Imaginem se essa declaração é feita por um semelhante no Irã, a gritaria que seria…
Bispo afirma que Supremo não tem legitimidade
SÍLVIA FREIRE
ENVIADA ESPECIAL A APARECIDA (SP)
Bispo de Camaçari (BA), d. João Petrini disse ontem na 49ª Assembleia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que o reconhecimento da união estável de casais gays foi feita por “dez homens iluminados”, sem “mandado ou legitimidade” para a decisão.
Segundo o religioso, o Congresso seria o local “adequado” para o tema.
Membro da Comissão Pastoral para a Vida e a Família, ele afirmou que a Igreja não fará “uma cruzada” sobre o assunto. “Mas vamos procurar defender aquilo que, desde Adão e Eva até ontem [anteontem], foi característica da vida.”
A estratégia será reforçar o testemunho de famílias católicas sobre o “caminho” que escolheram.
O bispo disse que a sociedade não está avaliando a importância da decisão. “É uma alteração em uma história que é multimilenar.”
Uai, num entendi pq vc disse que a CNBB não acredita em democracia.
O bispo disse que o STF não tem legitimidade para reconhecer a união civil de homossexuais, que o CONGRESSO é o espaço correto para a discussão do assunto e ainda que eu não concorde com os fins do bispo, não posso discordar do seu argumento. A meu ver, seu protesto é justo e ao invocar o Congresso está apelando justamente a democracia. A questão aqui acho, se dá por uma confusão de papéis. O STF é o defensor da Constituição, alicerce fundamental da democracia, já o Congresso é o ambiente onde a Constituição passa por revisões, aval da democracia, sem o qual a Constituição ficaria engessada em uma sociedade que está em frequente transformação. São dois lados da mesma moeda, o bispo no caso só apelou para uma instância quando viu seus interesses contrariados e embora, possamos questionar sua atitude, acho besteria acusá-lo (por conseguinte, a CNBB também) de anti-democrático com base no texto acima.
Bom, sinceramente EU não sei a quem cabe a decisão sobre a união civil dos gays, acho um trem muito complicado essa definição de prerrogativas (as vezes me parece meio arbitrário), por tal, acho o protesto válido, bem democrático aliás.