Quem Marina Silva irá apoiar no segundo turno? Quem o PV irá apoiar no segundo turno? E que força teriam estes apoios? Hoje uma tentativa de responder à pergunta…
Quando a eleição chegou houve uma polarização {{racional, é bom que se diga}} entre Dilma e Serra. Lembro aos senhores que as pesquisas iniciaram o ‘ciclo eleitoral’ dando vitória ampla de José Erra, enquanto que análises mais profundas mostravam o potencial de crescimento de Dilma {{eu mesmo comentei sobre isso}}.
Ninguém deu lá muita bola para uma Marina, recém saída do PT, recém saída do Ministério do Meio Ambiente, recém descoberta pelos eleitores. Marina tem propostas, é bom que se diga {{e os “marineiros” lembrem que eu disse isso, porque agora vou fazer um monte de críticas}}.
No entanto a opção Marina Silva não foi a opção do discurso aberto, amplo, de propostas. Aliás, nenhum candidato fez da campanha um espaço para divulgar propostas, exceto faltando muito pouco para as eleições, quando José resolveu que o salário mínimo deveria ser R$600, e a Dilma resolveu lembrar que planejou o PAC 2. Marina não. Continuou com o discurso que vinha apresentando.
Enquanto a maior parte das pessoas preocupava-se com Tiririca e seus similares a minha maior preocupação sempre foi outra. A total ausência de discurso coerente dos candidatos {{tenho post para provar que disse mesmo}}. Todos os candidatos. Vale, inclusive para a minha candidata, Dilma.
Ao final da campanha, no entanto, a coisa mudou de figura. Plínio recebeu como resposta da famigerada pergunta sobre o aluguel compulsório {{que Dilma demorou 3 debates para responder, porra Dilma!}} a certeza de Dilma de que a população não quer aluguel compulsório mas casa própria, bem ali a coisa mudou.
Até Serra, que passou toda a campanha na base do “eu sou do bem”, resolveu falar de coisas concretas {{os economistas dirão: “nem tanto”}} como salário mínimo de R$600,00.
Marina continuou no “é preciso ter planejamento e visão estratégica”. Só um integrante do CQC {{ e isso é o que mais me preocupa}} é que poderia cogitar a hipótese de que um presidente eleito não tem planejamento, ou visão estratégica. Eu, repito, voto na Dilma. Mas é um erro achar que Serra não tem planejamento. Ou que Dilma não tenha. Ou que Marina não tenha.
O preocupante, em minha opinião, é que as pessoas acreditam piamente no politicamente correto. No “responsabilidade social”. Quando é, no máximo, política para melhorar a imagem. Como quando o Pão de Açúcar {{o mercado}} faz coleta seletiva do lixo. Ele não está preocupado com o meio ambiente, mas com sua própria imagem.
O fato é que cerca de 20% dos eleitores votaram na mulher acima. Baseado nas propostas, na religião, no politicamente correto ou no discurso vago, isso jamais saberemos e também pouco importa.
Importa é que o 2º turno está aí e supõe-se que ela terá de apoiar alguém. Minha opinião? Meu palpite? Eu considero que o PV irá apoiar aquele que oferecer mais. E não sei se o apoio vale muita coisa, não senhores.
É preciso esclarecer que o blogueiro aqui considera que o apoio de Marina e o apoio do PV são duas coisas bem distintas. Tenciono acreditar que Marina está mais próxima de Dilma pelo tempo que passou no governo Lula e que o PV está mais próximo de José Serra, ou do PSDB.
Não considero que Marina poderia dizer às claras que prefere Dilma se o partido considerar que o apoio ao PSDB é mais favorável.
De modo que Marina teria que engolir a própria história e calar-se ante o apoio do partido. É bem verdade também que Gabeira fez campanha ao lado de Serra mesmo tendo por trás de si o PV. Mas foi repreendido e calou-se.
A disputa agora é quem vai arrebanhar o maior número de eleitores. Informações dão conta de que Lula teria ligado para Marina durante as apurações. Serra teria feito o mesmo. Serra, aliás, que começou uma série de elogios à mesma Marina que criticou no debate da Globo. Marina que criticou as alianças do PT e a falta de visão do PSDB. Será obrigada a entrar para o time dos nefastos {{como as alianças que sempre criticou}}.
A política, como sabem, não é lugar de gente santa. Melhor seria dizer que as alianças não são coisa do demônio {{com o proposital trocadilho religioso}}. Vergonhoso é saber que seu próprio partido serve tanto à centro-esquerda quanto à centro-direita. E aí temos o tal ‘fisiologismo’.