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Um post sobre o 8 de março… O que mais falaria sobre o Dia Internacional de Luta das Mulheres? Faço questão de escrever o nome do dia por extenso, se possível, frisando o “de Luta”, para que não pairem dúvidas: neste dia diversas mulheres, no mundo todo, organizam atividades, atos, passeatas, manifestações (ultimamente também muitas blogagens coletivas) e ações variadas para relembrar que há mais de 100 anos gritamos por igualdade e oportunidades, por direito ao nosso corpo, por menos violência, por divisão das tarefas domésticas, por uma mídia não sexista, por humor com graça e sem machismo, por um outro mundo possível… São tantos anos de luta, tantas pautas que foram chegando, se apresentando e muitas vezes tomando grande espaço no debate feminista, como ocorreu com temas como trabalho rural e meio ambiente.

Para não me alongar, até porque hoje é dia de ir para a rua com a mulherada entoar as nossas alegres e provocantes palavras de ordem, que sem sombra de dúvida fazem parte da nossa insistência (João, João, cozinhe seu feijão/José, José, faça o seu café). Aqui está o manifesto lançado pelas entidades, grupos, partidos para este 8 de março, em São Paulo.

Nesta quinta-feira muitas iremos para as ruas tentar explicar o porquê de ali estarmos… E sim, antecipadamente já informo: vamos atrapalhar o tráfego! No caminho até a Praça da Sé iremos atravessar os obstáculos que foram surgindo ano a ano, a partir do oportunismo do mercado: flores distribuídas em pontos estratégicos, promoções no comércio em geral, cumprimentos de desconhecidos: “Parabéns pelo seu dia!”.



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Não se trata de um dia de parabéns, exceto se for relativo a alguma passeata superpoderosa que tenhamos feito ou alguma conquista inédita que breque o poder do patriarcado em nossas vidas. Trata-se de um dia de reafirmar: estamos no século 21 e ainda vivemos desigualdades medievais. O 8 de março é um momento de levar para a rua questões muitas vezes tratadas somente no privado: a violência doméstica, o aborto, desigualdade salarial.

Já perdi as contas de quantos dia de luta das mulheres já fui, organizei, divulguei, debati e construí. A cada ano, o sentimento é sempre duplo: bom por encontrar as amigas guerreiras e concluir que elas não desistem; e o lado ruim, óbvio, é novamente ter consciência que muito falta para mudar o mundo e a vida das mulheres. E enquanto esse dia não vem, a gente mantém nossa máxima: seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

“Ê feminismo! Ê! Feminismo pra frente, machismo pra trás”. E vamos lá!

Fernanda Estima, jornalista e feminista

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