Não foi à toa a repercussão do artigo aqui replicado, de Maurício Stycer: “Legendários, CQC e o jornalismo justiceiro”. Não apenas pela audiência destes programas, que é bastante alta, mas também pela imagem de ‘jornalismo sério’, ‘jornalismo comprometido’ ou ‘politicamente informativo’ que eles passam.
Ele não lê a folha – #fikdik |
Em primeiro lugar, acho espantoso ver repórteres como Danilo Gentili, do “CQC”, da Band, considerarem que os entrevistados têm obrigação de falar com a mídia no exato momento em que eles desejam. {{não acredite em mim}}
O blog tem uma ideia ainda mais radical a este assunto. Não apenas os ‘jornalistas’ do CQC exigem serem atendidos no momento em que a pauta exige, como descontam a frustração de não serem reconhecidos como autoridade {{e, portanto, não são atendidos de imediato}}em funcionários que, muitas vezes, não tem a menor obrigação de responder pelos problemas.
Como se fosse pouco, inúmeras vezes os ‘humoristas’ fazem chacota da secretária de gabinete e as questionam por problemas administrativos bem distantes de sua alçada. Como se fosse a secretária responsável pela doação ilegal de uma TV. Ou pela não concretização de uma ponte. Ou ainda pela superfaturação da merenda escolar.
E já que tocamos neste ponto, afinal, é jornalismo ou é humorismo?!
Duas profissões que, em tese, tem princípios parecidos – a denúncia de mazelas da sociedade – não são, necessariamente profissões complementares, ao contrário. Não cabe a um jornalista fazer paródia de presidente da república. Cabe ao jornalista denunciar, por exemplo, uma compra de votos {{para se reeleger?!}}. Como não cabe ao humorista informar quanto foi pago pela mesma compra de votos.
O humor denuncia a partir de paródias, chacotas etc. O jornalismo denuncia através de fatos. É isso que permite, por exemplo, a entrada de jornalistas no Congresso.
O caso recente do Tiririca é exemplar. Um palhaço por profissão, eleito, não pode ser palhaço no Congresso. Tiririca, apesar de humorista, trabalha de terno e gravata não faz piadas na Câmara dos Deputados. Há um decoro a ser seguido. Cidadãos são benvindos ao Legislativo. Para observar os legisladores e cobrar, se for o caso. Basta ver as centrais sindicais na votação do mínimo.
A partir do momento em que você abandona o jornalismo para fazer humor, ainda que de terno e gravata, você perde o direito de entrar no Congresso. A piada deve ser feita do lado de fora.
Ou algum jornalista do “CQC” faz piada na sala do presidente da BAND?!
“CQC” e “Legendários” {{já que o Pânico assumiu-se como humor e ponto final}} utilizam-se desta dupla faceta para distorcer os fatos. Quando estão no Congresso e são expulsos é trabalho jornalístico que foi impedido. Quando são premiados são programas humorísticos.
Vote Tiririca: pior do que tá não fica!
Quando a população considera todo político corrupto e safado não pára para se informar das diferenças ideológicas entre situação e oposição. Faz-se dos partidos políticos um amontoado de ladrões cuja ideologia é enriquecer e só.
Esta imagem colabora para que se diga que Dilma é terrorista, por exemplo. Ou que Serra fugiu da ditadura porque é bundão. Ou que Sarney é ditador.
A quem interessa um povo despolitizado? A quem interessa que a população vote de olhos vendados?
Desvirtuando os meandros políticos, transformando DEM, PSDB e PPS numa massa uniforme ou PT, PCB e PCdoB em outra, o que sobre para o debate?! Sobra um discurso golpista – de ambos os lados – onde um lado é o terror, o demônio encarnado e o outro é a encarnação de Jesus, sob forma de proposta política.
