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Apresentação

Este é um guest post feito por Ana Karenina do blog Escritos Ideológicos,  quero agradecer ao Caipira por me convidar a fazer este guest post, pra mim é um grande prazer escrever para este blog que gosto tanto. Sempre tive vontade de escrever sobre este tema mas nunca tive muita disposição, depois do convite acho que aqui caberia bem já que o imprença fala também sobre mídia.

A mídia e a imagem que fazemos das coisas e pessoas

É comum sermos levados a ter uma imagem das coisas diferente do que elas são, a mídia é uma das causadoras dessa disparidade entre o que parece ser e o que realmente é, vamos mostrar alguns fatos como exemplos e depois vamos comentar pra entendermos melhor como isso funciona.



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Exemplo 1 – O caso Letícia e a Rádio Globo

No dia 02 de Setembro de 2011 alguns leitores deste blog tiveram a oportunidade de tomar conhecimento da entrevista falsa feita pela rádio globo com a suposta autora do blog Cem homens em um ano, na entrevista percebemos claramente que a imagem veiculada era de uma suposta “nova Bruna surfistinha”, para os que não conhecem, a Bruna Surfistinha era o apelido usado por Raquel Pacheco que participa  atualmente do reality show A Fazenda, mais detalhes sobre ela procure no google. Boa parte da mídia divulgou a imagem de que a autora do blog Cem homens em um ano era o mesmo perfil da Bruna Surfistinha, até a própria mídia comprou essa imagem como verdadeira, fato que deve ter colaborado para o equívoco que houve com a Rádio Globo, a Rádio preferiu confiar mais nas informações da mídia do que checar a fonte original da informação que é a autora do blog. O blog da Letícia saiu do ar mas já voltou, aqui

Comentário: Percebemos neste caso que a forma como a mídia divulga as coisas contribui muito para que o público tenha uma noção errada do fato. Será que a mídia é responsável por distorcer a imagem das coisas quando ela divulga informações falsas ou equivocadas sobre fatos e pessoas? Acredito que sim, penso que cabe a quem informa buscar a verdadeira informação para passar ao público e não a que eles acreditam ser a versão mais correta do ponto de vista moral, esse julgamento de certo e errado quem deve fazer é o público e não a mídia. Cabe a imprensa mostrar o fato, o seu contexto e até apresentar uma opinião sobre o mesmo, mas os veículos de comunicação não deveriam nos estimular a pensar como eles, deveríamos sim incentivar os leitores a terem uma visão mais crítica da realidade, mas só conseguiremos ter uma visão crítica além da mídia quando conseguirmos ver todos os lados da mesma moeda.

 Exemplo 2 – O caso Restart e a cidade de Manaus

Muitas pessoas devem ter acompanhado o caso sobre a banda Restart  e a cidade de Manaus, se não ficou sabendo veja aqui o vídeo e o vídeo da desculpa da Banda, se você colocar no google “Restart Manaus” você verá vários textos falando sobre o caso, a produção do evento acabou cancelando o show por receio a algum tipo de represália contra a banda, veja o desfecho do caso:  Show da banda Restart é cancelado em Manaus, no meu entendimento o cancelamento do show não teve um desfecho legal pois se o integrante da banda acreditou um dia que Manaus poderia “não ter civilização”, ficará difícil para ele desfazer o mal entendido uma vez que ele não teve a oportunidade de verificar pessoalmente que há sim pessoas civilizadas morando nesta cidade que são fãs da banda inclusive,  vemos que a mídia também não colaborou em nada para que o músico desfizesse essa má impressão, pra mim o vídeo de desculpas não passou de uma tentativa da banda de desfazer o “mal estar” com o público amazonense, mas será que a banda realmente se convenceu de que o povo de Manaus é um povo civilizado?  Talvez nunca saberemos.

Comentário: Moro na cidade de Manaus-AM a quase 3 anos por isso me sinto a vontade pra falar sobre o assunto, já que isso me afeta diretamente. O caso Restart e Manaus é aquela mesma história de que o “Acre não existe” e que o “O Amazonas é a floresta amazônica” e etc.. Mas por que pensamos assim? Porque é a imagem que a mídia  e a propaganda turística nos vende, ao fazer referência a alguma cidade do Norte a mídia faz questão de enfatizar a presença de florestas e índios, é uma imagem falsa? Eu diria que é uma imagem bem restrita da realidade, os índios e as florestas se localizam em sua grande maioria no interior dos estados e não na capital como muitos imaginam, não que as cidades  do Norte não tenham índios e florestas, mas não é isso que encontramos em predominância nas capitais da região Norte, pelo contrário, ao visitar a cidade de Manaus por exemplo você nota um trânsito caótico, camelôs no centro da cidade, shoppings, feiras livres, hospitais, escolas, faculdades e tantas outras coisas comuns a todas outras cidades do país.

Manaus é uma cidade que ainda está se estruturando, tem problemas sérios de infra-estrutura e não é tão desenvolvida  nesse ponto quanto a minha cidade natal Salvador-BA, mas uma coisa posso lhe garantir: aqui em Manaus não usamos canoas pra sair de casa, não vivemos no mato, não encontramos onça pintada andando pelas ruas e não moramos em ocas  nas florestas ao lado dos índios. É difícil convencer as pessoas disso, mas tenho tentado, quando brincam comigo eu levo na esportiva porque não dá pra levar a sério e se ofender com alguém que não conhece a realidade que vivo, seria uma perda de tempo, mas acho que faço bem em mostrar para as pessoas que existe vida diferente da que vemos na TV ou qualquer outra mídia.

 Para concluir

Poderíamos citar muitos outros exemplos de distorções de imagem da mídia tais como: a morte do Amin Khader, o caso Sandy e o prazer anal e tantos outros, mas o que podemos entender disso tudo é que muitos veículos da mídia estão mais interessados em chocar o público com informações falsas, fora de contexto, estigmatizadas e estereotipadas, são informações recortadas do contexto onde estão inseridas, a mídia não quer que você pense a respeito do assunto, ela quer pensar por você e te levar a um julgamento já pronto da realidade, deixando a você apenas a “difícil tarefa” de consumir tudo aquilo que te oferecem de graça.

Textos Complementares:

Ana Karenina é baiana,  29 anos, especialista em administração pública, servidora pública federal,adora blogar, comentar, twitar e interagir na internet, mais informações aqui:

http://www.escritosideologicos.com/p/sobre-autora.html

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