O demônio em forma de gente, filho do demônio em forma de partido, resolveu fazer uma crítica às liberdades editoriais da grande mídia. É o fim do mundo ou não é?!
Não é Uma questão de opinião. Não interessa se você gosta ou não do Zé Dirceu. Se acha que ele é honesto ou corrupto. A questão que quero discutir é a manipulação feita do discurso dele, em palestra privada, até chegar aos grandes jornais.
Vamos, primeiro às manchetes:
{{não acredite em mim – Estadão}} {{não acredite em mim – Estado de Mina}}
{{não acredite em mim – Josias}} {{não acredite em mim – REInaldo}}
Justiça seja feita, o único que tratou o assunto com um mínimo de decência foi o Josias de Souza, ainda que eu já tenha o criticado, foi o único que reproduziu quase como realmente foi dita a frase de José Dirceu, a saber:
Dizem que nós queremos censurar a imprensa. Diz que o problema é a liberdade de imprensa. O problema do Brasil é excesso, bom, é que não existe excesso de liberdade, mas o abuso do poder de informar, o monopólio e a negação do direito de resposta e do direito da imagem. Que está na Constituição igualzinho a liberdade, a Constituição não colocou o direito de resposta e de imagem, a honra, abaixo ou acima da proibição da censura e da censura prévia, corretamente, ou do direito de informação e da liberdade de imprensa, de expressão. São todas cláusulas pétreas.
{{não acredite em mim – aqui tem quase a íntegra do discurso dele}}
Volto à frase inicial, não me importa a tua ou a minha opinião sobre o demônio Zé Dirceu mas a manipulação feita de suas declarações. Eu mesmo já critiquei o excesso de liberdade de imprensa, aliás o blog existe por isso.
Agora leia qual foi a tradução da frase para cada um dos meios:
{{Eeee Caipira burro, a matéria é a mesma, vai ficar copiando tudo ?!}}
Uma frase que critica a falta de isenção passa a ser uma frase que critica o excesso de liberdade, como se Dirceu fosse a favor da censura prévia dos jornais. Ainda que ele seja {{não é, mas ainda que fosse}} não foi o que ele disse. E não cabe à imprenÇa distorcer aquilo que foi dito, apenas noticiar e/ou opinar, quando for o caso.
Mais do que isso ele disse uma frase criticando a mídia e a frase tornou-se, magicamente, uma crítica à Sarney e Calheiros. Vejam:
Aquele movimento anti-Renan Calheiros, anti-Sarney… vocês não vão acreditar que eles são éticos, né?
Eu não sou nenhum mestre em língua portuguesa, tampouco doutor, mas o pouco que aprendi até aqui diz que as palavras “eles são éticos” referem-se ao sujeito da frase “aquele movimento anti-Rena Claheiros, anti-Sarney”. Até porque Dirceu nunca foi burro {{não dá para ele ser tudo, né?!}}e não criticaria aliados de maneira pública.
Mas a frase tornou-se
Eu usei como fonte do discurso uma matéria do Jornal O Globo {{link já foi posto logo ali em cima}}, mas o próprio Zé Dirceu desmentiu as manipulações em seu blog, num post razoavelmente curto:
Se quiser ouvir da boca dele o que ele disse vá até o jornal O Globo {{não acredite aqui}}
Levem a sério quando eu digo {{NÃO ACREDITE EM MIM}}