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E eis que chegou o dia da 19ª Parada LGBT {{ ou simplesmente Parada Gay, como disse erroneamente a Dona Marta, que não é mais do PT }}. E enquanto todo jornalismo brasileiro se dividia entre contar como foi a festa e… contar como foi a festa, este blogueiro resolveu sair da casinha mais uma vez… E aprontar uma com o seu governador.

Parada Gay e Verônica

{{Foto: ImprenÇa}}

Não é por mal, mas é que eu tenho uma história com esse negócio de movimento LGBT. Foi na antiga APTA {{Associação para Prevenção e Tratamento da AIDS}} que toda essa brincadeira de Parada do Orgulho Gay surgiu, graças a Lula Ramires e Beto de Jesus {{não apenas, mas principalmente}}. E foi na APTA, aos 15 anos, que esse blogueiro metido a besta começou a militar.

Por isso não poderia passar mais um ano assistindo a um evento que deveria ser cada vez mais político se tornar cada vez mais micareta, trazendo críticas de todos os lados, inclusive da…



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Foi então que resolvi, através de ligações exteriores com espíritos malévolos, fazer uma perguntinha ao senhor governador, aproveitando todas as bombas de gás que já levei por conta do nobre Geraldinho {{acredite, foram muitas}}, fingi que era bonzinho e pedi o microfone… E não é que me deram?

A bem da verdade, eu fiz o que qualquer jornalista minimamente decente teria feito. Questionei o governador responsável pelo presídio onde uma travesti foi espancada, sobre o caso. Não é nada de anormal, exceto pelo fato de que os jornalistas são incapazes de fazer isso…

Mas foi bonitinho este blog pautando a mídia…

g1

terra

folha{{e precisa de 4 jornalistas prum texto desses? Jerus…}}

Alckmin não respondeu… Deu um sorrisinho amarelo, disse que sindicâncias foram abertas, bla bla bla whiskas sachê. Foi então que o cover do Marcos Valério {{pode ir ali em cima conferir a foto da coletiva e me diz se estou errado. Eu espero. … … … viu? Eu disse!}}, vulgo secretário de segurança pública do estado de São Paulo, deu uma resposta mais completa. Afirmou que Verônica havia sido presa com razão, mas que o que ocorreu lá dentro está sendo investigado, que ela de fato agrediu o policial lá dentro, que não sabe se ela foi colocada em cela normal para ser estuprada ou não… E que iria verificar se o áudio que eu coloquei tinha mesmo alguém soprando ou não…

Verifiquem vocês mesmos, por gentileza:

A partir dos 20 segundos, mais ou menos, é possível ouvir alguém soprando o áudio. Quem é essa pessoa? Um outro áudio ajuda a esclarecer:

https://youtu.be/Mq-yP3oiDDA?t=2m22s

A Coordenação de Políticas LGBT do mesmo governador diz que foi até lá para garantir a integridade física da Veronica e afirmou que ela está garantida. Eu não terei o mau gosto de expor aqui as fotos dela desfigurada, caso o leitor tenha vocação para urubu o Google costuma ajudar. O fato é que não, não tem integridade nenhuma garantida.

Mas falava eu da Parada LGBT, de como eu não conseguia enxergar a micareta como festança e tudo mais… Pois bem, fui atrás de opiniões diversas sobre o tema. Afinal, só eu que sou chato nesse mundo?

{{Foto: ImprenÇa}}

{{Foto: ImprenÇa}}

No alto do caminhão de som {{trio elétrico?}}, encontrei Cícero Diniz Vasconcelos, 35 anos, técnico em segurança do trabalho. Fui logo perguntando E a Verônica?

Olha, eu ouvi falar mas não estou muito bem a par da situação…

É… Mas a festa tava bonita, né? Então segui em frente e no mesmo caminhão questionei Junésio, 38 anos, psicólogo.

Eu não tô acompanhando os fatos… Existe sim um  fato de agressão por parte dela, ela deve cumprir a pena em relação à vizinha dela. Porém isso em nada justifica o tratamento que ela teve por parte do sistema peninteciário. Foi um tratamento transfóbico de desrespeito por ela ser quem ela é…

E não é que tem gente bem informada nessa parada? Foi aí que me empolguei e resolvi ir logo atrás de velhos colegas de militância {{isso é um eufemismo para pessoas com as quais eu já briguei muito no passado}}. O lugar ideal para encontrar militantes do  movimento ONG/AIDS de São Paulo na Parada gay LGBT é o Camarote Solidário, promovido todos os anos pela Agência AIDS.

Lá encontrei Eduardo Barbosa, que foi diretor-adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde e que é, atualmente, Coordenador do Centro de Diversidade sexual e membro do programa estadual de AIDS de São Paulo.. E eis que ele falou…

E já que eu estava no dia de entrevistar antigos desafetos, refazer antigos laços, resolvi entrevistar também Roseli Tardeli, proprietária da Agência AIDS, uma agência de notícias especializadas em… ah, ok, vocês pegaram.

~~nota para causos velhos~~

A Agência AIDS, em anos passados, publicou uma notícia deturpando um discurso deste blogueiro, que criticava Eduardo Barbosa com relação ao financiamento de um evento promovido pela APTA. A nota dizia que era um discurso em homenagem à senhora minha mamãe… vejam vocês… A nota foi posteriormente alterada, mediante alguns chiliques meus. {{não acredite em mim – nota já alterada, com destaque para o poema de próprio cunho, segundo o repórter, mas que era, na verdade, Fernando Pessoa…}

~~fim da nota para causos velhos~~

Roseli Tardeli afirmou que “infelizmente  o Brasil ainda tem uma taxa muito grande de impunidade em relação à homofobia. Mas acho que avançamos um pouco, acho que a homofobia precisa ser criminalizada”. Mais adiante ela ressalta que “ações como essa, da Parada LGBT, do camarote que a gente (sic) faz ajudam um pouco”.

E eu pensando que até pode ser, mas que se ela resolvesse publicar algo na própria agência sobre o tema, podia ajudar ainda mais… Uma busca por “veronica” no site da agência não nos leva a notícia alguma sobre o tema… Tem coisas que não mudam…

E já que falamos de falar e não fazer, resolvi entrevistar também um colega da Jovem Pan, que ao final da entrevista disse que iria trabalhar comigo… Vale a pena ouvir o áudio:

“Meu cu é laico” #gaypride #gay #paradalgbt #paradagay

Uma foto publicada por Caipira Zé do Mér (@caipirazedomer) em

Mais interessante foi a entrevista com Marina Machado, da Band. Que estava tão bem informada sobre o caso que o conheceu através desse blogueiro, quando da pergunta na coletiva de imprensa… É sempre bom ser útil, né? Caminhei por toda a Parada LGBT, mas não encontrei Veronica ou qualquer vestígio dela. Pareceu-me tudo um pouco artificial, muita festa para pouca ação política, mas vá lá, eu sou um chato mesmo…

“Jesus também apoia nossa marcha. – Preconceito + Amor #gaypride #gay #paradalgbt #paradagay Uma foto publicada por Caipira Zé do Mér (@caipirazedomer) em

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