Uma das questões que mais preocupam os neo-politizados, eleitores da Marina Silva e seres pensantes, atualmente, é a tal sustentabilidade.
Como vimos no post Dois Projetos: Desenvolvimento Sustentável, a questão vai muito além de desmatamento. Mas hoje vamos falar diretamente sobre o assunto: Afinal, o Brasil desmata muito ou pouco ?
Primeiro vamos às tradições manchetes da ImprenÇa Oposiocionista {{se você tem toque, pule a manchete do G1 😛 }}:
{{não acredite em mim – G1}}
{{não acredite em mim – Estadão}}
{{não acredite em mim – folha de SP}}
{{não acredite em mim – R7}}
Cara de pau do R7 {{aquele jornal que alguns consideram “progressista”}} à parte, as notícias todas dão conta de que a situação é calamitosa, desesperadora, etc.
O R7 ignora toda a situação da SABESP e joga a culpa logo no desmatamento, que assim poupamos o PSDB e fim de papo, né? O blog disse e reafirma: Falta D’água ? A culpa é sua SABESP, não minha.
Mas o fato é que para se ter noção de valores, é preciso comparar. E quando comparamos a coisa muda de figura…
Senão, vejamos o que diz a Union of Concerned Scientists, em relatório apresentado na ONU:
“Atualmente, o cenário global parece consideravelmente mais favorável. O desmatamento diminuiu 19%, passando para 13 milhões de hectares por ano na primeira década do século 21, graças ao sucesso de variadíssimos esforços de proteção das florestas, que também estimularam as economias e meios de vida locais”.
{{não acredite em mim – EBC}}
Os autores destacam a queda de 70% nas taxas de desmatamento no Brasil na comparação entre os dados de 2013 e a média entre 1996 e 2005 e observam que aproximadamente 80% da floresta original ainda existe.
{{não acredite em mim – EBC}}
Ou seja, enquanto o mundo reduziu o desmatamento em 19%, o Brasil, no mesmo período, diminuiu o desmatamento em 70%.
Já dá para salvar o mundo das cáries, não ?!
Mas vamos ao relatório original:
As reduções do desmatamento no Brasil tiveram início no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso
(1995–2002), com a criação de novas áreas protegidas na Amazônia, incluindo reservas indígenas e unidades de uso sustentável. Esse esforço foi alargado e se tornou parte de um plano mais amplo de combate ao desmatamento da Amazônia — o PPCDAm (Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal)
(…)
Inicialmente, as medidas do governo Lula tiveram como objetivo atingir um amplo desenvolvimento social e econômico, particularmente para os trabalhadores urbanos, os camponeses e os sem-terra no setor rural. O governo implementou novos programas sociais(…)o que se traduziu em mais apoio político para o governo Lula, incluindo para suas medidas de combate ao desmatamento.
(…)
o governo Lula também criou uma mudança na dinâmica política na região da Amazônia. O desmatamento, visto no século XX como algo necessário para o desenvolvi- mento e uma reflexão do direito do Brasil de controlar seu território, passou a ser visto como uma destruição de recursos devastadora e exploradora daquilo que constituía o patrimônio de todos os brasileiros e especialmente das pessoas da floresta, como os grupos indígenas e os seringueiros.
{{não acredite em mim – Union of Concerned Scientists – PDF, páginas 8 e 9}}
Ou seja, ainda que tenha dado início, o governo de FHC pouco fez pelo assunto. O relatório atribui o sucesso das ações governamentais de Lula a redução dos desmatamentos. Isso porque, somente com o apoio político produzido pelas ações sociais de redução à miséria é que foi possível a mudança de mentalidade quanto à importância da Amazônia, como pode se ver nos trechos destacados acima.
Para compararmos a situação do Brasil com o próprio Brasil, vamos aos números {{todos números oficiais, considerados e confiados pela ONU e pelo resto do planeta, ok?}}:
Taxa de Desmatamento no Brasil (km²/ano):
Amazonônia legal:
1988 (Média entre 1977 e 1988) -> 21.050 Kms²
1994 (Média entre 1993 e 1994) -> 14896 Kms²1998 -> 17383 Kms²
2002 -> 21.651 Kms²
2004 -> 27.772 Kms²
2008-> 12.911 Kms²
2012 -> 4.571 Kms²
{{não acredite em mim – inpe}}
Ou seja, enquanto os governos FHC aumentaram as taxas para níveis das décadas de 70 e 80 {{onde, obviamente não havia essa preocupação}} e o governo Lula até a metade de seu 1º mandato não tocou no assunto {{o que manteve e até subiu as taxas, basta ver 2004}}, da metade final do 1º mandato de Lula até o ano passado as taxas de desmatamento só baixaram.
Tiveram, é verdade, um pequeno aumento no ano de 2013, como se pode ver na tabela, onde a taxa saiu de 4500 Kms² para 5900 Kms². Mas nada comparado a qualquer outro momento histórico do país.
Segundo o relatório dos tais cientistas preocupados, apresentados na ONU, será possível reduzir todo o desmatamento da Amazônia até 2020.
Parece pouco ? Pergunte a algum americano onde foi que enfiaram as florestas deles…
Todo processo de desenvolvimento de um país passa por desmatar, sobretudo quando o assunto é agronegócio. O que o Brasil faz, tardiamente {{temos mais de 500 anos, né?}} é uma coisa única e merecia tratamento melhor por parte da imprenÇa.
E para não deixar de provocar, quem era a pessoa responsável pelo Ministério do Meio Ambiente de 2003 a 2008 ? Ah, sim, Marina Silva.
Se eu fosse a imprenÇa oposicionista diria: Marina Silva foi a responsável pelas maiores taxas de desmatamento da história do país. Mas esse blog aqui tem caráter, e os números estão acima, para você mesmo comparar. A frase seria verdadeira, mas incompleta.