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E eis que começa a reforma ministerial. Eis que o primeiro nome cogitado é o presidente do Bradesco que, para nossa dignidade {{ou completa usência dela}}, recusou ser ministro da fazenda.

Depois, como se fosse pouco, eis que Dilma anuncia… Kátia Abreu para ministra da agricultura …

Antes de dar início aos chiliques, vamos fazer uma breve retrospectiva. É certo que todo mundo sabe, mas o capitão óbvio resolveu tomar meu corpo e escrever algumas bobagens aqui…



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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é responsável pela gestão das políticas públicas de estímulo à agropecuária, pelo fomento do agronegócio e pela regulação e normatização de serviços vinculados ao setor.

{{não acredite em mim – Site do Ministério}}

Sim, Kátia Abreu é uma representante do agronegócio. E ela foi convidada a ser ministra justamente… disso.

MAS, PORRA SEU CAIPIRA, A KÁTIA ABREU É FODA… TANTO NOME POR AÍ…

Calma, ansiosa leitora, aflito leitor. Calma que o santo é de barro {{mas não se preocupem, escrevo de São Paulo, onde não tem água 😛 }}. Calma que nem é santo.

Quem já ocupou o cargo?

  • Roberto Rodrigues {{2003 – 2006}} -> Antes trabalhou como secretário de Adhemar de Barros, na ditadura. Também foi secretino de Laudo Natel, também na ditadura. Além de ter sido vice do mesmo Laudo Natel, também na ditadura.
  • Luis Carlos Guedes Pinto {{2006 – 2007}} -> Ligado ao MST, provavelmente o nome que mais agradou à esquerda. Sua nomeação só ocorreu depois que Lula engavetou um projeto que agradava ao MST e desagradava aos ruralistas.
  • Reinhold Stephanes {{2007 – 2010}} -> Trabalhou no mesmo ministério nos anos 70, também na ditadura.  Foi diretor do INCRA na mesma ditadura, nos mesmos anos 70.
  • Wagner Gonçalves Ross {{2010 -2011}} -> Foi secretário dos transportes do Maluff. Quer mais? É pai do Baleia Rossi.
  • Mendes Ribeiro Filho {{2011-2013}} -> Parlamentar do PMDB do RS… Um dos únicos da lista que não vieram da Kátia Abreu… Amigo pessoal de Dilma a vida toda e era deputado em 5º mandato… PMDBista de alto nível… Mas trabalhou alinhado completamente a CNA (Presidida na época e hoje tb pela Kátia Abreu)…

É, amiguxos, não tá fácil…

Mas o fato, coleguinhas, é que era notório e público que Kátia Abreu seria a nova ministra. Tanto que em outubro, doze dias antes do pleito, a Carta Capital já anunciava:

katia-carta{{não acredite em mim – Carta Capital}}

Este blog não acha absolutamente nada de mais a Kátia Abreu ser a ministra da agricultura.

Como vimos, é o ministério que cuida, especificamente do agronegócio. E sim, este blog não tem dúvidas de que o setor vive à base de trabalho análogo ao escravo e que é responsável por piorar muito {{seria exagero dizer matar?}} a vida dos índios no país…

O fato, concreto, é que Kátia Abreu é sim uma representante legítima dessa bagaça. E que o ministério é quem cuida desse setor. É verdade, era melhor que o setor não tivesse tanta importância no país…

Mas também é verdade que boa parte das contas do país é paga por este mesmo setor, com estas mesmas práticas. Quem disse que seria fácil governar?

Dilma acerta na indicação. Mas é fundamental, importantíssimo e deveria ser, de fato, o foco da esquerda e da militância, lutar por um Ministério do Desenvolvimento Agrário forte e relevante.

É o ministério que faz o contraponto, cuida da agricultura familiar que é responsável por 74% dos trabalhadores rurais e por 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas.

E é preciso lembrar também, coleguinhas, que se tem um setor que avançou no governo Dilma foi justamente a agricultura familiar. Foi promulgada lei que obriga escolas públicas a receberem alimentos desse tipo de plantio, foi no governo Dilma que a renda dos trabalhadores do setor cresceu 52%. E foi no mesmo governo Dilma que se destacou 6,5 Bilhões para assentamentos em forma de crédito.

Governar, seres pensantes, pressupõe deixar de lado o estômago e a raiva e equilibrar forças. A força do agronegócio está bem clara, expressa em forma de dólares em nosso PIB. A força da agricultura familiar e da necessidade da reforma agrária está em nossos trabalhadores.

Dilma, em seu primeiro mandato, deu mais força aos trabalhadores que ao dinheiro da exportação.

Neste segundo mandato vamos ficar gritando, berrando, cegos e surdos ou vamos garantir um contraponto decente e forte no Ministério do Desenvolvimento Agrário ?

Gritar é sempre mais fácil…

 

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