Eu tremo quando dizem que estes programas são revolucionários, qual a revolução aqui proposta?! E quando chega o horário político os mesmos humoristas/jornalistas questionam a falta de propostas concretas. Ué, não foi isso que foi proposto?!
Excelente. Assino embaixo!
Aff, pode crer, assistir aquele monte de merda e ainda vendo merchandising o tempo todo. Saco!
Incr
Mais a verdade seja dita, eles perguntam pro politicos o que a gente realmente gostaria de perguntar, politicos só aparecem na midia em épocas de eleição, e esses programas mostrão como são os políticos quando não precisam ser simpáticos.
E quem acha que politicos não são corruptos não vive no Brasil
Que texto lixo, Legend
Excelente texto, a mídia no brasil é foda..
pelo menos eles denunciam, fazendo chacota ou não, protestam, dao a cara a tapas, talvez por nao ter rabo preso ne? Mauricio jornalista?
Não assisto nenhum dos dois, acho apelativo
Excelente visão. Parabéns.
“Esse jornalismo “justiceiro” existe apenas na medida em que a população clama por sua ajuda. Se ele se prolifera com tal velocidade e ousadia, é sinal de que a demanda é grande.”
Esta semana recebemos inúmeros pedidos de ajuda no Twitter de moradores de Montes Claros que estão insatisfeitos com seus governantes. Perco a conta do número de emails que recebo semanalmente com pedidos de ajuda para resolver casos de pessoas que não aguentam mais pedir ajuda aos governantes de suas cidades, estados e até mesmo, pasmem, a policia. E olha que meu blog não tem vínculo nenhum com o CQC, é um blog de fãs, feito para fãs.
Não concordo com ‘o jogar os cones em cima de porteiros’ do Legendários. Poderiam ter um Gran-Finale para a matéria se houvessem procurado um responsável pelo orgão, mas veja bem, estamos falando de um programa revolucionário.
Talvez se tivessemos um país mais justo, o Jornalista Justiceiro fosse figura facilmente descartada. Infelizmente não é assim não é verdade? Deixo link de um artigo publicado em meu blog sobre o assunto. http://www.cqcblog.com/2011/02/o-cqc-transgride-a…
Ótimo texto!
Isso sem contar que o “revolucionário” CQC não passa de uma adaptação mal feita de um programa argentino.
Até os ternos desses caras são uma cópia do “Caiga Quien Caiga”
O CQC Brasileiro é uma franquia do CQC Argentina. Não é cópia e nem adaptação. Existe CQC na Argentia, Brasil, Portugal, Itália, Espanha, França, Chile. Assim como Big Brother, Super Nanny, são formatos de programas criados, patenteados e vendidos para emissoras de TV do mundo todo.
Existe um formato a ser seguido, os ternos pretos e óculos escuros são obrigatórios( uma referência ao filme “Cães de Aluguel” do Tarantino), assim como alguns quadros como o Top Five, CQTeste, Proteste Já, e 3 pessoas na bancada de apresentação do programa.
{{Exatamente. O que não quer dizer que seja bom, nem ruim por conta disso. Apenas que é um programa de franquias, como tantos outros… Obrigado por esclarecer, Vivi, já já respondo teu 1º comentário}}
ate pq eh uma franquia…..
