Para quem estamos falando?
Quando criei este blog e o twitter a ideia era bastante pretensiosa mas muito simples: “Tirar o leitor de sua zona de conforto”. E confesso que tenho dúvidas quanto ao sucesso, neste quesito. Há tempos que a maior parte dos comentários por aqui são de pessoas concordando com o blog, o que me agrada, confesso.
Aliás, este é o ponto.
Em geral a internet tem sido alvo de muitas polêmicas {{“mamilos” incluso – não acredite em mim}}: homofobia, preconceito, etc. O ImprenÇa mesmo costuma tentar discutir temas que não são de fácil apreensão ou conclusão; é possível citar uma meia dúzia de artigos sobre a homofobia {{Brasil: preconceituoso com orgulho, RicaPerrone, um desenho para você, entre outros…}}, outros tantos sobre política, religião, CQC, etc.
Todo ser humano quer coisas simples, em realidade. Ao ler um texto qualquer o leitor busca um espelho, algo que o identifique, no caso deste blog, uma opinião que seja próxima à sua. É bem verdade {{e isso me serve de consolo}} que por aqui, ao menos, muita gente andou discordando de forma racional, com argumentos e tudo mais.
Regra ou Exceção?
O mesmo não ocorre com os jornais e revistas. Podemos concordar ou discordar delas, mas quem aqui é de esquerda e compra/ lê a Veja?! Ou o contrário, quem aqui é de direita e compra /lê a Carta Capital?! Quem aí do outro lado é de direita?
Estamos remando para o lado errado, amigos. Estamos falando cada vez mais com nosso próprio umbigo, com nossa própria classe, com nossos amigos, enfim. Quando perguntei ao @Cardoso, no youpix, por que os jornais não diziam logo de que lado estavam ele confirmou minha impressão, de que os jornais querem vender e nesse objetivo cabe concordar com todos os leitores, sendo, imparcial.
Quanto aos jornais e revistas, amigos, estou pouco ligando. Mas a blogosfera é minha {{sua, nossa…}}, o blog somos nós. E o que é que queremos nós?! Quem é que estamos informando, quando desmentimos a imprenÇa? Ninguém.
Se estamos falando só com nossos pares, de nada adianta desmentir a Veja. Ou a Carta Capital {{escolha você seu par…}}. É preciso crescer, amadurecer, é nossa única opção. Sob o risco de nos enclausurarmos todos numa masmorra, falando de tempos passados, tempos vindouros, mas sem mudar o presente.
Amadurecer significa tentar alcançar novas realidades, novas cabeças, espalhar a palavra, dirá o evangélico. Com razão. É preciso agregar gente nova, gente que não concorda, é preciso tentar, ao menos. É preciso perguntar: Para onde estamos remando?
Esse agrupamento é natural mas concordo com você que é importante conseguir atingir outros grupos para poder haver confrontação de ideias e sua consequente síntese. O Twitter poderia ser utilizado para se tentar atingir outros grupos, fazendo ponte com o Blog colaborativo Teia Livre, mas para isso seria necessário o trabalho coletivo para colocar (com certa frequência) a hastag #TeiaLivre nos TT. Fizemos isso durante a campanha da Dilma. Uma vez nos TT, outros usuários do Twitter, que não estão “do nosso lado” terão oportunidade de avaliar nossas ideias e quem sabe dar RT em nossas postagens.
Concordo que acaba virando panelinha (o que anda me irritando, também). Mas, ainda assim, vejo como muito importante essa panelinha. Não me apraz muito a idéia missionária, de levarmos a luz aos incrédulos… Acho que, mesmo tendo esse cansaço com os círculos quase sempre concêntricos e quase nunca tangenciais, é essa a idéia (com acento!) da coisa: fundamentar conceitos em quem já os tem, tornar fluido o raciocínio pela repetição e exercício de expor os mesmos pontos de vista.
Bom, sei lá… Se vc queria vozes discordantes, sem querer, dei minha discordada!
abraço!
Good.
E vou ser mais amplo:
Não sou nem de esquerda e nem de direita, muito menos de centro.. pode existir alguém assim? Sem precisar passar recibo para qualquer “ideologia” que seja e ser critico de todas? Aplaudir quando acertam e meter o malho quando erram? Acho que a maioria da população ta mais pra esse tipo de debate, do que pra qualquer outra contribuição.
Ser de “esquerda” ou “direita” hoje em dia não quer dizer nada. E não sou eu quem penso assim… é o mundo a nossa volta. Eu leio Carta Capital, Blogs Progressistas (seja la o que isso seja), como também leio os Blogs do Estadão, os artigos da Folha e as vezes (bem as vezes) algumas coisas da Veja e da Época (mas por indicação do que por vontade própria).
Uma vez um blogueiro progressista aí se auto-intitulou em um post: O maior blogueiro do brasil em audiência. Sério? Em que mundo ele vive? O maior blogueiro do Brasil se chama Kibeloco, tem por baixo 900 mil acessos únicos POR DIA (dados do media kit dele comprovam) e mais de 1 milhão de pageviews… falei isso nos comentários do tal blogueiro e desde então estou banido dos mesmos… não é engraçado? Assim como já chamei o Reinaldo Azevedo de lunático e ele tb me censurou… enfim.
Era só (mais isso) que eu queria dizer.
ótiima análise, mas eu diria: a internet permite alcançar os "não convencidos" pois seus, nossos textos estão disponíveis para todos de graça numa busca por palavra chave. E como já temos um rede, podemos potencializar isso combinando palavras chaves tal como nas ondas de TT no tuiter. Assim o alcance será maior. Pra ler globo, folha e veja, temos que pagar, cadastrar e etc. Esse é a nossa força.
Apesar de você discorrer a favor do debate de opiniões, estou aqui para dizer que concordo contigo. Por um tempo reclamei disso no meu blog. Eu não gosto de ler comentários que falem que concordam comigo. Isso não faz com que minha visão seja ampliada e nem de quem lê meus posts, isso me faz pensar que estou certa. E, oras, não existe certo ou errado no que tange as opiniões. Realmente acabamos por buscar opiniões que se assemelhem, por que razão? Talvez para termos a segurança de que estejamos certos. Talvez busquemos estarmos certos. Quando na verdade deveríamos buscar a expansão. É questão de treinamento.
Ora, Eu sou liberal, apoio o FHC e o Serra e mesmo não gostando muito, minha primeira opção para o ano que vem é o Aecio. Acho que a melhor forma de raciocínio e confrontar as suas idéias já estabelecidas. Alem disso a maioria dos blogs que eu leio são da esquerda, porque acho o Reinaldo Azevedo um lunático, a Veja muito sensacionalista e a Folha começou a cobrar o acesso. O G1 e de uma superficialidade impressionante. Não achei nenhum blog de direita, que não seja evangélico. Acho que a blogosfera brasileira e só esquerdista.
Pra ler a folha basta clicar em “abrir em nova aba anônima”… Não que eu sugira isso, longe de mim…