Era Copa do Mundo no Brasil, ano de 2014. O mundo acabara de assistir, incrédulo, a seleção brasileira, dona de um histórico vencedor, maior vencedora de Copas do Mundo e jogando em casa tomar um chocolate bizarro. A final de 1950, a derrota para o Uruguai deixara de ser um tabu por um motivo muito simples: Alemanha 7 x 1 Brasil.
Todos então correram para a coletiva de imprensa para ver o que tinham a dizer os dois treinadores que comandavam a seleção no mais ridículo episódio que nosso futebol já passara. E eis que ao invés de explicações ou pedidos de desculpa, Parreira e Felipão resolvem ler a carta de Dona Lúcia:
Pois bem, os anos se passam, estamos em outra copa do mundo. A copa da Rússia de 2018. Nenhum vexame até aqui – e diga-se o texto tem data e foi feito após o 2º jogo da seleção brasileira e antes do 3º jogo. Ou quase nenhum.
O principal jogador da canarinho, Neymar Jr – ele faz questão do Júnior e seu comportamento corrobora – é o responsável pelo vexame. Mimado como poucos no mundo, o craque da seleção foi responsável por um comportamento poucas vezes visto em campo.
Irritado durante o jogo, ele deu soco na bola após a Costa Rica fazer cera, xingou os adversários, xingou o capitão do próprio time, mandou um “Don’t touch me” para o árbitro da partida e ainda seguiu xingando o juiz mesmo após receber o cartão amarelo. O Brasil, como se sabe, fez um gol nos acréscimos sem a participação do craque. Depois disso, com o adversário já entregue ele tentou uma jogada de efeito e acabou por fazendo um gol – inútil, diga-se. Ao final da partida, quando todos os holofotes estavam focados em Philipe Coutinho, jogador que roubou a cena de Neymar fazendo o que dos dois se esperava ou seja, jogando bola; e Neymar Júnior o que faz? Senta e chora. Ou diz que chora – este escriba foi incapaz de encontrar qualquer lágrima.
O jornalismo no mundo todo ressaltou o comportamento bizarro de Neymar Jr:
The Guardian chegou a chamar o atacante de mimado. Por aqui são raros os que divergem quanto ao comportamento do menino Ney. Alguns, no entanto, possuem agenda diferente do jornalismo tradicional:
Pois bem, e o que o atacante fez ao final da partida? Postou uma foto com um texto do tipo “Nem todos sabem o que passei para chegar até aqui”. Isso vindo de um menino que aos 12 anos de idade já recebia salários na casa das dezenas de milhares de reais.
E eis que chegamos a Tiago Leifert. Aquele, que afirmou que não se pode falar de política quando o assunto é esporte, ele mesmo. Na ausência de Dona Lúcia, que finalmente deve ter caído na real e parou de acreditar em duendes – se é que ela mesma, Dona Lúcia, um dia existiu – Tiago Leifert fez ele mesmo sua cartinha. E ai de você se desconfiar que um JORNALISTA como ele – risos – estiver com algum tipo de agenda oculta, com contratos de exclusividade em letras miúdas por conta do mesmo empregador – a rede Globo. Confira, se aguentar:
Que Neymar seja mimado, vá lá. É fruto do meio e da própria ignorância seletiva. Mas não um {{ex}}jornalista da principal emissora do país. Vai ver é por conta de algum contrato ou vai ver é um pachequismo idiota, travestido de idolatria.
O fato é que só uma pessoa que desconhece o próprio país é que é capaz de achar que aos 26 anos não existe maturidade para suportar um jogo de futebol. Jornalismo definitivamente não é lugar para Tiago Leifert.
Ora, é um playboyzinho apoiando o outro! E ambos a serviço da Globo envolvida até o pescoço na máfia da FIFA.
A Globo está sempre tentando criar sua realidade paralela. Dois moleques mimados. Quantos homens de 26 anos sobrevivem e sustentam suas familias com salário mínimo? Esses sim tem motivos para chorar, mas continuam lutando.