Quando eu fiz a singela pergunta: Ok, tiramos Belo Monte e colocamos o quê?! O literato egocêntrico Ildeber Avelar deu a seguinte resposta:
Certamente por não me conhecer {{malefícios do egocentrismo}} é que ele soltou essa logo em seguida:
Fosse ele menos humilde e teria tido a decência de indicar o texto que ele mesmo escreveu sobre o assunto, antes de cobrar, feito o senhor da verdade que pensa que é, um texto alheio. Mas dizia eu que sou do tipo chato {{não dizia? Digo já}}.
E como chato que sou{{viu? Eu disse}}, fui numa busca ensandecida atrás do texto do grandiosíssimo literato acima de tudo e de todos {{sempre com as pedras em punho, pergunte ao Nassif}} e o máximo que encontrei foi um texto na folha de São Paulo sobre o financiamento público de campanhas {{Ei, calma com as pedras, nessa eu concordo}}.
É bem verdade que eu escrevi sobre o assunto em 2010, mas vai, tudo bem continuo humildemente observando. Não há, pois, até o fechamento dessas linhas mal escritas {{ o literato certamente percebeu a referência literária, pode me acusar de plágio mesmo}}, qualquer texto favorável ou contrário a Belo Monte na folha ou em qualquer outro meio pelo qual o monsenhor fidalgo costuma escrever.
Pois que me resta, apenas e tão somente, desmentir os textos de terceiros, mas sob a premissa de não mais conversar com o sujeito, pois que me reservo o mesmo direito que ele, de só conversar com textos por escrito.
O primeiro link passado pelo tal gigante da ética, chama-se TENOTÃ-MÕ – Alertas sobre as conseqüências dos projetos hidrelétricos no rio Xingu – Organizador A. Oswaldo Sevá Filho {{não acredite em mim}}.
O livro nada mais é que um apanhado de textos contrários apontando os riscos possíveis quando o assunto é geração de energia através do rio Xingu. Vale a pena ler as 92 páginas {{sim, o sujeito disse que só discutia com quem lesse, mas o chantagista sou eu}} até para conhecer um pouco a história da foto que abre a postagem.
Esse primeiro texto é refutável sob vários aspectos {{e esse post é inútil, o sujeito não vai ler}}, por exemplo:
As maiores cidades dos Estados do Pará, do Maranhão e do Tocantins estão abastecidos, sem qualquer razão para crise ou déficit, e mesmo que avance a carga requisitada pela eletrificação rural, o fato é que são modestos nestes Estados o tamanho populacional e a dimensão econômica. (…) têm mais chances de serem atendidas por eletricidade obtida por meio de placas foto-voltaicas, micro-hidrelétricas, e de moto-geradores queimando óleo diesel, e eventualemnte (sic) óleo vegetal.
{{não acredite em mim, página 20, grifos meus}}
Acontece, que, ao contrário do que está em negrito, o crescimento Estados do Pará, do Maranhão e do Tocantins são os maiores do país. {{não acredite em mim}}, {{não acredite em mim}} e {{não acredite em mim}}. Há quem preveja que o Maranhão cresça incríveis 40% ao ano, embora isso seja o de menos, na história toda {{não acredite em mim}}.
O texto sugere que a energia gerada não será compartilhada, mas isso explica-se pela defasagem. O texto é de 2005. Mudanças no setor energético foram anunciadas este ano {{2011}} pela presidenta Dilma. Ainda que fosse verdade, já está demonstrada a necessidade de energia apenas para a região.
O texto chama, ainda, atenção para as famílias afetadas:
No total, seriam 3.200 famílias, aproximadamente 16.000 pessoas
{{na mesma página 20}}
A população somada de Pará, Maranhão e Tocantins {{6 milhões + 7 milhões + 2 milhões | Sim, eu arredondei, para baixo.}}. Total de afetados caso os estados parem de crescer: 15 milhões de habitantes. São 15 milhões de habitantes ricos? – pergunto inutilmente. Quantos seriam afetados caso todo o país parasse de crescer?!
Depois a coletânea sugere de maneira bastante precisa alguns dados importantes, tais quais:
“Talvez algum colapso ocorra em várias casas” {{finalzinho da página 22}}
“talvez esses índios não tivessem sua terra alagada, mas ficariam cercados por estradas de acesso ao canteiro de obras”{{página 40}}
“Pelo menos para este nosso livro, fique certo que não acreditamos nunca que “apenas uma” destas duas usinas será feita. (…)ou então, é porque acreditou no que disse o “lobby” atual do projeto Belo Monte” {{página 42}}
Conforme vocês já sabem, eu não sou do tipo que acredita só porque está escrito. Nem acredito em suposições do tipo ‘talvez’. Estudos são feitos na região, como a coletânea mesmo mostra, desde a década de 80. Já deu tempo para concluir mais que um talvez, certo?! A coletânea ressalta a falta de estrutura local ao mesmo tempo em que sugere que o desenvolvimento da área trará maior desmatamento {{sim, ambos estão corretos}}.
