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O jornal “O Estado de São Paulo” traz hoje um editorial criticando o que foi chamado de “movimento contra o golpismo da mídia”. A Folha de São Paulo também publica um artigo sobre o assunto. Calado que me mantive, hoje revelo minha opinião sobre a liberdade da ImprenÇa.

 

Se você nunca ouviu falar do “Ato em Defesa da Democracia” {{também conhecido com “Ato contra o golpismo da mídia”}} visite este link do MariaFro e descubra {{não acredite em mim}}. Foi um ato organizado por alguns blogs e jornalistas contra a parcialidade das grandes mídias nestas eleições.

O ato começou a ser divulgado na quinta-feira, muito antes do comício de Lula em Campinas {{ocorrido no sábado}} onde o presidente convida o público a prestigiar o mesmo evento.



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Hoje li dois artigos que me fizeram querer publicar este post-editorial. Já cansei de dizer que considero que o justo e correto é cada emissora publicar logo quem está apoiando nestas eleições. Eu mesmo já divulguei meu voto aqui para que você leitor(a) tenha em mente exatamente até onde pode ir minha imparcialidade. De fato perco um sem-número de visitas por não escrever posts de campanha.

Não considero que os posts que aqui escrevo façam campanha política, muito embora, por vezes sou tachado como petista, tucano, ficar em cima do muro etc. É um preço que prefiro pagar.

Acho improvável {{melhor seria dizer IMPOSSÍVEL}} que qualquer pessoa com opinião política fale deste assunto sem ser um mínimo que seja parcial. Motivo este que já seria suficiente para a publicação do meu voto.

Ainda mais improvável que um jornal do tamanho do “O Estado de São Paulo” ou da rede “Bandeirantes” consiga ser imparcial quando os próprios donos tem sua opinião fortemente ativas {{para ser bacaninha com eles}}.

O editorial do estadão {{“O desmanche da democracia”}} emprega as seguintes palavras, ao criticar o “ato contra a mídia golpista”:

As invectivas contra a imprensa, por exemplo, foram a senha para o PT e os seus confederados, como a CUT, a UNE e o MST, promoverem hoje em São Paulo um “ato contra o golpismo midiático”. É como classificam, cinicamente, a divulgação dos casos de negociatas, cobrança e recebimento de propinas no núcleo central do governo.

Ora, á democracia cabe, inclusive, o direito de reclamar de como são divulgadas as informações, pela imprenÇa. Ou não? É importante ressaltar que não é de hoje que as informações chegam deturpadas ao grande público.
O “chefe da quadrilha” {{ou demônio como ironicamente defini}} foi cassado por uma acusação. O acusador foi cassado por não conseguir provar a acusação. Não sou eu quem diz, está lá, no texto da CPI, até a Folha de São Paulo publicou:
jefferson
Pouco importa a realidade. Nestes casos vale a máxima daquela piada que ouvíamos quando criança:
Qual a diferença entre um médico e um jornalista?
O médico pensa que é Deus. O jornalista tem certeza.
Então me parece claro e óbvio que os ataques do editorial hoje publicado são motivados por um descrédito cada dia maior do próprio jornal. Ou alguém duvida que Dilma será eleita, não importa o que publiquem os jornais?
Esta dúvida nem mesmo o estadão possui, ainda no mesmo editorial:
O lulismo promove a execração da mídia porque ela se recusa a tornar-se afônica e, nessa medida, talvez faça diferença nas urnas de 3 de outubro, dada a gravidade dos escândalos expostos
Ninguém em sã consciência pretende deixar afônica a imprenÇa. Ainda que ela descaradamente apóie o PSDB, não há uma alma que considere ameaçada a liberdade de dizer aquilo que pensa. Liberdade em excesso {{mas aí sou eu quem diz, não o Zé}} é bom que se diga. Porque, até onde meus pais me ensinaram, liberdade é boa só com responsabilidade. Isso não vem acontecendo.
O bom artigo de Janio de Freitas {{não acredite em mim – link para o site de Nassif, pois o da Folha é só para assinantes}} comete alguns deslizes, mas diz mais ou menos o que penso quando fala:
No outro lado, nenhum fato sustenta a ameaça à democracia atribuída a palavras ou atos de Lula.
Nada justifica a preocupação com a liberdade imprenÇa no Brasil. Nada. O simples fato do editorial do estadão poder ser publicado já desmente qualquer consideração em contrário.
No entanto, isso não invalida por inteiro as argumentações do jornal. Eu não faria com tanta veemência mas não discordo por inteiro quando o editorial critica o tempo e energia que Lula tem gastado na campanha para eleger Dilma.
Não me entendam mal. É claro que isso é prática comum, que FHC fez o mesmo e que faria novamente, se fosse dar certo. Não me importa, está errado. A política não é para santos e tudo mais, sei disso. Mas está errado.
Não considero também que um golpe seja a intenção da mídia. Golpe é palavra que deve ser resguardada, como a palavra censura. Não se pode usar assim, de qualquer jeito, sob pena de serem amenizadas.
Não há censura. Não há golpe. O que existe, em larga escala, é manipulação. De todos os lados. É incidente do metrô que vira sabotagem, é falha técnica que vira repórter em campanha. Do lado de cá quero estar tranquilo. Podem me xingar, podem dizer que trabalho pra direita ou para esquerda. A minha não é te agradar.
E acreditem em mim quando eu digo {{não acredite em mim}}. Por mais contraditório que pareça.
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