Ricardo Kotscho é entrevistado pelo Jô e diz ao grande público aquilo que o leitor do ImprenÇa já sabia. Regulamentação da mídia não tem nada a ver com censura.
Á época eu procurei mostrar {{é só clicar no link acima}} motivos práticos pelos quais o ‘projeto de projeto’ governista era apenas uma ideia de por onde os parlamentares poderiam seguir, um norte, simplesmente.
Temos a todo momento matérias demonstrando o quão ríspido e rígido é o governo com a questão da imprenÇa que, por vezes, distorcem fatos para mostrar que na verdade é tudo parte de um plano para calar a grande massa crítica e imparcial comandada pelos arautos da Veja e da folha.
“O Estadão ajudou o golpe de 1964, fizeram reunião dentro do jornal que acabaram implantando a censura no Brasil. A folha demitiu o Cláudio Abramo que era um grande diretor de redação a pedido dos militares… aí ninguém falava em liberdade de imprensa”
A frase é forte e é de Ricardo Kotscho, entrevistado de Jô Soares sobre a tal regulamentação da mídia:
http://www.youtube.com/watch?v=iCJTYI7rgIo
E agora, Otávio e Mesquita?
E quem é Ricardo Kotscho?
“Ricardo Kotscho, 62, é repórter. Jornalista desde 1964, já trabalhou em praticamente todos os principais veículos da imprensa brasileira (jornais, revistas e redes de TV), nas funções de repórter, editor, chefe de reportagem e diretor de redação. Foi correspondente na Europa nos anos 1970 e exerceu o cargo de Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República no governo Luiz Inácio Lula da Silva, no período 2003-2004. Ganhou os prêmios Esso, Herzog, Carlito Maia e Cláudio Abramo, entre outros. Em 2008, foi um dos cinco jornalistas brasileiros contemplados com o Troféu Especial de Imprensa da ONU.”
Fica bastante claro que a preocupação da imprenÇa é, em realidade, com a falta de responsabilidade que hoje é permitida. Não se fala em discutir o assunto, qualquer frase que contenha as palavras: “imprensa”; “órgão regulador”; “responsabilidade” e “punição” é simplesmente traduzida como “Censura à imprensa”. É mais ou menos como usar o Google Tradutor para um texto de Latim ou Grego Clássico. Até sai alguma coisa, mas o sentido fica “Lost in Trasnlation” {{ok, acho que bati o recorde de metáforas, piadas ruins e trocadilhos num só parágrafo}}.
Existem diferenças claras e óbvias entre a censura e a punição por conteúdo inapropriado {{calma apressadinha e rapidinho, ainda vou falar de quem julga o que é inapropriado}}. A mais evidente talvez seja a seguinte:
A censura é feita antes do conteúdo sair e a punição pelo conteúdo inapropriado é feita depois que o público já viu o que causou a punição.
A cambada, em geral, se esquece destas coisas simples. Como é que vou censurar algo que já foi visto por todo mundo?! Você pode, claro, impedir que algo continue no ar ou no jornal, portal, etc. Mas, alguém já terá visto. Vou dar um exemplo prático.
Num mundo com censura a folha não poderia ter publicado antes da hora, que um senador morreu. Em um mundo com regulamentação da imprensa a folha seria multada / advertida / similares por ter dito que alguém de relevância nacional morreu, quando este ainda está vivo.
Ou seja, as pessoas saberão aquilo que foi proibido, bem diferente de uma censura onde você apenas lê o que já foi aprovado.
O fato é que a mídia finge não saber a realidade.
Nega? E quem afirmou?! |
A coisa funciona assim: ninguém tem a menor dúvida de que não haverá censura, aí o repórter vira e pergunta: “Ei, verdade que a Dilma quer censurar a imprensa?” E o coitado se vê obrigado a dizer “Não, claro que não”.
Pronto a manchete está feita. Podia ser outra, se a folha fosse um tiquinho mais corajosa faria a seguinte manchete:
Dilma nega ser assassina
Como foi dito pelo tal entrevistado {{atenção para a ironia}} o que o Estadão chama de ‘censurado há 897436352452829 dias’ é, em realidade, uma decisão judicial favorável ao Sarney, proibindo a divulgação de fatos.
Você não sabe, mas vou dizer, a proibição ocorreu porque o processo corre em segredo de justiça, quem julgou isso? O judiciário, aquele poder que foi chamado de apolítico por Montesquieu, tiozinho nada ingênuo que se baseou em outro tiozinho, um tal de Platão, para separar as coisas em 3 poderes…
Imagine você que a coisa fosse mesmo censura, como o estadão diz e pergunte-se se seria possível uma página “Especial sobre a censura” como fez o jornal dos Mesquita. Incrível, não é?!
{{não acredite em mim}} |
Assim como no Wikileaks, o problema é o limite. Meu medo é que o termo “ministério da verdade” apareça no nosso país. 🙂
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