Há ainda diversas denúncias a respeito da Eletronorte, nenhuma que eu discorde, embora nenhuma com alguma prova {{e nem seria possível, posto que é uma coletânea de textos, não um dossiê}}.
E antes que isso vire uma bíblia, passemos aos demais textos. A primeira surpresa, e que deixa margem a perguntas escusas ao literato, é que o texto de um dos links é do mesmo autor do primeiro. Ora pois, ele é o único que fala sobre o assunto?! E na tal entrevista, diz Oswaldo Sevá:
Essa coisa de “potencial hidrelétrico a explorar”, “fonte de energia limpa e renovável”, é a linguagem atualmente mais querida e repetida pelo chamado mercado.
Interessante notar que no primeiro link {{mandou eu ler, eu li, uai}} organizado pelo próprio Oswaldo retira-se de contexto a frase:
enquanto as organizações da sociedade civil, as não governamentais e outras instituições vêm trabalhando e pressionando para que também o governo invista em fontes de energia renováveis , para um novo modelo energético do Brasil com justiça social.
{{não acredite em mim – página 57}}
Quando perguntado sobre solução, Oswaldo diz:
Oswaldo Sevá: Não tenho como nem por que responder a isso.
É, o Idelber também não. Eu também não.
Passemos ao terceiro link:
Atinge o bolso de todo o contribuinte brasileiro, cada um de nós. Isso porque os últimos cálculos demonstram que ela custará mais de 3/4 do que custou Itaipu
{{não acredite em mim – está no NONO post sobre o tema}}
O blog não traz informações adicionais, não traz dados e sequer cogita responder a uma pergunta tão simples como: Você atualizou os preços de Itaipu ou pegou os números da época e converteu apenas, ignorando inflação e afins?! Ainda que fosse atualizado, Belo Monte produzirá nos cálculos mais safados e otimistas 11 MW {{quando receber 13.000 m³/s de água no reservatório}} e a média prevista é de 4,4MW {{não acredite em mim}}. Itaipu teve uma área inundada de 1500 km², Belo Monte terá, segundo o último relatório 516 km² {{não acredite em mim – PDF}}. Ou seja, cerca de 1/3 de área inundada.
E me corrige o Alê Porto, dono deste blog -> http://www.aleporto.com.br/ :
Itaipu não pode ser parâmetro, porque ela tem uma fila de outros reservatórios a montante regularizando o rio para ela, é um falso fio d’água.
E qual o propósito da comparação, afinal?!
Enfim, horas, dias, semanas depois ainda mantenho firme minha posição. E já que sou chantagista, sigo chantageando: Este blog não nega que Belo Monte é uma violência, apenas não vê solução plausível para Belo Monte. Você tem, nobre leitor?
“Este blog não nega que Belo Monte é uma violência, apenas não vê solução plausível para Belo Monte. Você tem, nobre leitor”?
Quer dizer que se o Rio Xingu não existisse estaríamos fadados ao caos energético e à estagnação?
Solução certamente há, alternativas certamente existem. O que falta é um debate amplo que envolva vários setores da sociedade, incluindo o campo científico. Às vezes para enxergarmos soluções, temos que buscá-las, não esperar que venham gratuitamente. Para tanto, é necessária uma vontade social e política de fazer as coisas de forma diferente, de trilhar outro rumo. Isso coincide com mudanças de foco de políticas públicas, de investimentos científicos… Aceitar uma violência argumentando que é a única solução me parece um conformismo estagnante…
O rio existe, faz parte do Brasil, como crescer de 4 a 7% ao ano também faz. Se o rio não existisse talvez eu defendesse na mesma região uma alternativa mais poluente, mas aí você precisaria fazer um outro exercício de imaginação e me dizer o que haveria no lugar do rio, entende?!
Falar que não houve diálogo é ignorar as indas e vindas do projeto. Esta não é a primeira versão dele, sequer é a 10ª. Não foi por autoritarismo que ele mudou, como aliás ressalta o texto do Oswaldo, linkado no post. A questão é que essa, por mais agressiva que seja, é a solução menos pior. E desculpe se lhe parecer uma agressão, juro que não é minha intenção (mesmo!), mas criticar sem propor nada no lugar não é mais estagnante do que aceitar a solução menos pior?!
Pois o próprio Oswaldo, conforme demonstrei no post, não apresentou solução melhor. Em minha opinião, porque não há.
Grande abraço e obrigado pelo diálogo franco e argumentativo {{tem sido raro}},
Tenho tentando entender a questão de Belo Monte, já que não sou especialista no assunto, não sou jornalista nem blogueiro, nem trabalho em nada relacionado, sou um mero cidadão brasileiro… Tenho procurado textos que não estejam “brigando” contra argumentos de quem é contra ou a favor, mas não consigo. Nem esse aqui me esclareceu nada. Não entendi nada. Que maneira estranha de escrever sobre um assunto de tanta importância… Quem é contra? Quem é a favor? Que história é essa de “não acreditem em mim)? Isso tudo confunde quem precisa compreender de fato a questão e é leigo. Por favor, alguém me indique um texto didático sobre Belo Monte.
