PPS deixariam o PSDB a ver navios, especialmente em âmbito nacional. A chance desta parceria ocorrer seria, portanto, mínima.
O PSB de Marina Silva trará o apoio dos evangélicos, com quem Marina tem boa entrada e com quem Joaquim Barbosa, um dos que aprovaram a união estável entre pessoas do mesmo sexo, não é bem visto.
O PMDB, PCdoB e demais partidos da base aliada do governo dificilmente abandonariam o navio, especialmente com as pesquisas indicando vitória no 1º turno de Dilma Roussef {{o blog acredita na vitória da Dilma em 2º turno}}.
Esse cenário deixaria Barbosa com um grande início nas pesquisas, mas que se perderia à medida em que as propagandas de televisão começassem. Mais ou menos o fenômeno que ocorreu com Celso Russomano na prefeitura de São Paulo em 2012.
- Como ficaria o julgamento da AP 470 ?
Seria um tiro no próprio pé sua candidatura. Ficaria claro no mundo todo {{lembrem-se que Pizzolato está na Itália pedindo novo julgamento}} que o julgamento foi uma medida eleitoreira {{e aqui você não precisa acreditar nisso, estou apenas explicando que esta seria a imagem passada ao mundo}} e que os presos são, de fato, políticos.
- Como ficaria a credibilidade do STF
Certamente a mistura entre os poderes é das medidas mais prejudiciais à democracia. Em menos de 3 meses um juiz que lutou pela condenação de líderes do partido do governo se candidatar pela oposição deixaria clara esta mistura pouco desejada.
Seria um mal à república e ao amadurecimento de nossa democracia…
Esperar 2018
Caso opte por esperar até 2018, Barbosa terá como vantagem o fato da mistura Justiça e Executivo não ser tão clara. Também poderá optar por se candidatar por um partido mais tradicional e ter alianças que o permitam ter tempo de televisão suficiente para uma candidatura forte.
No entanto ele sofreria do mesmo mal que sofreu Marina Silva. O risco de ficar sem cargo e, portanto, sem visibilidade. A política, já me disse um amigo, é como o futebol… Quem se mexe tem preferência…
Caso opte por permanecer no cargo até a proximidade das eleições de 2018, voltamos ao mesmo ponto da candidatura dele em 2014…
Qualquer que seja o caminho escolhido por Joaquim Barbosa, ele não será fácil. Especialmente para alguém tão acostumado em decidir sozinho e sem a necessidade de ouvir as bases. Na política isso tende a não funcionar…