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Eis que Marina Silva e Eduardo Campos resolveram se unir. Mas o que isso muda nas eleições de 2014? Vejamos…

Marina Silva e Eduardo Campos

Não foram poucas as vezes que escrevi neste blog a respeito da necessidade de uma oposição séria para o país. Achava então {{e continuo achando}} que o PT tem sofrido pelo excesso de poder.

Não como gritavam outrora Erra e PSDB, por tratar-se de um partido nefasto que faz tudo pelo poder. Mas pela falta de capacidade da oposição em propor projetos de governo / poder.



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Esse fato começou a mudar com a entrada de Eduardo Campos no jogo eleitoral de 2014. O blog, diga-se, nunca se furtou e nem será o caso aqui, de dizer que sua preferência eleitoral é Dilma Roussef.

Fato é que Eduardo Campos, quando saiu do governo já projetando sua candidatura, trouxe com ele críticas sérias ao governo: O uso político da Petrobrás {{para controlar o preço da gasolina e da inflação}}, a licitação do pré-sal protecionista demais {{estou reproduzindo as críticas dele, não estou dizendo que são as minhas}}, a falta de estrutura no país, etc.

Você pode concordar ou discordar das críticas. Mas é fato que elas trazem o eleitor para o campo do programa de governo oposto do que fazia José Erra na última eleição, afirmando que Dilma seria contrária ou favorável a aborto, deus e afins.

Cheguei a ficar contente com isso. Acho que um debate sério sobre o país faz o Brasil e o próprio PT crescerem de modo saudável.

Até que Marina entrou no jogo…

Marina, que tentou dominar o PV e não conseguiu, demorou 1 ano e meio para dar início ao processo de formação de seu partido. A Rede prometia o novo e não conseguiu sequer cumprir as exigências do TSE. E o que fez Marina?

Adotou o discurso da #sabotagem #medo #valetudo Soninha e do Erra, partiu para as acusações de que o PT teria forçado a barra para que seu partido não existisse.

O PT, desculpe informá-los, não tem esse poder todo.

O TSE julgou de forma quase unânime que não seria possível fazer uso de regras diferenciadas para o lançamento da Rede quando todos os demais partidos conseguirem cumprir as normas. A exceção ficou por Gilmar Mendes, aquele que reclamou da lei Maria da Penha, aquele da ligação de José Erra interrompendo um julgamento {{não acredite em mim}}

Marina tem a chance de propor uma nova oposição. Uma oposição que discute programas de governo, que ataca os erros do PT. Mas, até aqui, tem feito o mais do mesmo de sempre.

Marina e Campos ou Campos e Marina?

As pesquisas, como se sabe, mostram Marina Silva à frente de Campos. Isso, concluem a mídia e alguns amigos, fará com que Marina saia candidata à presidência e Eduardo Campos seja seu vice.

O blog discorda. Primeiro porque Eduardo Campos é um político muito mais hábil que Marina Silva {{basta ver que um consegue ser presidente do partido e a outra não consegue sequer ter um partido}}. Depois porque as pesquisas neste momento não dizem muito.

A presidenta Dilma, começou as pesquisas para a eleição de 2010 com incríveis 2% de intenção de voto. E ao final, José Erra comemorou só de ter ido ao segundo turno, lembram?

As pesquisas até aqui mostram que Marina, Erra, Aécio e Dilma são nomes conhecidos nacionalmente. Para estes nomes a pesquisa serve como indicativo de tendência {{mostrou Dilma subindo e Marina caindo}}.

Para os nomes que não são conhecidos nacionalmente {{pela maior parte da população}} a pesquisa diz nada ou muito pouco. Os 16% de intenção de votos que Marina tinha no último Ibope demonstram uma tendência de queda, justamente o oposto da tese da ImprenÇa de que Marina conseguirá forçar a barra para sair com Eduardo de vice.

Além disso, parece-me absurdo supor que Marina terá maior poder de barganha dentro do PSB que o presidente do partido. Marina não conseguiu se impor no PV, que dirá no PSB.

Esperança

O blog tem esperança que Eduardo Campos abandone o discurso ‘do manejo sustentável de ideias’ e aprofunde as críticas que iniciou. Desta forma, se houver segundo turno {{o blog aposta que sim}}, ele terá servido para que o PT aprofunde suas propostas e saia do discurso igualmente pouco propositivo do ‘nós fizemos o bolsa família‘.

Mas ao fim e ao cabo, o único perdedor de fato dessa aliança é o PSDB e o PPS. O PSDB porque deve perder espaço significativo nas próximas eleições {{o blog aposta que Alckmin não conseguirá eleger-se ou a um sucessor e Padilha vem forte para a disputa}}. Provavelmente ficará sem o governo do Estado e deve ser o 3º mais votado no Estado de São Paulo para as eleições presidenciais.

O PPS que aguardava Erra, depois aguardou Marina e agora volta a aguardar Erra continuará como está. Reduzindo seu poder de força até onde a lupa do microscópio permite.

Em tempo: Ontem o ImprenÇa tuitou do Roda Viva. Antes, teve a oportunidade de entrevistar Tarso Genro, que falou sobre desmilitarização, Marina e Edu e reforma política:

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