Estava evitando falar desse assunto, digamos, tão pragmático. Mas não dá para evitar, quando um assunto cai nas graças do polvo, só nos resta comentar {{para quem comentou o BBB nem é preciso assim tanto esforço}}.
É claro que não carece de lembranças as tantas difamações do jornal contra a própria Dilma. Não sendo pouco o fato de ter ajudado a ditadura {{não acredite em mim}} ainda resolveu dizer que a ditadura, na verdade, foi uma “Ditabranda”:
Em realidade é até justificável que, uma vez percebido o erro de ajudar a ditadura, você chame de Ditabranda, como quem tenta pagar da memória, do legado, as mazelas causadas por um erro crasso como este. É bem verdade que assumir os erros não é o caso da grande ImprenÇa, motivo pelo qual seguem as reiteradas amenizações à ditadura.
Também é verdade que o jornal publicou fatos para lá de excusos e discutíveis, tais como:
Como simplesmente apoiar a ditadura é pouco, a folha fez questão de censurar um outro blog {{CENSURA EU, FOLHA!!}} que fazia críticas. O motivo alegado é meramente artimanha jurídica {{uso indevido da marca}}.
Apesar de tudo isso, Dilma foi à festa dos 90 anos do jornal.
E, ao contrário de meus colegas Maria Frô e Eduardo Guimarães, eu compreendo. Considero extremamente discutível e questionável o pragmatismo político, mas entendo, compreendo e até acho que é uma boa tática. Sim, boa tática.
Afinal a política nada mais é do que uma guerra {{ideológica}}, uma disputa de forças onde um grupo ameaça com algo e outro com outro algo {{que português, bunitu!}}. A verdade é que, esperamos todos que votamos nela, ela tentará {{e, possivelmente, aprovará, embora com restrições}} aprovar um marco regulatório de imprenÇa. Regras para a condução ética do jornalismo.
E que melhor argumento contra a frase mais dita pela imprenÇa atual {{regular = censurar}} do que um monte de fotos mostrando a própria presidenta na festa do jornal?! A verdade, pessoas, é que a política é um mundo onde não há espaço para limpinhos. É verdade também que não é preciso ser corrupto para isso. Mas o pragmatismo, as alianças e negociações estarão sempre presentes.
Oposição ou situação, seja o lado qual for, você vai precisar negociar com alguém com quem já disputou. Vai ter de estender a mão para seres que outrora você chamou {{ainda que tenha razão}} de injustos, sem honra ou seja como for que você chame o PMDB {{ato falho, desculpe}}.
Enfim, dá nojo, dá asco, mas é preciso ter o PMDB como aliado no Legislativo, como é preciso ceder às grandes corporações e jornalecos como folha. Faz parte do jogo. Que é sujo por natureza.
E mesmo quem não tem
Coragem pra suportar
Tem que arranjar também
Coragem pra suportar
Ou entãoVai emboraVai pra longeE deixa tudoTudo que é nadaNada pra viverNada pra darCoragem pra suportar
{{não acredite em mim – Gilberto Gil – ouça a música aqui}}
De acordo, não há lugar pra intransigência na política, tem que jogar o jogo, enquanto a esquerda se divide por ideias a direita se une pela grana.
PSOL e PSTU estão aí para mostrar o quanto é inviável ser ortodoxo na política.
PS – O ImprenÇa é leitura obrigatória!!!
Eu fico só imaginando quantos “jornalões” já não tinham editoriais prontinhos para espinafrar a Dilma por não ter ido à festa da falha, ops, folha… Imagino a cara de tacho que ficaram, tendo que reescrever tudinho.
Se ela não fosse falariam mal, ela foi, vão falar mal do mesmo jeito, então concordo com que ela tenha ido, afinal ela é A PresidentA, de todos: aliados, inimigos, blogs sujos, PiG…
Sem contar que foi bom ela ter ido até lá esfregar na cara de todos que é superior às baixezas com as quais foi atacada, foi um modo de provar que apesar de bombardeada de todos os lados pelos próprios donos da festa, ela sobreviveu, superou, e eles vão ter que a engolir.
Só espero que ela tenha tomado um bom banho de arruda com sal grosso quando chegou em casa.
PS: aguardo com ansiedade pueril-natalina o lançamento do marco regulatório de imprenÇa.