Acho que o autor desse texto foi extremamente infeliz nos argumentos apresentados! Quer dizer que o humor não pode estar presente nas câmaras, é???? E o aumento em mais de 60% dos salários dos parlamentares bem no fim do governo anterior, votado às pressas??? Passando por cima de muitas outras pautas que seriam mais importantes para beneficiar o povo??? Isso não é COMÉDIA???? Comédia de humor negro é claro!!!! A total falta de respeito assumida destes mesmos crápulas em dificultar ao máximo um aumento de salário para a população que chegou à míseros R$545, é o quê??? Não sei de que planeta você veio, mas com certeza está sem a menor noção de realidade??? É de conhecimento público a centena de esquemas fraudulentos, compra de votos, alianças políticas realizadas com o intuito de manter a indústria das mazelas do povo, para que este se mantenha sempre necessitado do mais absurdo assistencialismo. E agora quer defender essa escória??? Sabe-se que o jornalismo com ou sem humor tem várias barreiras para poder atuar no cenário político, sofrendo uma série de represálias. O trabalho que o CQC, e mais recentemente o Legendários tem feito é dar apenas um tom mais aproximado do telespectador ao abordar as figuras política. Duvido que não tenha uma pessoa do povo que não gostaria de perguntar cara a cara de algum político “vocês têm tanto prazer assim em roubar o povo?”. Ah dizer que o CQC faz errado em perguntar coisas a funcionários não gabaritados,, mas peraí, como os chefes não querem responder a nenhuma pergunta por não estarem afim, por não saberem o que falar, ou simplesmente porque não podem simplesmente chegar para as câmeras que não tão nem aí pros problemas do povo, o que eles fazem??? Óbvio: mandam uma secretária, ou qualquer outro funcionário como laranja pra tentar tapear os jornalistas!!! Logo, dessa forma essa pessoa querendo ou não se tornou o responsável por prestar algum tipo de esclarecimento. Bom, o texto do autor é o típico caso de defesa tendenciosa a querer desviar de fatos importantes. …. Parece até que é parente de político
{{Sugiro que leia mais sociologia}}
Surgiro que não use respostas escapistas!
Essa semana eu tava pensando exatamente nisso.O cqc e a cópia legendários deveriam se voltar para uma coisa ou outra, ou faz humor ou jornalismo sério.Agora uma crítica a sse trecho do texto acima”Quando a população considera todo político corrupto e safado não pára para se informar das diferenças ideológicas entre situação e oposição. Faz-se dos partidos políticos um amontoado de ladrões cuja ideologia é enriquecer e só.”diferenças ideológicas?isso já acabou faz tempo! E político honesto até pode existir mas não conheço nenhum…
{{Apresento dois, pois então… um democrata e um petista: Cláudio Lembo e Suplicy… a questão é que não é real essa imagem de todo político ser safado… se fosse o país não mudava… nem para melhor nem para pior… vc deve ter alguma opinião sobre o andamento do país, se melhorou ou piorou com Lula, mas certamente vc concorda que mudou… Abços}}
Em primeiro lugar quero agradecer pela atenção dispensada e reconheço que você debate em alto nível,agora veja isto extraído do estadão:”Flagrado na farra das passagens, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) fez hoje um mea-culpa e explicou o uso de sua cota pessoal para custear viagens no Brasil e no exterior para sua namorada, a jornalista Mônica Dallari”.Acabei achando um exemplo bom até que surja uma denúncia, seu nome é Reguffe aqui do DF,ele rejeitou várias mordomias das câmaras distrital e federal,mas não ponho minha mão no fogo nem por ele.
E digo mais,se o país mudou é pela pressão popular como vimos na lei da ficha limpa.Se deixarmos tudo na mão dos políticos nada muda(ou muda para pior)…
{{Meu caro me parece que Suplicy devolveu o dinheiro aos cofres públicos, não tenho absoluta convicção pq falo de memória… de qualquer forma a pressão popular faz parte da democracia e os políticos respondem a ela justamente por não pensarem só no dinheiro e eleição ou o país não teria se mexido antes do advento da reeleição.. Abraços e continue lendo e debatendo aqui no ImprenÇa}}
Tipico post de quem busca atençao
{{Mas parece que consegui a sua, não?! Típico comentário de quem não tem cérebro…}}
Discordo totalmente da sua visão de que são esses programas que criam no povo a ideia de que todo político é corrupto. Isso já vigora no Brasil muito, MUITO antes desses programas. E não foi culpa dos programas, foi culpa dos próprios políticos.
