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O que está por trás da operação Lava Jato? Como o interesse internacional do Pré-Sal influi na forma como a imprenÇa traduz o problema? O que é real e o que não é no caso do escândalo da Petrobras ?

Você já leu aqui mesmo neste blog a história da Petrobras {{Petrobras e o Brasil – Parte 1}} e de Pasadena {{Petrobras e o Brasil – Parte 2: Pasadena}} e já sabe, portanto que muito da gritaria que vemos ultimamente é exagerada. Mas por que razões?

 

Escândalo da Petrobras e o interesse da Chevron

{{O interesse da Chevron no Escândalo da Petrobras – foto original: jonathan mcintosh – montagem: Raphael Golin}}



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As coisas, como se sabe, não são recentes. Já em 2010 o então candidato à presidência da república, José Erra {{assim mesmo}}, fez uma pequena mas importante reunião com alguns investidores estrangeiros.

escandalo-petrobrasProvável candidato à presidência do PSDB, José Serra teria dito: “Deixe esses caras [Partido dos Trabalhadores] fazer o que eles quiserem. Não haverá rodadas de licitação e, em seguida, vamos mostrar a todos
que o antigo modelo funcionou … E nós mudaremos de volta”

{{não acredite em mim – WikiLeaks}}

Esse documento data de dezembro de 2009. Mas, afinal de contas, qual a diferença entre o modelo de Partilha e o modelo de Concessão ?

Modelo de Concessão x Modelo de Partilha{{A montagem foi feita pelo blog, mas para verificar as informações você clica: não acredite em mim – PDF ; não acredite em mim – EBC}}

Basicamente a diferença é que, ao se abrir um campo onde há riscos de não se encontrar petróleo ou ainda de se encontrar petróleo de tipo diferente do previsto {{bem resumidamente o petróleo pesado serve para asfalto e afins enquanto o petróleo leve serve para combustível e seus derivados}} o modelo normalmente adotado é o de concessão.

Explicando: quando há mais risco o modelo de concessão é usado porque traz mais lucro a quem corre o risco. E quando o risco é muito baixo, utiliza-se o modelo de partilha, garantindo maior lucro a quem tem a posse do campo explorado {{no nosso caso, o Brasil}}.

Ok, ok. Mas como demônios a operação Lava Jato se relaciona com o Pré-Sal ?

Entendendo o escândalo da Petrobras:

 

A operação Lava Jato começou quando o Ministério Público e a Polícia Federal enxergaram indícios de irregularidades na privatização do Banestado, conforme matéria do blog Tijolaço:

Alberto Youssef foi condenado em 2004, pelo mesmo juiz Sergio Moro, do Paraná, por corrupção.

Segundo a Ação Penal movida contra Youssef, ele obteve um empréstimo de US$ 1,5 milhão, em 1998, numa agência do Banestado, banco público do Paraná, nas Ilhas Cayman.

{{não acredite em mim – Tijolaço}}

Segundo o blog Cafezinho, o mesmo doleiro já operava para campanhas tucanas em 94 e 98 {{não acredite em mim – O Cafezinho}}, mas não é esse o tema desta postagem, deixemos os tucanos de lado.

Afinal de contas, o que demônios é a corrupção da Petrobras? É algo bastante simples de entender, complexo, no entanto, de pegar:

Um diretor de uma área específica da Petrobras, na relação com uma empreiteira, faz uma negociação e inclui um por fora para garantir que a empreiteira X e não a Y faça as obras para a Petrobras. Isso está explicado na entrevista do ex-presidente José Sérgio Gabrielli com Paulo Henrique Amorim:

Ou seja, trata-se, portanto, de uma questão pontual, específica. Um diretor, de uma área específica, ganhava para fechar com a empresa X e não a Y.

E bom lembrar que, embora os números assustem:

  • O valor comprovado de desvios é muito menor que os 2 bilhões ditos {{sem comprovação}} por Paulo Roberto Costa
  • Mesmo o valor dito {{R$ 2 Bilhões}} não é um valor relevante para uma empresa como a Petrobras {{ainda que seja muito dinheiro para uma pessoa física}}

 

É bom lembrar que, apenas no 1º trimestre de 2014, o lucro da Petrobras foi de R$ 5,4 Bilhões. Ou, trocando em miúdos, descontado todo o dinheiro investido em obras, todo o dinheiro gasto com contratação e pagamento de pessoal, enfim, todas as despesas, ainda sobraram mais de 5 bilhões de reais só nos primeiros três meses de 2014.

Considere agora que o valor total {{dito, mas não comprovado}} por Paulo Roberto Costa e Barusco, é de 2 bilhões de reais num período que vai de 1997 até 2014 {{17 anos, portanto}}, vemos como é um valor irrisório para a estatal.

Ninguém está dizendo, com isso, que a corrupção é irrelevante ou que deve ser ignorada e perdoada. Apenas estamos ressaltando a verdadeira medida do estrago.

Aliás, é bom ressaltar a parte que a ImprenÇa realmente finge não saber sobre o Escândalo da Petrobras: a parte política.

Paulo Roberto Costa diz ter feito desse dinheiro, com a anuência das empreiteiras, doações de campanha. A acusação, ao contrário do que faz crer a mídia, percorre boa parte dos partidos políticos do país. Já foram acusados:

  • Base Governista: PT, PP, PMDB
  • Oposição: PSDB, PSC, SD, PTB, PSB, DEM

 

Não por acaso os três partidos que melhor se saíram na última eleição estão envolvidos. Não por acaso os maiores partidos do país, em bancada e dinheiro, estão envolvidos. A cortina de fumaça esconde duas coisas: 1. Financiamento Privado de Campanha {{fonte primária de toda essa corrupção}}. E a outra… Bem, a outra deixemos de lado por um momento…

Agora pergunte-se: Por que razão a imprenÇa faz crer que a Petrobras está falida {{quisera este blog falir com 5 bilhões de lucro a cada três meses}} ?

A ideia não seria, talvez, fomentar uma pulguinha, daquelas que nos fazem acreditar que a empresa deve ser privatizada ? Que o governo não tem capacidade para gerí-la ?

Pois é bom, nesse caso, lembrar que {{segundo o ex-presidente Gabrielli na entrevista acima}} a Petrobras investia cerca de U$ 5 bilhões em 2002. Em 2012 esse número subiu só 9x, passando para U$ 45 Bilhões.

Isso sem deixar de dar lucro em nenhum ano.

Aí está a segunda coisa.

Fique atenta, nobre leitora, ingênuo leitor. Estão querendo fazer com a Petrobras o que fizeram com a Vale.

E, falando nisso, quem foi que viu essa manchete no Jornal Nacional ? Pois é, ninguém…

vale-exame{{não acredite em mim – Exame}}

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