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{{uma analista isenta...ou quase isso}}

Quem ainda não teve o prazer de ler alguma coluna da Srª Dora Kramer deveria fazê-lo. Eu mesmo rio litros ao ler. Não porque discordo, que discordar é coisa de cada um, mas pelo nível de argumentação da Jornalista. É de uma retórica interessantíssima!

A coluna de hoje está especialmente regozijante {{calma crianças é uma palavrinha quase-comum}}, comecemos {{como diria a filósofa}} pelo começo. Que no caso de um texto é o título…

Camarote cósmico

A palavra cósmico tem um sentido interessante. Por exemplo, ao dizer camarote cósmico a nem tão querida Dora Kramer quer dizer um lugar distante do planeta Terra; algo como uma realidade nova, outra dimensão, já diriam os cavaleiros do zodíaco {{sim, estou ficando velho babão}}. Eu sei que ela quis dizer isso pelo primeiro parágrafo, que diz:



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Oposição, numa concepção celebrada pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, é um conjunto de seres mal-intencionados residentes em uma espécie de camarote cósmico de onde observam a cena e torcem impunemente pelo quanto pior, melhor.

{{não acredite em mim – nem nela}}

Pois muito bem. Então vamos seguir o raciocínio da senhoura para ver onde ela quer chegar…

No caso de o País afundar, os oposicionistas não teriam o que temer, pois estariam imunes aos efeitos do desastre pela simples razão de que têm posição política, pensamentos e modo diferente de ver as coisas em relação aos que momentaneamente ocupam o poder.

 

É uma lógica quase socrática, explico: Sócrates {{falo do de Platão, ok?!}} dizia que era contra os sofistas…

{{na definição socrática o sofista era um estrangeiro que viaja pelo mundo ficando alguns anos em cada cidade. Durante os anos em que o sofista ficava na cidade ele ficava responsável pela educação do cidadão}}

… pela falta de responsabilidade que eles tinham. Um cidadão que fosse mal educado por um sofista faria toda a cidade sofrer, mas não sofreria as consequências, já que ele, sofista, não viveria mais na cidade. Por outro lado, um cidadão educando outro seria compelido a ensinar corretamente, pois viveriam ambos o resultado de uma educação mal feita.

Não, Dora Kramer nunca leu Platão. Pelo menos não corretamente, ou saberia que não pode se contradizer num texto tão curto quanto 663 palavras {{sim eu mandei o Word contar…}}. Quer ver como fica fácil ver a contradição? Vou contrapor dois parágrafos distantes no texto:

Oposição, numa concepção celebrada pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, é um conjunto de seres mal-intencionados residentes em uma espécie de camarote cósmico de onde observam a cena e torcem impunemente pelo quanto pior, melhor.

(…)

Por essa visão, só governistas vão ao supermercado. Só eles pagam mensalidades escolares, são usuários de serviços, compram roupas, pagam contas de luz, água, gás, condomínio, telefone, TV a cabo e internet.

{{Essa é a definição de Lula, segundo a Dorinha}}

(…)

Felizmente, tudo saiu bem melhor que a encomenda contratada pelo PT quando era oposição. Na época atuava na base do quanto pior, melhor.

Uai, Dora, mas a oposição não ia ao supermercado fazer compras? O Lula fazia a dieta do Sol enquanto esteve na oposição?!

E aí é que volto ao início do texto quando dizia que a questão não é discordar. A questão é constatar que as colunas da moça são argumentadas na base do eu quero que seja assim. Ignora-se a realidade, aposta-se na ingenuidade do leitor. Ou melhor, aposta-se num leitor que concorda com a autora e, por isso, não é preciso buscar uma argumentação infalível, qualquer uma basta.

Pensando bem, não é tão diferente ao que nós vemos em alguns blogs de esquerda, é?!

Aviso: Eu não me excluí quando disse a última frase.

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