Estive passando pelo Náuseas! e vi uma bela homenagem ao dia dos professores. Lambe-botas que sou, resolvi lamber mais essa. E copiar a ideia boa, embora nauseabunda.
Não cabe a este blogueiro lambe-botas falar do salário dessa classe. Nem tampouco dos 10% no PIB, prometido pela Dilma para 2014. Nem tampouco de tantas greves, tantas manifestações, tantas agressões. Nem seria de bom tom relembrar a frase de Paulo Maluff ás professoras:
Vocês não são mal pagas, são mal casadas
{{não acredite em mim – corra para o final ou aperte ctrl+f e Maluff}}
Não, hoje é dia de homenagem. Sim, o dia dos professores foi sábado e o texto está sendo publicado a posteriori, nunca fui bom aluno, anyway.
E a primeira homenagem vai justamente ao professor que me ensinou a não ser aluno, Alexandre Mate, grande mestre, me ensinou quase tudo que coube na minha cabeça a respeito da história da arte no Brasil. Grande homem, grande artista. Grande pessoa.
É, pode não significar grande coisa para você que lê agora. Mas ele me ensinou que a palavra Aluno é derivada do Iluminismo e separa-se em A+Luno ou em bom português: aquele que não tem luz. Ou seja, aquele que é incapaz de pensar, senão pelo professor. E só isso bastaria para que não nos esquecêssemos dele.
Há outros tantos, como o mestre Paulo Freire, com quem tive a honra de brincar por diversas vezes, atrapalhando seu serviço na prefeitura da Erundina, onde minha mãe {{hoje professora, tadinha}} também trabalhava. Ou mesmo ao mestre Mário Sérgio Cortella com quem também brinquei nas mesmas ocasiões.
Mais importante não são estes. Mais importante são os educadores com os quais trabalhei desde os 15 anos e com os quais sempre pude aprender algo. Mais importante são os que não podemos nomear. Mais importante é a classe, já diria um velho livro…
O nome daquela professora de inglês eu já não lembro. Mas serei eternamente grato por me apresentar ao “Perfume de Mulher”, ainda que sem legendas. Porque pude concordar com isso:
http://www.youtube.com/watch?v=MGxKbHxhywE#t=7m30s
Mais importante que todos esses são os professores que sabem que a educação se faz no dia-a-dia. E que fazem questão de ressaltar que caráter se faz em casa, embora não se furtem de cumprir o dever que os pais insistem em não fazer. Mais importante que todos eles é você, que entra em sala de aula todo o dia.
Que, em São Paulo, recebe bônus ao invés de salário. E ainda tem a capacidade de sorrir quando aquela criança deixa de ser aluno e passa a estudante. Gente de carne e osso. Gente que anda no metrô lotado e ainda ouve dizer que ele parou por sabotagem, não por excesso de carga. Êta paulistanice…
Gente que me ensinou a ler Mário de Andrade. Que me ensinou que é bom ler, mas que vale mais uma boa amizade. Gente que merece que os imperadores se curvem, mas não merecem a nossa sociedade.
Viva os professores. Viva os educadores. Obrigado por nos ensinar a todos que sofrer faz bem. E continuarem ensinando. E sorrindo.
Alo!
tentando dar uma “alumiada” na situação, aluno não significa sem luz, significa criança de peito, no sentido de que deve ser alimentado de conhecimento para crescer.
https://secure.wikimedia.org/wikipedia/pt/wiki/Aluno#Etimologia