Grato
Clica ali em ”Sobre” e veja como funciona esse blog…vai que ajuda 😛
Fico pasmo como ainda podem não enxergar as tantas alternativas possíveis para evitar mais construções de hidrelétricas.
1 – A energia elétrica oriunda de parque eólico, por exemplo, já foi leiloada a preço menor que a energia das hidrelétricas. Isso pode ser um sinal de alternativa possível. Não?
2 – As placas solares podem diminuir muito de preço se houver interesse e investimento. Com sistemas de aquecimento natural instalados, as residências passam a gastar menos com chuveiros elétricos, que consomem muito.
3 – A eficiência energética dos equipamentos elétricos e eletrônicos pode ser aprimorada. Como já está acontecendo com a tecnologia dos LEDs, por exemplo.
Existem tantas outras. E o professor Google linca pára vários exemplos em várias universidades. Está fácil pesquisar, basta querer.
Mas, o pior de tudo é que a energia de Belo Monte está sendo pensada para as grandes indústrias de mineração e outras na região, não para a população. Inclusive, essa usina está muito longe das regiões que mais consomem e o desperdício na transmissão encarece o processo.
Bem, alternativas tem e são muitas mais. Basta querer ver e usar.
Heverton,
Um parque eólico destrói muito mais, MAS MUITO MAIS, do que a hidrelétrica. Lembre-se que para ter vento não pode ter árvores ao redor. Na europa mudou-se inclusive a rota dos ventos, coisa trágica para os animais. As placas solares tem um preço absurdamente mais alto e produzem consideravelmente menos energia. Isso sem levar em conta a realidade que mostra, através de diversos estudos, que a região é imprópria para esse tipo de captação. Me cobre que eu te dou os links, no momento estou no celular…
Esse terceiro ponto, me desculpe, é irrelevante. A eficiência aumenta, mas não o suficiente para conter os avanços do desenvolvimento local e do país….
Grande Abraço
Peço desculpas. Li novamente, apesar de achar isso aqui meio confuso e concluí que os que falam contra Belo Monte não têm motivos assim tão plausíveis para serem contra. Ora, não inundará a área dos índios, mas passarão estradas por perto? Qual o problema tão grande? Afetará tão poucas famílias, em comparação com a população que será beneficiada? O que pôr no lugar de Belo Monte, enfim? Os custos não podem ser comparados ou tirados pela construção de outras hidrelétricas? Qual o interesse de algumas pessoas serem tão, mas tão contrárias à construção de Belo Monte? Sou ignorante mesmo, queria muito saber, de verdade, não estou sendo irônico ou querendo provocar. Existe outro tipo de geração de energia pra pôr no lugar, que não seja a execrável Energia Nuclear?
Eu não sou propriamente leiga , sou bióloga e casada com um eng.florestal com especialização em meio ambiente e outras e há tempos que estamos lendo tudo que encontramos. Meu marido estudou inclusive o eia/rima. Mesmo assim, confesso ter dúvidas pra me posicionar com clareza sem ser hipócrita.Tendo a ser favorável mas temo ser injusta, não desumana como muitos acusam. Alternativa viável, não há, bem verdade! Ao mesmo tempo , ainda questiono a verdadeira necessidade, mesmo tendo lido os argumentos. Enfim, sigo tentando, embora não faça diferença alguma minha opinião. Gosto de tê-la e mantê-la independente. Abraço caipira nervosinho ;).
A questão principal passa longe de sua pergunta. Há quem diga que BM serve para desenvolver a região. Falso. E há quem diga também que BM serve para garantir evergina pro país. Mais falso ainda.
Comecemos pelo fim. BM não tem como objetivo dar energia alguma ao sudeste, sequer ao norte do Brasil. O objetivo da usina é garantir a produção de alumínio das minas de Bauxita da ALCOA. Só.
E, quanto ao desenvolvimento que isto supostamente traria, temos de discutir QUE TIPO de desenvolvimento queremos. Porque Alumínio não é desenvolvimento, é apenas crescimento canceroso, pro se tratar de uma indústria extremamente poluidora. O alumínio consome 8% da energia elétrica brasileira. 2% da energia elétrica do mundo todo.
É isso que chamam de desenvolvimento?
Belo Monte não é apenas inútil, mas um crime.
hahahahhahahahahahahahah. Energia eolica destroi mais do que hidreletrica??? hahahahahahahhahahaahhahahahahahahhahahahah
Apaga isso se nao fica feio pra voce.
Linete,
Pode explicar como a energia eólica funciona?
Santa ignorância, Batman.