Quem acha isso jornalismo revolucionário é burro. Mas o CQC nunca disse que vai resolver todos os problemas. Eles só estão lá pra cutucar, e mostrar que o problema existe, e claro, ganhar dinheiro.
Mas quem vive bem sem querer ganhar dinheiro hoje?
{{Problema nenhum em ganhar dinheiro. Não acho nem disse que o CQC criou esta ideia, mas que ajuda e muito a mantê-la. E não acho que ‘a culpa é dos próprios políticos, somente. Obrigado pelo comentário…}}
Dos Legendários, eu não tenho comentários, pois Mion não consegue ser nem cômico, nem sério. Já o CQC, sob a liderança do Marcelo Taz, uma dúvida paira: ele foi um repórter sarcástico desde a ditadura, como um repórter que criticavam os políticos da ARENA com sarcásmo e humor para que a censura não impedisse de divulgar; e agora, muito tempo depois, já com uma liberdade de imprensa, permite que em seu programa possa somente fazer um humor sem fundamento, apenas pegando desprevinido os políticos ( não que eu ache que eles são todos uma pessoa com reputação ilibada ), e com edições que lhe convém. Pois é, a liberdade de imprensa também serve para denunciar ou até mesmo incriminar para que melhore o nível moral e ético, mas também, criar um alvoroço de um político qualquer, seja ele culpado ou não de uma obra ou uma televisão, creio que é pegar um político desprevinido, e lógico, é alimento para o seu tal humor.
cont.
É diferente um repórter ter em mãos um dossiê que incrimine e ainda dê ao político a sua defesa ( ou então não vivemos numa democracia ), o que pode ser fruto de desvio de dinheiro público; agora doar uma televisão ( aqui eu reitero e insisto na palavra DOAR ) a uma escola e ocorre o desvio. Pois bem, doação não quer dizer que veio de um fundo público, e sim de uma entidade que pode aceitar ou não; uma entidade aceitar uma doação de dinheiro oriundo de um tráfico de drogas é crime, apenas por lembrar. Lógico que o político que aceitou a televisão e a usou em seu bem, não pode ser incriminado.
Não é ético ou moralmente legítimo tal atitude, mas criar a partir dessa “pegadinha” uma matéria humorística denunciativa, deturbada pois foi uma doação, é apenas perder a credibilidade do programa e o pior, levar os telespectadores a crerem um absurdo o que os políticos praticam, porém esses mesmos que acham absurdo se recebessem uma televisão de uma forma ilícita, poucos denunciariam o doador e ainda aceitariam de bom grado. Ou seja, para praticar a sua cidadania podem ser omisso, achar os políticos corruptos falam como santos, mas para realmente manifestar atravéz de votos ou por mobilização… só se o time perder um campeonato.
ps. peço desculpa pelo meu comentário nada hemético
Muito bem apontado! Bela visão sobre o assunto!
Que tal {{SPAM removido, azar teu}}
Caipira, esse talvez seja o melhor texto que você escreveu. Texto primoroso, porém com um detalhe que eu não gostei.
Esse tal detalhe foi o uso da palavra “golpista”. Pelo visto virou coqueluche isso de chamar qualquer coisa de golpista. É mídia golpista, imprensa (ou imprenÇa) golpista, divisão golpista, discurso golpista, pensamento golpista, político golpista, pessoa golpista. Enfim, quase tudo hoje pode ser acompanhada da palavra golpista.
E a palavra golpista (assim como a palavra golpe) são duas palavras fortes para serem usadas assim ao léu por qualquer motivo. E de ficar usando tanto essas palavras, elas acabam ficando meio que banais.
E, como eu disse, tanto as palavras golpista, como golpe, são palavras fortes e que não podem ser banalizadas.
Fora esse detalhe, texto simplesmente perfeito. Parabéns.
{{ eu costumo evitar mesmo… tens razão…}}
A melhor coisa que li sobre humor e jornalismo até hoje.
Excelente!
Obrigado Teresa!