Prezado Fernando {{se me permite a intimidade, não te chamarei de senhor ou de doutor}}.
Você não tem a mais vaga ideia de quem eu seja, o que não chega a ser um problema.
Na verdade é até bom, você terá de se ater aos argumentos aqui escritos e não a comparações desastrosas, como fez com o marqueteiro da campanha da Dilma. É bom lembrar da lei de Godwin, by the way {{gosto de por umas palavras em inglês, porque soa mais cool, if you know what i mean – não acredite em mim}}.
Sua entrevista à folha de SP é bem representativa daquilo que chamo {{permita-me uma opinião, sim?}} achismo radical.
Você, do alto de seu conhecimento cinematográfico, solta frases do tipo: “No Brasil, partidos não significam nada”. Mas, antes de entrar no que interessa, deixa eu mudar de assunto {{meu cérebro é incapaz de linhas retilíneas, mais uma vez, me perdoe}}.
Imagine que eu, do alto de meu conhecimento cinematográfico {{que beira o nulo, embora não seja assim, um ignorante completo}}, resolvesse dizer que: “No cinema do Brasil, o som direto é sempre um desperdício” . Bem risível, né?
Acho interessante como a empáfia toma conta na hora de falar de política. Veja bem, é possível discutir política com qualquer pessoa {{também não acho que só ex-jogador de futebol possa comentar os jogos – perdão, mudei o assunto de novo}} e é inclusive saudável.
Mas precisa ter assim… tantas certezas?
Compreendo que a política cultural do governo Dilma {{o qual sou ferrenho defensor}} tenha sido um pouco decepcionante mesmo. E compreenderia se sua declaração de voto fosse nesse sentido – ainda que tenhamos o Juca Ferreira coordenando a área cultural da campanha, nome que agrada, inclusive, sua candidata.
Agora essa empáfia de falar sobre um assunto que você, obviamente, nunca se dedicou mais que duas leituras de orelha de livro ou de revistas semanais para decretar algo tão grave como: “No Brasil os partidos não significam nada”… Dói o ouvido, sabe?
Alguém com tanto renome devia se preocupar mais com sua reputação. A mim soa como ignorância completa {{e nisso até os correligionários da sua candidata concordariam, em público, se pudessem }}, um atestado ímpar de “Eu não faço ideia do que estou falando”.
Os partidos – todos – no Brasil representam tanto quanto no resto dos países democráticos do planeta. E de outros planetas, se houver vida inteligente e adulta por lá também.
São os partidos, não os candidatos, quem mantém as políticas públicas, o seu direito à opinião – mesmo quando ela é assim, tão infantil – , seu direito a voto, etc.
Pergunte ao MST se os partidos são iguais e igualmente inúteis. Ou à TFP, se quiser ir para um extremo oposto do que penso {{pensamos?}}.
Você declarou que vai votar em deputado para o PSOL {{oposição}}, senador do PSDB {{oposição}} e para presidente Marina. Me perdoe a falta de tato, mas: COMO DIABOS você espera que a Marina governe ?
Imagine que a Marina precise, sei lá, aprovar algo no congresso. Algo assim, sem muita importância, digamos… o Orçamento da União! Você espera, racionalmente, que os bons da oposição votem favoravelmente?
Se todo mundo votar como você, colega, o Brasil para. Não vai ter uma emenda aprovada. Daí a sua presidente terá duas opções: Não governar {{o famoso “Pede pra sair”, acho que é de um filme americano isso aí. São os melhores!}} ou simplesmente sair distribuindo cargos e ministérios para que esses que estão na oposição passem a ser governo. Olha só, que bacana! Só não sei como você vai lidar com a sua própria frase: “Partidos no Brasil, com este sistema de loteamento de cargos e alianças partidárias, não significam mais nada.”
Deixa eu te falar sobre democracia? Vou assumir que sim.
Democracia não é ter o seu umbigo representado de forma integral no congresso nacional. Democracia é justamente ter os diferentes estratos sociais representados lá dentro. Goste você ou não, os ruralistas são parte representativa do país {{pergunte a algum economista}}, os Sem Terra também. E aí ? Resolve como ? Com os bons? Que bons? Quem decide quem é bom? Espero que não seja você.
Sabe o código florestal que você critica? O partido onde sua candidata está teve 27 dos 30 deputados ajudando a aprová-lo. Bacana estudar, né?
Sabe o apoio ao Alckmin que ela não teria feito por ser coerente? Então, fez.
Pelo que entendi, se eleita , a ideia será buscar apoio a pontos do programa e não apoio partidário. Não haverá a “base aliada”.
Fê. Fernando. Nandinho, tu não entendeu foi nada.
Excelente! Educado e generoso rebate. Esse Meirelles, merece é umas boas palmadas pelas suas mslcriações pueris. Em matéria de política, a nota dele é ZERO!
Cara, muito bom…Parabéns!
Obrigado!
Apesar de ter partidos preferenciais em que escolho meus candidatos e partidos em que nao voto de forma alguma, sou obrigado a entender e ateh concordar em certo grau com o Fernando Meirelles, No Brasil temos mais de 20 “partidos”, qts deles tem uma base ideologica estabelecida e/ou coerente? qts sao apenas balcoes de negocios ? O proprio PT “rifou” a candidatura do Suplicy em SP; PMDB e DEM dois dos maiores partidos navegam ao sabor das conveniencias e posicoes de Poder, dados q ou vc discorda ou abona que dao base a afirmacao do cineasta, enquanto a estrutura atual (sou a favor de voto distrital misto) se manter nao vejo como mudar, mais duas coisinhas, o MST, que Eu saiba nao eh partido, e os Partidos no RESTO do Mundo nao se estruturam como no Brasil, numa outra postagem, com mais tempo (Muito) podemos discutir se quem e como matem as politicas publicas etc sao os congressos/assembleias/camaras ou ou os partidos e a eficiencias dos ultimos. abs