Como o pensamento de poucos influenciam muitos. E que resultados isso trás…
Quando resolvi iniciar o blog tinha a intenção de mostrar como é simples e fácil ‘desmontar’ a maior parte das notícias que os jornalistas reportam.
Foi assim com o post “Palavrinha Mágica“, “A inteligência alheia” e tantos outros.
Com o intuito simples de comentar as notícias iniciei o twitter do ImprenÇa, hoje com um número razoável de seguidores.
O que não esperava era a crença em absolutamente tudo o que as pessoas lêem.
Se a revista Veja diz alguma coisa, metade do meu público simplesmente refuta. A outra metade simplesmente acredita. Uma terceira metade {{é, matemática nunca foi mesmo o meu forte, por isso crio metáforas}}, menor é verdade, para para pensar e conclui, sozinha, se acha que a Veja foi ou não parcial.
Por pura falta de paciência eu não postei ontem um artigo criticando a mesma revista pela capa claramente a favor de José Serra, acredite você ou não, a esta altura tanto faz. A capa trás o rosto do candidato tucano em clara referência {{para ser simpático e não dizer plágio}} à matéria da revista Times sobre Obama, quando este já havia vencido as eleições. Na mesma capa há uma linha sobre a Dilma.
O que me deixa chateado não é o fato de algumas pessoas não concordarem comigo. Este foi um dos argumentos que tive para criar o blog. Adoro uma discussão.
Me deixa chateado o fato de que é impossível, para algumas pessoas, perceber que ao dizer que a Veja foi parcial estou apenas mostrando um fato. Não estou dizendo: “OBA! A Veja apoiou o Serra!” ou “Droga! Queria tanto que a Veja apoiasse a Dilma…”.
Veja as capas:
Foto originalmente postada aqui |
A capa é tendenciosa na medida em que trás duas manchetes sobre os dois principais candidatos pré-candidatos à presidência e um tem claro destaque diante do outro.
É fato. Não precisa, como eu, ter a preferência por Dilma para ver. Basta olhar.
Mas receberei uma série de comentários {{geralmente via twitter}}, dizendo que sou petista etc e tal.
O nobre colega blogueiro @hordones escreveu um post sobre a ignorância política do brasileiro, mostrando como são fracos os argumentos que chegam, freqüentemente em nossos e-mails e afins.
É possível discordar. É para isso que existem blogs como este. Mas faça com argumentos. Pare de dizer simplesmente “Petista” e diga: “por outro lado a Carta Capital costuma ser tendenciosa para o outro lado” e prossiga a discussão. Até o argumento eu já dei! 😉
E para que o título faça algum sentido, explico de antemão pósmão que é uma cópia/inspiração/plágio de Hilda Hilst (escritora/poeta/dramaturga) que faria 80 anos ontem e tem poemas belíssimos reunidos num livro sob o título “Da Morte. Odes Mínimas” do qual retiro esta:
Perderás de mim
Todas as horasPorque só me tomarás
A uma determinada horaE talvez venhas
Num instante de vazio
E insipidez.
Imagina-te o que perderás
Eu que vivi no vermelho
Porque poeta, e caminhei
A chama dos caminhosAtravessei o sol
Toquei o muro de dentro
Dos amigosA boca nos sentimentos
E fui tomada, ferida
de malassombros, de gozoMorte, imagina-te
Mas olha…A Veja não faz capa com os candidatos todo ano? E já não fez capas anteriores com a Dilma (em fevereiro mesmo)?Ok… Você vai argumentar que a capa com a Dilma não foi tão "simpática" e tals. Mas novamente: a linha editorial da Veja, a essa altura, já é conhecida de todos, não? Compra quem quer.Acho que as suas três "metades" podem ser reclassificadas de acordo com o perfil dos leitores:1) Há leitores compram a Veja e só. Acreditam em tudo o que a revista diz. Não compram a Carta Capital (seu exemplo).2) Há leitores que compram a Carta Capital e compram a Veja só para criticar (de cara acreditam que tudo o que está lá está errado).3) Há leitores (minoria, admito), que têm o tempo, paciência e interesse de comprar a Veja, a Carta Capital, a Isto É, a Época, a Nesweek, a The Economist e etc… e tentar julgar cada matéria a partir da linha editorial (declarada ou não) dos candidatos.Isso não acontece só com eleições. Repare só nas capas de Natal… de vez em quando as revistas decidem, às vésperas do Natal ou Páscoa, tirar do armário uma reportagem sobre como a ciência confirma/refuta os dogmas cristãos. É meio cíclico. E já dá para saber, de antemão, o que cada uma vai dizer.A pena é que a maior parte do público parte para o extremo oposto. Conheço gente que parou de comprar jornal e agora só lê a Carta Capital. Desinformação generalizada de ambos os lados também não ajuda, né?
Não, não ajuda mesmo.A capa foi com a Dilma sim, mas os comentários ao lado da foto eram do tipo "os radicais do PT" e coisas assim…Não é porque sabemos a linha editorial que podemos ignorar um fator importante como este…Mas acho que você tem razão, é meio cíclico sim…[]'s
Concordo com vc, Heloisa. A Veja tem sua linha editorial e vai escrever protegendo esta linha, e sim, acredito que as pessoas já sabem disso, embora nem todas consigam distinguir isto, motivo pelo qual discordo com vc pq, ao dizer que todos sabem sobre a linha editorial da Veja, me parece que vc tbm acredita que as pessoas tem a educação necessária para observar e criticar isto. Vale lembrar que nem todos os brasileiros conseguem a realização deste ato, o que implica em muitos q acabam lendo a Veja achando que aquilo está certo, até pq a leitura dela é mais fácil, o q atrai mais mais pessoas à sua linha editorial. Por isso acho necessário que estas revistas sejam criticadas, afim de expor, sempre que possível, as várias linhas de pensamento de cada assunto. Críticas como as deste blog me parecem vitais, e não apenas posts descenessários só pq ''compra a Veja quem quer, e ponto''. Pelo menos foi esta a impressão q tive do teu comentário. Abcs aos dois!