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Por volta das 21h30min da última sexta-feira (4), cerca de 1500 trabalhadores e trabalhadoras se reuniram em pontos diferentes da cidade de São Paulo para ocupar terrenos na Zona Sul e Leste da capital, além de outro em Embu das Artes, cujo terreno fica ao lado do Cemitério da Paz.

Foto: Victor Amatucci

Foto: Victor Amatucci

 

As ocupações que são ligadas ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) entraram madrugada adentro e fazem parte de uma série de outras ações que ocorrerão em todo o país nos próximos dias/meses, como forma de luta dos trabalhadores e das trabalhadoras que precisam de um teto.



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O MTST tem propagandeado a necessidade de manutenção dos – poucos – direitos assegurados no últimos anos, como a CLT, que já corre riscos {{não acredite em mim – O Globo}}; as verbas de educação e saúde {{não acredite em mim – folha}}, etc.

As ocupações do fim de semana aconteceram no mesmo dia em que a polícia invadiu a Escola Florestan Fernandes (ligada ao MST), no interior de São Paulo, com uma desculpa mais descolada da realidade que os óculos escuros em memes da esquerda. Já o slogan – MTST, a luta é pra valer! – do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto não poderia ser mais real.

Enquanto se vê pela internet memes de óculos escuros, vomitaços e outras manifestações virtuais, Guilherme Boulos e outras lideranças do MTST tem ido às ruas, marcar posição e território.

Foto: Victor Amatucci

Foto: Victor Amatucci

Foram quase 12 horas de reportagem, nas quais foi possível conviver um pouco com os ocupantes. Alguns vindos de outras ocupações, como é o caso de Hélio Sobral, 43 anos (há dois no MTST). Ele trabalha de autoelétrico e tem muito orgulho de fazer parte do movimento sem teto. “Meus colegas de trabalho respeitam o movimento, aliás trouxe alguns deles para ocupar”.

O terreno, em Embu das Artes, tem com dívidas enormes de IPTU, além de estar em uma ZEIS – Zona Especial de Interesse Social -, pelo plano diretor da cidade de Embu. É, portanto, uma área já destinada a moradia popular.

Foto: Victor Amatucci

Foto: Victor Amatucci

Mas a surpresa da noite ficou por conta da Polícia Militar, que não só chegou muito depois da ocupação estar consolidada, como também afirmou entender a luta dos trabalhadores. “Falta reforma agrária, falta tanta coisa nesse país. Eu estou aqui investido do papel do Estado, por isso cumpro ordens, mas eu entendo o lado de vocês. Tanta gente com áreas enormes de terra e vocês sem ter um teto…”, comentou um dos policiais, surpreendendo a reportagem.

Para o MTST, a luta certamente continuará, fica claro que ela é real. A dúvida, desta vez, é se haverá memes com óculos escuros para este policial.

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