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As ideias de Jair Messias Bolsonaro, segundo o Estadão, se assemelham às ideias do PT. Essa é a nova-velha reportagem-fofoca do jornal Estado de São Paulo. Mas existe alguma realidade nisso?

 

Vivemos nos tempos da pós-verdade, ou, para você que é mais antigo, nos tempos das mentiras com pernas longas. Já publicamos neste mesmo imprenÇa a forma como as fake news têm sido fator primordial para a formação ideológica nos tempos de Trump, Doria e afins.



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A novidade agora é ver um jornal, em tese, de verdade fortalecer correntes de whatsapp. Mas vamos aos fatos.O estadão publicou no último domingo {{3 de setembro}} o artigo “O antipetista com ideias de esquerda” {{não acredite em mim – Estadão}}.

“Na Câmara dos Deputados, Bolsonaro se absteve a votar a lei da Terceirização com o argumento de que sofreria um “enxurrada de críticas”. Votou pela PEC do Teto, mas já disse que poderia mudar o texto se fosse eleito presidente. Sobre reformar a Previdência, não é claro, mas já disse ser contra qualquer mudança na aposentadoria dos militares”

Ou seja, ser de esquerda é se abster {{note, não é votar contra, é se abster de votar}} de votar a favor da lei de terceirização e, mesmo votando pelo Teto de gastos, afirmar que reveria alguns pontos dele.Parece piada, e é mesmo. Seguindo essa lógica, Jair Bolsonaro {{PSC}}, Marcos Soares e Misael Varella {{ambos do DEM}}, Celso Jacob {{PMDB}}, Luciano Braga {{PRB}}, Marco Feliciano {{PSC}}, Cesar Souza {{PSD}} e Antonio Jacome {{PTN}} todos possuem, digamos, “ideias de esquerda”. Os partidos ditos de esquerda {{PT, PSOL, PCdoB, por exemplo}} todos votaram pelo não; apenas um detalhe, realmente.

Já no artigo “Quando Bolsonaro e as esquerdas falam a mesma coisa” publicado em abril pelo mesmo Estadão {{não acredite em mim – Estadão}}a tese é que o fato de Bolsonaro querer Delfim Neto no governo o faz “petista”:

“Assim como Dilma e Lula, Bolsonaro gostaria de ter o economista Antônio Delfim Netto como conselheiro”, afirma o autor.

Não é preciso grandes pesquisas, no entanto, para entender que a admiração de Bolsonaro por Delfim Neto vem de outros tempos. “Em 1967 Delfim foi convidado por Costa e Silva para ocupar o cargo de Ministro da Fazenda. Em 13 de dezembro de 1968 votou a favor do AI-5, sugerindo inclusive um aprofundamento do poder do presidente de intervir na economia.Durante o regime Militar, entre 1969 e 1974, foi ministro da fazenda” basta ler a Wikipedia para saber disso.

“Bolsonaro se declara contra a independência do Banco Central e diz que, se isso for feito, o presidente da República vai se tornar “refém” do sistema financeiro, que fornece a maior parte dos integrantes da diretoria da instituição” segue o artigo. Quando se lê um pouco mais sobre o tema se vê que nenhum candidato ou candidata, nas últimas eleições, tinham propostas nesse sentido. O que se dizia no discurso não se via nos programas de governo:

 

E José Fucs, o autor desse primor encerra afirmando: “Por fim, em mais uma afinidade com as esquerdas, Bolsonaro é contra a reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer”. Basicamente é assim que funcionaria: quem é contra a reforma da previdência é petista. Então seguimos a lista dos mais novos petistas da comunidade:

{{não acredite em mim – folha}}

 

A única explicação para ambos os artigos, são as fake news. Em tese, o Estadão se diferencia deste tipo de notícia, mas a verdade é que o papel aceita qualquer coisa. A questão é se o público seguirá a mesma toada.

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