Aconteceu nesta segunda-feira, 1º de junho, uma audiência pública sobre a Casa Amarela, na ALESP. A Casa Amarela, caso o senhorito e a senhoura não saibam, é uma ocupação cultural que existe {{resiste?}} no centro da cidade de São Paulo.
E eles chegaram… chegando.
Bom, vamos do começo. A Casa Amarela é uma ocupação que fica no centro da cidade, bem ali, na rua Visconde de Ouro Preto. A VaiDaPé o define assim:
O Ateliê Compartilhado, que fica na Casa Amarela, surgiu há pouco mais de um mês. A ocupação foi pacífica: cerca de 200 pessoas saíram em cortejo do Teatro do Incêndio em direção à casa, entraram pelo portão – que estava aberto- e deram vida ao espaço, abandonado há 11 anos . “A gente mostra que esta casa é muito mais útil aberta, ocupada por pessoas, do que fechada” conta Monge. “Como é um patrimônio tombado, nos preocupamos em manter da melhor forma e recuperar o que puder”. Logo no primeiro dia os artistas realizaram mutirões de limpeza e manutenção do espaço: tiraram lodo das paredes, consertaram telhados, desentupiram calhas e ralos, chamaram o controle de zoonose. Agora, eles trabalham em uma horta orgânica e em uma programação cada vez mais elaborada.
{{não acredite em mim – Vai Da Pé}}
Uma casa abandonada há 11 anos, que agora abriga um ateliê compartilhado, arte em seu estado mais puro {{e bruto, ainda que sensível}}.
Pois que a tal casa era propriedade do INSS, que numa dessas bizarrices que só o Brasil tem a oferecer {{mentira, mas fica bem no texto}}, estava devendo alguns dinheiros à prefeitura de São Paulo.
Pois que a situação de hoje é que a Prefeitura, por meio do Instituto de Previdência Municipal {{IPREM}} resolveu adquirir o imóvel, ignorando, é claro, a existência de um aparato cultural colocado bem ali, na gema do ovo da cidade que não devia dormir {{mas dorme, especialmente quando o assunto é especulação imobiliária}}.
Pois bem, estamos na ALESP, no meio da audiência pública, com essa gente divertida e bem-humorada que faz cultura nessa casa d’antes abandonada {{e a professora de redação do cursinho dá um grito porque rimei na prosa, conforme-se donzela}}.
Estão presentes, Carlos Giannazi, ocupantes da Casa Amarela, Jornalistas Livres, este blogueiro e a TV ALESP. O INSS , é verdade, até está presente, mas com uma “técnica administrativa” que obviamente não tem poder de decisão.
Ouça a conversa:
O poder público, como usual, fez que não era com ele. Nabil Bonduki, atual secretário de Cultura, não compareceu {{segundo integrantes da ocupação e o deputado do PSOL, Giannazi, ele recebeu o ofício de convite}}. O Prefeito não compareceu. O INSS enviou uma técnica administrativa sem poder de decisão {{e que ficou visivelmente constrangida com a forma como foi abordada}}. Assim, não houve contraponto, apenas foi uma promessa de que se tentaria nova audiência com o INSS, desta vez com a superintendente.
Os integrantes da ocupação ressaltaram em diversos momentos a ideia de que a Casa Amarela é apenas uma de tantas representações daquilo que, em tese {{esta parte é o blog quem diz}} é a melhor obra de Fernando Haddad: a ressignificação das ruas. Segundo Pedro, um dos integrantes da Casa Amarela à mesa:
Não é só a Casa Amarela que está em jogo nesse momento. Ela representa uma nova lógica de política cultural
Já Ângela Bueno, a tal “representante do INSS” e técnica administrativa sem poder de decisão {{ela ressaltou diversas vezes, eu só reproduzo}} apenas se limitou a repetir que “Em janeiro, saiu uma lei onde estamos repassando a Casa para o IPREM“.
Covarde, a postura da chefe superintendente de Ângela, Ducina de Fátima Gougato, colocou a funcionária numa situação para lá de constrangedora. Os militantes / ativistas / atores culturais a colocaram contra a parede. Sem resposta, restou a ela se justificar diversas vezes. Ângela saiu visivelmente constrangida e nervosa, tremendo com toda a situação {{ressalte-se que em nenhum momento houve agressão física ou ameça de agressão}}.
No entanto, quando pedi o contato de sua chefe para pedir respostas, recusou passar.
O blog não procurou a prefeitura nem o fará. O espaço, no entanto, está aberto a todo e qualquer representante do poder municipal para uma resposta pública sobre o caso.
A Casa Amarela tem 30 dias para reverter a ação de reintegração de posse que foi validada na Justiça. Ela existe há 1 ano e 4 meses, produzindo cultura numa cidade que reclama de ciclovias. Haddad e seu secretariado deveriam, no mínimo, dar mais atenção à causa. No mínimo, ela representa parte importante do mandato.