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Alguns meses atrás quando este blog ingressou de cabeça na luta Contra a Redução da Maioridade Penal, através da criação da Rede de Intervenção Contra a Redução da Maioridade Penal junto, ao lado e, muito mais como suporte do que organizador, do meu amigo e irmão Sato DoBrasil, as pessoas nos olhavam como sonhadores malucos.

Pois que nos chamassem de Dom Quixote e Sancho Pança. Que nos deixassem em paz lutando contra nossos moinhos de vento!

Mas a luta foi mostrando que há muitos Dom Quixotes e Sanchos por aí. E a força da indignação, da reunião de movimentos sociais, foi, aos poucos, mostrando que os moinhos de vento são monstros construídos calculadamente, friamente, com a força da grana.

Na última terça-feira este blog teve a honra de, junto (ao lado, como suporte apenas, sempre!) da Frente Nacional Contra a Redução da Maioridade Penal e da Frente Estadual -SP Contra a Redução da Maioridade Penal de construir a organização de uma caravana com alguns ônibus saindo de São Paulo para fazer a luta lá, na casa dos monstros.



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{{Foto: Rodrigo Zaim | R.U.A Foto Coletivo}}

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E vencemos! E que gosto bonito tem uma vitória construída em conjunto! Que dia lindo quando nos reunimos em prol de uma causa muito mais da empatia e da solidariedade que nossa (todos nós já temos mais de 16).

{{Foto: Sato DoBrasil | Casadalapa}}

{{Foto: Sato DoBrasil | Casadalapa}}

No dia seguinte vimos um golpe, é verdade. Mas ele foi preciso. E a batalha que estava perdida se mostrou real, dura, mas possível.

Assim é ser de esquerda. É saber que os moinhos de vento são reais, que não adianta fazer a briga sozinho, não adianta chegar nos movimentos tentando arrendar capital político para seu próprio umbigo. Não adianta achar que estão todos a seu serviço.

Os moinhos, os monstros reais existem, de fato. Ancorados e escorados sob a fundação forte e profunda da grana, que deixou de erguer coisas belas faz tempo; mas que continua derrubando monumentos.

É preciso somar. E somar é deixar o ego de lado para construir junto, de fato. Somar é entender que as desavenças podem e devem ser menores que o sentido singular da praxis política. Que a velha e boa pressão popular segue funcionando, a democracia segue viva. Refém, é verdade, cada dia mais da grana, mas com seus atores políticos cada dia mais unidos. Ainda que uns e outros tentem livremente tomar conta dos outros.

{{Foto: Jardiel Carvalho | R.U.A Foto Coletivo}}

{{Foto: Jardiel Carvalho | R.U.A Foto Coletivo}}

A briga é dura, duríssima. É brigar contra um congresso em serviço da grana ? É. Como é brigar com a especulação imobiliária, que insiste que o lucro é mais importante que permitir que pessoas continuem morando e vivendo. É brigar e lutar para que a periferia tenha voz e acesso à cultura, seja ela de que tipo for ? É.

{{Foto: Isabella Lanave | R.U.A Foto Coletivo}}

{{Foto: Isabella Lanave | R.U.A Foto Coletivo}}

Mas quem disse que seria fácil? Quem é que quer uma luta fácil? Fácil é ficar em casa, resmungando e calado. Ou deixando suas pitadas de neo-ativismo político em análises intermináveis da conjuntura. Para que serve uma análise de conjuntura, quando se está no sofá?

A Redução da Maioridade Penal era uma luta perdida, meses atrás. Era a luta de doidos contra 199%, segundo datafolhas e ibopes por aí. Mas a esquerda sabe, quando quer, mostrar seu valor. Sua força. E nós mostramos. Foi apertado? Foi. Mas uma vitória acirrada vale mais a pena que uma derrota certa, ou não?

É preciso guardar o dia 30 de junho de 2015. O dia em que os movimentos sociais tiveram uma vitória histórica. Sem esquecer jamais do dia 1º de julho, dia do golpe de Cunha. Mas foi preciso dar um golpe. Esse é o tamanho da nossa força.

Ainda temos uma votação na Câmara. Ainda temos duas no Senado Federal. E ainda temos esperança de que o Supremo Tribunal Federal barre o golpe. Estaremos atentos, estaremos vivos, como sempre estivemos.

{{Foto: Isabella Lanave | R.U.A Foto Coletivo}}

{{Foto: Isabella Lanave | R.U.A Foto Coletivo}}

Comemoraremos juntos a nossa próxima vitória. A luta é todo dia. A luta é na rua! Nos vemos lá.

Em tempo: A foto de capa deste artigo é de autoria de Rodrigo Zaim | R.U.A Foto Coletivo

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